Ford Focus RS, não vás, ainda não estou pronto para te deixar
Infelizmente, a Ford confirmou o fim da linhagem Focus RS. Mais do que perder uma sigla, é um autêntico desgosto. Estava, ansiosamente, à tua espera.
O Ford Focus é um dos modelos mais importantes da história recente da marca norte-americana. Não é segredo nenhum que teve a difícil tarefa de substituir o nome Escort, mas conseguiu ganhar ímpeto e hoje é um dos compactos mais procurados do mercado. Há uns tempos tive a possibilidade de passar uns dias com um Focus da actual geração, a quarta. Fiquei impressionado com as capacidades daquele belíssimo chassis. Lembro-me que uma das primeiras coisas que comentei com o João Isaac é que esperava ansiosamente pelo RS. Tinha tudo para ser um dos melhores hot hatch do mercado numa altura em que tem concorrentes como o Honda Civic Type-R ou Mégane R.S Trophy. A Ford já provou que não sabe fazer maus desportivos e este era aquele pelo qual eu mais ansiosamente esperava, até esta semana.
O que nos traz aqui hoje é o desgosto de perder uma sigla tão importante para os petrolheads: RS. Sim, a Ford decidiu pôr fim à linhagem Focus RS devido às malditas emissões de CO2 e também por contenção de custos. É uma notícia que me deixa um sabor amargo na boca pelas expectativas que andava a criar. Todos os rumores de potência, electrificação, detalhes técnicos, criaram um imaginário na minha cabeça que só perguntava quando é que podia sentar-me ao volante de um.
Mk1, 2, 3… e pára por aqui
Para a história ficam três gerações de brilhantismo e sucesso no desporto motorizado, nomeadamente no WRC com as duas primeiras. A primeira geração é, na minha opinião, a mais bonita de todas. Foi amor à primeira vista e ainda hoje estou apaixonado. O motor 2.0 lt 16V de 215 cavalos, com um visual idêntico ao daquele utilizado pela lenda Colin McRae no WRC, ainda hoje é um dos meus desportivos favoritos. A segunda geração foi igualmente impressionante. Motor 2.5 lt com cinco cilindros e 305 cavalos: a receita perfeita para uma sinfonia que vira cabeças por onde passa. Como não ficaram satisfeitos à primeira, decidiram ainda aumentar para 350 cavalos na rara versão RS500.
E o Mk3, quando ninguém esperava, tornou-se no último da linhagem. Motor 2.3 EcoBoost de 350 cavalos, tracção integral e um mítico modo “drift”. Resumindo, o que todos têm em comum? A evolução foi contínua, não só na potência, mas também nas competências dinâmicas. Tudo isto iria ser ainda melhor na quarta geração, esta que devia estar para breve, mas ao invés disso, nem sequer vai chegar. Vais deixar saudades, RS.
Fotos: oficiais