Jeep Renegade. Um SUV ao qual se pode chamar “jeep”
Testei o Jeep Renegade “Orange Edition” durante um bom fim de semana de praia e não deixou nada ao acaso.
Este Jeep Renegade de renegado só tem mesmo o nome, a avaliar pela quantidade deles que tenho visto na estrada. Aparentemente, as pessoas adoram-no! E eu acho que fazem muito bem. Estive a ensaiá-lo durante um fim de semana em que decidi ir para umas praias mais longínquas – caramba, dito assim até parece que fui para o Gerês – para evitar aglomerados de pessoas e vi uns 3 ou 4. Depois, quando o devolvi à marca, fui para casa e vi mais 2. E isto tudo na região de Lisboa. Ok, não quer dizer que se vendam muitos, mas com um preço a partir de cerca de 21 mil euros, é normal que as pessoas o equacionem.
Motor e Equipamento
Primeiro, porque é um SUV. Segundo, porque tem a mística “Jeep”. Terceiro, porque tem uma boa relação preço/qualidade/motor/espaço/etc, apesar dos plásticos das portas serem de uma qualidade fraquinha e um toque rijo. Os restantes estão bem. Esta “Orange Edition” vem com vidros eléctricos, sistema “keyless”, sensores de chuva e luz, espelhos retrovisores rebatíveis electricamente, máximos automáticos, ar condicionado automático dual-zone, pintura exclusiva, riscas preta e laranja exclusiva na pintura e nos símbolos, e alguns easter eggs que são transversais ao modelo, como o pequeno Jeep e o “big foot” no pára-brisas e no vidro traseiro.
Para além disto, o sistema de infoentretenimento é touchscreen de poucas polegadas, mas é responsivo e intuitivo, com uma boa utilização. Tem integração com Android Auto e Apple Car Play e o sistema de som é satisfatório. O motor que equipava este carro era o 4 cilindros, a gasolina, 1.3 litros turbo com 150 cavalos e caixa automática de 6 velocidades. O motor é bom, responde bem a partir das 2.000 rotações e puxa quando é preciso. O menos bom é a caixa. É muito hesitante e atrapalha-se um pouco quando precisamos dela. Para andar suavemente, a rolar, é óptima e nem se dá por ela. Mas se precisarmos de uma redução mais rápida ela hesita um pouco. Os consumos não foram nada maus e consegui fazer uma média de 8l/100km, em cerca de 300 quilómetros de ensaio, ligeiramente acima do que a marca anuncia (7,2). Há também um pequeno motor de 1 litro, turbo, com 120 cavalos e caixa manual, com um consumo ligeiramente melhor, e um motor 2 litros a gasóleo, de 170 cavalos, exclusivo na versão Trailhawk, com tracção integral e um custo de 56 mil euros.
Offroad?
Para o fora-de-estrada – e testei um pouco – percebe-se que o carro tem competência e até foi feito a pensar um pouco nisso. Pena que esta versão venha com umas jantes enormes de 19 polegadas com pneus de baixo perfil. Bad call, Jeep! A receita é simples: é uma berlina ou um hatchback com vocação de pista ou rally? Pode ter. É um SUV? Seja qual for? Não pode. Perde-se em conforto, capacidade offroad e em consumo. Por isso, o meu conselho a quem vai comprar um Renegade – e eu acho que faz muito bem se gosta de um SUV que não compromete e que tem uma boa pinta – é que escolham umas jantes mais singelas, de 15 ou 16 polegadas, e uns pneus que tenham alguma “chicha”. Não só vai melhorar o conforto e o consumo como se for preciso andar fora de estrada o resultado é mil (eiii que exagero) vezes superior.
Conclusão
Pelo que testei posso dizer-te que é um bom SUV, mesmo com algumas limitações. Umas mais fáceis de solucionar, outras nem tanto. Mas, ainda assim, se procuras um SUV que tem estilo, espaço, um motor competente e a mística “jeep”, o Renegade é uma hipótese a considerar. O preço parece-me adequado e ao volante conseguimos, até, sentir que estamos num carro melhor do que é. Transmite boas sensações de condução e a habitabilidade é bastante boa para quatro adultos bem como o espaço de arrumação e bagageira. Foi bom andar num verdadeiro “jeep” para variar.
Fotos: Garagem