FIAT 500X Sport: só mesmo em Itália um fato de treino tem classe
Sempre quis ir a Itália, Já lá estive, vi 1% do que queria ver e não vim desiludido. Mas voltei com uma vontade ainda maior de “ir a Itália”. Não são apenas os seus automóveis que me atraem, portanto. É também a monumentalidade das suas cidades, a cultura e a apaixonante história daquela bota de cano alto rodeada de água. Claro que, para além das que têm rodas, há outras italianas que são também bastante especiais, seja de botas, de stilettos ou até mesmo de chinelos. Aquela gente tem classe. Sabe-se vestir e arranjar e tem gosto nisso, por muito comum que seja a ocasião.
É um país elegante, com um estilo de vida muito próprio, vibrante e contagiante. Eu, pelo menos, assim acho. É um sítio onde as pessoas se preocupam com a sua imagem, elas e eles. É o país da Vespa, de Da Vinci, do império romano, da Alfa Romeo e da Ferrari. Terra de muitas das grandes mentes da história e de várias maravilhosas criações do nosso mundo motorizado.
Isto tudo para dizer que a minha estreia em Itália foi com a FIAT, em 2018, para conhecer o restyling do 500X, o nosso ilustre convidado deste ensaio que recentemente aderiu à moda do fato de treino. E epá, elegância e classe são conceitos que, embora muito próprios de Itália, não andam propriamente de mão dada com o estilo desportivo e descontraído de um fato de treino. Só que até isso a FIAT teve mestria em conciliar.
Mas atenção: o 500X Sport não é um puro desportivo. É sim um crossover urbano de inspiração desportiva. No entanto, a FIAT também não se limitou a vestir-lhe uma roupa mais folgada e a calçar-lhe dois pares de ténis. Por isso escusam de apontar e criticar ao dizer que não merece os 150 cavalos do motor, a Alcantara do habitáculo e as belas jantes de 19 polegadas porque não é verdade. A suspensão foi modificada, colocando o 500X mais perto do solo, bem como a resposta da direcção que é agora mais rápida e isso nota-se quando estamos ao volante.
O 500X Sport é por isso bastante ágil e rápido o suficiente para nos divertirmos ou até mesmo impressionarmos outros condutores mais distraídos, aqueles que julgam que debaixo do fato de treino está um motor Diesel mais molengão. Nada disso! O motor a gasolina 1.3 Turbo da família FireFly é uma unidade muito competente e acelera o 500X com grande à vontade. Suave no funcionamento e sempre muito disponível graças aos 270 Nm de binário, é um motor que chega a surpreender assim que o ponteiro passa as 2 mil rpm.
Quem, infelizmente, nem sempre está à altura é a caixa de velocidades de dupla embraiagem – dispõe de patilhas no volante – que responde bem a uma utilização normal e mais moderada, mas que nestes momentos mais exigentes se mostrou, por vezes, algo hesitante e lenta. Também me pareceu ser a DCT uma das principais responsáveis (para além de mim…) pelo consumo que dificilmente desceu dos 8 lt/100 km. Mas lá está: trata-se de um FIAT 500X Sport e não de um Abarth 500X esseesse. Se assim fosse, a caixa teria outra calibração ou, até mesmo, uma transmissão manual no seu lugar.
A imagem desportiva e a performance convincente do seu motor a gasolina são apenas mais dois argumentos num 500X que partilha com as demais versões da gama muitos outros pontos positivos. É espaçoso, bem equipado, prático e tem aquela “pinta” do 500 que tantos fãs reúne e clientes convence. Aos meus olhos, e mesmo esquecendo o carinho especial que tenho pelo carro que me “levou” a Itália pela primeira vez, tenho de admitir que fiquei fã do 500X de fato de treino. A classe e elegância do estilo urbano italiano não desapareceu e a condução deste 500X é bem mais ligada e entusiasmante para quem se senta ao volante. Só lamento não o ter conduzido nas ruas de Turim como da outra vez. Isso sim, seria um dia com ainda mais classe.