Novo Jaguar F-Type – pode não parecer, mas está melhor
Começo por dizer que é um dos meus carros favoritos. Ou seja, se querem uma primeira impressão isenta, lamento, mas terão de procurar noutro sítio. Mas isto não quer dizer que só vá dizer coisas boas! Naaaa. Não é perfeito. Tem muitas falhas. Mas é isso que significa gostar. Se só pudesse escolher um carro para sempre, o Jaguar F-Type estava no top três (os restantes ficam para uma crónica um dia destes). Antes de mais, gosto de coupes. Depois, gosto que seja um dois lugares e que não ande aqui a tentar meter mais dois atrás que não servem para nada que não seja chatear-nos há mais de 50 anos pelo facto de ter dois lugares atrás que não servem para nada (fica aqui a dica para um dos outros do top três). Depois, aquela silhueta é excelente. Nisto, há que dar mérito aos ingleses. Silhuetas é com eles. Isso, e tartes. Finalmente, porque, ainda que o preço diga um pouco o contrário, não consigo deixar de achar que o carro tem uma simplicidade que me cativa.
Este restyle ao F-Type era essencial? Não. Era necessário? Não creio. Melhorou o carro? Bastante. Então porque é que a Jaguar não o fez logo assim, sendo que o XE já tem este design há uns bons anos? Porque eles são ingleses e vá-se lá saber. O que também não se sabe, é o porquê de terem acabado com o V6, aquele que era considerado o seu melhor motor. Saber, até se sabe. Emissões e mercado americano. Não é fácil apreciar um bom motor e nas terras do tio Sam, se não for V8 com um barulho descompassado e não tiver muita cilindrada não conta. Por isso é que o V8 da Jaguar é provavelmente o menos europeu dos V8 europeus. Imagino que seja para agradar aos norte-americanos. Não me interpretem mal. Gosto bastante de um V8 bruto, mas prefiro um bom italiano a soprar (esta frase soou tão mal…)
Sendo assim, temos um novo desenho nos faróis e grelha, luzes LED com um formato em “J”, novas jantes, faróis traseiros mais esguios – embora a traseira pareça completamente inalterada e merecia mais atenção – e no interior um quadrante totalmente digital, um sistema de infoentretenimento novo com um ecran de 12 polegadas e sistema de som Meridian de série. Já ao nível mecânico, aquela que deveria ser a maior surpresa não chegou: nada de motores elétricos. É pena, até porque caso tivessem optado por um híbrido ou um full-electric, tenho a sensação de que ia vender bem. Talvez estejam a preparar para quando mudarem completamente de modelo. Ou não. Não se sabe, são britânicos. Provavelmente, não estão a pensar muito nisso. Ou em alguma coisa, na verdade. Os motores são o 4 cilindros, 2 litros turbo, de 300 cavalos e o V8, 5 litros, com 450 cavalos ou 575 na versão R, com compressor. Andam todos muito rápido, não tenham dúvida. E também devem consumir um pouco, o que é normal. Ainda assim, era de bom grado que metia um destes na minha Garagem sem piscar os olhos. Mesmo com preços a partir de 90 mil euros. Ai, se eu os tivesse! É bom? Excelente. Tem falhas? Claro!
Resta esperar para o podermos ensaiar e, aí sim, vamos contar-te tudo o que há para contar acerca deste bad boy britânico.