Ensaio: Renault Scénic 1.7 Blue dCi 150
Com quatro dias de viagem pela frente, que melhor justificação há para ensaiar o Renault Scénic com o novo motor 1.7 Blue dCi de 150 cavalos? Exactamente. Nenhuma. É que o formato familiar de monovolume, o habitáculo inteligente e o novo e eficiente motor Diesel parecem ser a combinação perfeita para as férias. Fizemo-nos à estrada e fomos à procura de respostas. Assim que nos instalamos no habitáculo, é imediata a sensação de espaço e, acima de tudo, de conforto. Isto deve-se, principalmente, à muita superfície em vidro, com destaque para o enorme pára-brisas que parece colocar-nos lá fora, tal é a quantidade de luz que por ali entra. Muito agradável para as longas viagens e uma boa ajuda numa condução mais urbana, ambiente onde a posição de condução elevada favorece, igualmente, a visibilidade. Os do lado de fora também agradecem, portanto. Ainda no interior, a versatilidade do Scénic pode até não ser uma novidade, mas é um argumento de tal maneira forte que é impossível não voltar a referi-lo. Nesse aspeto, contamos, por exemplo, com os bancos traseiros com regulação longitudinal e com uma consola central deslizante, com muita arrumação. O porta-luvas dá para muitos pares e no chão, quer à frente, quer atrás, existem mais compartimentos para esconder objectos dos amigos do alheio.
Quanto ao novo motor, é notória a evolução. O antigo 1.6 dCi era possante e económico, sem dúvida. No entanto, faltava-lhe alguma linearidade na entrega da potência, o que por vezes se tornava desconfortável. Este novo 1.7 dCi é, claramente, um propulsor bem mais linear na forma como se mostra. A caixa EDC, de dupla embraiagem, é rápida nas transições, mas por vezes pareceu-nos um pouco brusca, principalmente nos arranques. Ainda assim, está aprovado o casamento entre o 1.7 Diesel e a EDC6, transmissão que no modo ECO ativa a função “coasting” para ajudar a poupar mais umas quantas décimas na média de consumo. Numa utilização mista com muito ar condicionado à mistura e alguma carga a bordo, o registo no computador de bordo ficou ligeiramente abaixo dos 7 lt/100 km. Ao volante, tudo é fácil. O motor é muito disponível e a caixa EDC deixa o pé esquerdo ir de férias. A visibilidade, como referido, é muito boa e os assistentes de condução dão muito jeito nos percursos mais monótonos, onde é mais fácil perder a concentração após muitos quilómetros ao volante. Porém, se pelo caminho surgir um traçado mais sinuoso, o Scénic não se “entorna” a meio da curva, mantendo uma postura correcta e segura. Longe de ser entusiasmente, é um monovolume com uma dinâmica muito bem afinada, sem nunca deixar de dar prioridade ao conforto. O Sr. do Qashqai cinzento que encontrámos à chegada de Aljezur bem tentou escapar-se, mas a Scénic impôs-se!
Com o fim das férias, vem também a altura de devolver à Renault depois de mais de 800 confortáveis quilómetros ao volante do Scénic. E se está mais do que aprovado no que à condução diz respeito, com um novo motor mais suave e progressivo do que o que substitui, causou ainda melhor impressão a quem nele viajou. Grande por dentro mas compacto por fora, inteligente, luminoso e bem equipado. Faça-se à estrada, em segurança. Nós não vamos parar de o incentivar. A viagem ainda agora começou…