Desafio #3: melhor carrinha plug-in até 60 mil euros. Escolhemos estas
Depois do desafio do melhor design SUV até 40 mil euros, calhou-me a mim (D.L,), escolher o próximo desafio: carrinhas híbridas plug-in até 60 mil euros. Para esta terceira demonstração de gostos na Garagem, optei por um tipo de carroçaria que está a perder alguma importância desde a chegada dos SUV. Pessoalmente, eu acredito que as carrinhas ainda são uma excelente escolha como carro principal de uma família e, em acrescento, com a motorização da moda: os híbridos plug-in. Se por um lado tem um carro para passeios de fim-de-semana, por outro consegue poupar com a motorização híbrida durante a semana de trabalho, dinheiro esse que pode ajudar a comprar brinquedos “para os putos” ou, como a vida não é só brincadeira, material para a escola. Sem esquecer que os plug-in começam a ser famosos dentro das empresas devido aos benefícios fiscais associados, um dado que ajudou a crescer a oferta.
D.L.
Para este desafio a minha escolha vem da Alemanha. Falo da Volkswagen Passat Variant GTE, uma carrinha que a mim me diz muito. Em primeiro lugar, neste modelo a versão carrinha tem mais importância nas vendas do que o três volumes. Depois, o habitáculo é robusto e cuidado, algo que nunca faltou em toda a história deste modelo, e apresenta um espaço considerável para tudo e todos. A bagageira sofre com a inclusão das baterias ao passar de 650 litros (versão a combustão) para 483 litros. Mas ainda assim é um valor bastante considerável.
Tratando-se da versão GTE, está equipada com o 1.4 TSI associado a um propulsor eléctrico, para um total de 218 cavalos. Já a bateria de 13 kWh permite percorrer até 55 quilómetros em modo eléctrico algo que, feitas as contas, permite a várias pessoas fazer o percurso casa-trabalho-casa sem usar combustível ou, pelo menos, usar menos do que o habitual.
Quanto à configuração, escolho a Volkswagen Passat Variant GTE+ que começa nos 50 700 euros. Este valor dá-me margem para esbanjar praticamente 10 mil euros em equipamento. Quem me dera que fosse verdade! Personalizei com branco Pure (157 €), Pacote R-Line Sports com suspensão adaptativa DCC (348 €), Sistema Area View 360 graus com câmara traseira (977 €) e bancos em couro Vienna (2388€). Por último, Sistema de som “Dynaudio Contour” (1359 €) para meter os “putos” a abanar o capacete.
Pode não ser tão potente como as Mercedes-Benz 300de, pode não ser tão estilosa como a Peugeot 508 SW, mas mantém a filosofia que a Passat veio construindo ao longo dos anos: não é a melhor numa coisa só, é muito boa em praticamente tudo.
João Isaac
Visualmente, prefiro, quase sempre, um carro a uma carrinha, em quase todos os modelos e segmentos. Este modelo que escolhi não é excepção, embora tenha de admitir que a carroçaria station wagon esteja igualmente bem conseguida. Mas como o desafio desta semana me obriga a escolher uma destas outrora amadas carrinhas – recentemente tramadas pelo fenómeno SUV – equipada com motor híbrido plug-in e com um preço máximo de 60 mil euros, vou optar por um modelo que não está ainda disponível. É batota, eu sei, mas tenho uma boa desculpa. Sabendo que este modelo está para ser lançado em breve, neste momento, com 60 mil euros no bolso para gastar numa carrinha híbrida plug-in, eu comprava…nada. Esperava, algo a que estamos, recentemente, habituados.
Isto apesar de gostar muito da Peugeot 508 SW e da Volvo V60. Ainda assim, prefiro optar por algo do segmento abaixo, com um design mais compacto e desportivo que ajude a compensar o facto do meu colega me ter obrigado a “comprar” uma carrinha. Tudo isto para dizer que preferia esperar pelo fim desta desarrumação social e profissional em que nos encontramos e comprar a belíssima Cupra Leon ST mesmo que não seja ainda conhecido o seu preço, o qual, aposto, cumpre com os requisitos deste desafio. Isto, diga-se, é um pormenor insignificante dado o meu actual poder de compra.
Com uma potência combinada de 245 cavalos e uma autonomia eléctrica de 60 quilómetros, acho que fico bem servido. Depois só me faltam as montras, para me babar ao ver o seu reflexo. É lindíssima! No entanto, se os meus colegas acharem que fiz batota ao escolhê-la, o que é aceitável, fujo para uma estrada com curvas e a traseira da Cupra Leon ST vai ficar cada vez mais pequena nos pára-brisas das suas carrinhas híbridas. A não ser que alguém a tenha escolhido, também.
Jota Pê
Bom… começo por dizer que a minha escolha para este novo desafio ainda não chegou ao mercado, mas sabemos que a coisa estará por dias. Trata-se, por isso, de uma novidade absoluta, este BMW 330e em versão Touring, dotada de uma conjugação híbrida de um motor 2.0 turbo a gasolina com um ajudante-de-campo a electricidade, produzindo-se uns parcos 292 cavalos. Fã confesso de carrinhas é, por isso, grande a curiosidade por este complemento ao sedan, já à venda há algum tempo e que pode ser configurado aqui. Não havendo, ainda e por isso, preço oficial, faço a coisa por estimativa, levando em conta o habitual diferencial de 1 500 euros praticado entre as duas carroçarias, nas restantes versões do BMW Série 3.
Não me posso alargar muito no nível de equipamento – para o mais desportivo ‘M’ o guito não chega… – pelo que opto pela versão Line Sport, equipada q.b. e junto-lhe o Pack Connectivity e o sistema de som hi-fi, ficando, assim, perto do tecto de 60 mil euros que me é imposto. Mantenho, por isso, as jantes de liga leve de 17 polegadas (raios duplos e pneus 225/50 R17), o volante desportivo original, os estofos em tecido Sensatec preto, sem que nada mais possa acrescentar, pois os restantes packs vão para lá do orçamento.
Mas a novidade aqui é a mecânica associada a esta 330e Touring, um quatro cilindros de 2,0 litros, de 184 cavalos e tecnologia TwinPower Turbo, e que conta com um ajudante eléctrico (mais 113 cavalos) integrado na transmissão automática Steptronic, de 8 velocidades. Aos 252 cavalos normais há ainda um kick extra de 40 cavalos durante 10 segundos, pelo que, com o pé a fundo, os equídeos sobem aos 292, para um binário máximo de 420 Nm. Uma vez colocados no chão pelo avançado sistema de tracção traseira, os 0 aos 100 km/h fazem-se em 6,1 segundos e a velocidade máxima sobe aos 220 km/h. Em modo 100% eléctrico a autonomia máxima anunciada é de 65 quilómetros, claro que dependendo do grau de exigência do condutor.
Já na cor, gostava mesmo era do Azul Tanzanite, mas são 2 050 moedinhas, pelo que tem que ficar em Branco Alpine, sem custo. Isto de andar a contar os tostões…!
Mariana Figueiredo
Caramba! Juro que me esforcei para não escrever sobre a Volvo… Mas o desafio escolhido pelo D.L. era uma carrinha plug-in com preço abaixo de 60 mil euros… Não é nada fácil, primeiro porque não gosto muito de carrinhas e segundo porque não há assim tantas alternativas plug-in. Então, fiz pesquisa, perguntei a amigos e, ainda, tentei ler as borras de café, mas todos os caminhos vão dar à carrinha V60 Recharge R-Design Expression, T6 340cv Plug-in hybrid Geartronic AWD. E aposto um gel desinfectante em como mais alguém da equipa da Garagem vai escolher este modelo.
Não existe, na minha opinião uma carrinha plug-in que marque tantos pontos em estética, conforto, autonomia e segurança neste range de preços. É de facto uma escolha muito equilibrada. Neste modelo configurado, complementei com jantes de 19”, claro! E adicionei estofos em pele porque adoro o cheiro, não gosto de passar tardes a aspirar os estofos e porque valoriza imenso o carro. É um luxo que já não consigo dispensar. Este modelo, tal como está, fica por 60 051 euros. Fica um jantar acima do preço do desafio. Espero não ser desqualificada.
Rafael Aragão
Correndo o risco de repetir a escolha de algum dos meus colegas e de algum já ter dito exactamente isto que acabei de dizer, apresento a minha escolha para aquela que não só é a carrinha híbrida recarregável para a família até 60 mil euros que eu acredito ser a melhor escolha, como é muito provavelmente a única carrinha que eu alguma vez compraria. Primeiro, pela minha aversão quase alérgica com carrinhas (e com SUVs, claro). Depois, porque a desculpa “é para a família” nunca pegou comigo. Qual é a diferença que 300 litros vão fazer quando esse volume todo está para cima? Se for para construir um mezanino na bagageira, então pronto, tudo bem, concordo. Aproveita-se e mete-se lá uma kitchenette que dá sempre jeito. Agora, a não ser que tenham desenvolvido uma técnica que mete a bagagem a flutuar ou vão carregar paletes muito pequenas, não faz sentido nenhum. “Ah, porque é preciso levar o carrinho do bebé!”. Então mas não vos explicaram que os carrinhos encartam-se? Ou querem levar lá o carrinho de bebé com o bebé? Assim compreendo.
Bom, vamos lá à escolha. É a Volvo V60 T6. E porquê a T6 e não a T8 que tem mais 50 cavalos? Bem, porque 340 parecem-me ser suficientes e custam menos 3 mil euros, o que para este desafio dá jeito. Ainda assim, é um nível de potência que só faz sentido porque sou tolo. Há soluções no mercado com menos potência, igualmente híbridas recarregáveis e mais baratas. Mas, lá está, não são uma V60. Mete-se-lhe uma cor cinza “birch light” (porque, como se sabe, carros ecológicos só andam se tiverem cores claras), bancos em tecido, aquecidos, e o volante também aquecido e tudo isto fica por cerca de 59 mil paus. Têm um carro para a vida e não digam que vão daqui.
Fotos: oficiais