Novo Peugeot 205… perdão, 208.
Já há algum tempo que se vinha a falar deste novo 208. E com altas expectativas que, diga-se de passagem, eram mais do que merecidas. O modelo atual já estava muito cansado – desde que foi lançado, cof cof – e do pouco que se sabia, este novo 208 ambicionava ser uma pedrada no charco. Pelas imagens, lindo de morrer. Vá, ok! Lindo. Um design cheio de pinta como já não se via há muito na Peugeot. Atrevo-me, até, a dizer desde o 205 (na década de 70 e 80 sabia desenhar-se carros, porra!). Se isto não é receita para elevar as expectativas, então não sei! E, depois, o e-208: a primeira versão elétrica do trio-maravilha dos compactos.
Ora, pois então, este novo 208 tinha tudo para dar asneira. E não é que não deu?! Caramba. Raios partam que o carro está giro que dói! Não é todos os dias que um modelo de produção é mais giro que um concept (o Fractal). É coisa rara. Normalmente, as pessoas ficam a lamentar-se e a perguntar porque raio a marca fez o carro mais feio do que tinha previsto. Dá a sensação que há uma cota para os carros giros e as marcas esgotam-na nos desportivos. Aqui não. Venham mais destes, por favor! A frente e a traseira têm os faróis com o conhecido trio de luzes, a lembrar umas garras e, agora, este 208 passa a ter, também, um rasgão de alto a baixo do pára-choques frontal a remeter para as presas do felino. Pára-choques, esse, que conta com uma grelha enorme, e que, no caso da Peugeot, ficou adequada. A traseira está excepcional, o que me leva a pensar que se calhar os franceses e os italianos é que estão certos e, afinal, os carros são femininos.
Os motores não são surpresa nenhuma: este novo 208 tem os tradicionais motores do grupo PSA. Três cilindros, 1.2 litros com ou sem turbo, de 75 a 130 cavalos com caixas de 5 velocidades para o mais fraquinho, uma de 6 para os restantes e a opção de automática de 8 para o mais potente. Ao nível do diesel, é um 1.5 de 100 cavalos com caixa manual de 6 velocidades ou opção de automática e a novidade é, claro, o motor eléctrico. 136 cavalos e 260 newtons de binário. Não é o melhor que há, mas para um compacto que irá fazer 90% da sua vida em cidade, está bom, não mexe mais! 8 segundos até aos 100 à hora já é bem bom. Autonomia anunciada de 340 quilómetros e os carregamentos típicos: muitas horas, se for em casa, uma noite com wallbox (estão a oferecê-la na campanha de lançamento) e meia hora em fast-charge nos postos específicos. O preço é o que pode assustar mais, a começar nos 32.000€ e terminando nos 37 mil e poucos para a versão GT. Os modelos a combustão começam pouco abaixo dos 17.000€ e terminam pouco acima dos 26 mil.
A nível de equipamento, temos 4 versões: Like, Active, Allure e GT-Line, sendo que a versão GT é exclusiva do e-208. O equipamento de origem é bastante completo, contando, por exemplo, com sistema de travagem de emergência automática, alerta de risco de colisão, i-cockpit e infoentretenimento com ecran de 5”, pintura Amarelo Faro (uma pintura especial com custo zero; nada mau), luzes automáticas e ar condicionado manual. Como podem ver, muito bem equipado de origem. Se quiserem mais, por mais umas centenas de euros, podem ir evoluindo o equipamento até estarem satisfeitos.
Assim que pudermos vamos trazer-vos o nosso ensaio ao novo Peugeot 208, e algo me diz que vamos adorar. Mas pelo que já vimos, cheira-nos que este ano a taça volta a ir para o Leão. Pelo menos nos carros.