Hyundai i10. Citadino, cool e compacto
O supermini da Hyundai é uma das melhores propostas do mercado, senão a melhor. Com muita qualidade, um design cada vez melhor e uma postura em cidade que mete qualquer um em sentido.
Desde 2007 que o Hyundai i10 está no mercado e ao longo destes anos, apesar de estar, apenas, na sua terceira geração, tem vindo a evoluir muito. Mas mesmo muito. A marca sul coreana padeceu, durante muitos anos, de um problema que se chamava mercado. A Europa nunca foi , definitivamente, o seu, mas isso começou a mudar desde há uns 4 anos. A Europa tem, não só, regras muito específicas, como um gosto muito particular. Na minha opinião, para melhor. Tanto é, que muitas marcas apostam as fichas todas nos seus modelos para o velho continente. Nós estamos para o mercado automóvel como Nova Iorque está para o mundo do showbiz: if you can make it here you can make it anywhere.
Comecemos pelo design, porque os olhos são os primeiros a comer. Excepto se eu estiver na sala. Nesse caso sou eu. Alguém tem de começar, certo? Se a primeira geração era um pequeno borrão de tinta que fazia lembrar um batráquio, a segunda melhorou e trouxe um pouco mais de arrojo. Linhas um pouco mais vincadas e um design no geral mais dinâmico. Venderam alguns, naturalmente, mas não convencia os mais convencionais. A mim convenceu-me. Gostei imenso do carro e gostei que tivessem mantido as coisas boas para a nova geração. Para começar, as portas. Eu sei que é estranho, mas acredita. Se houvesse um concurso de características automóveis e as portas fossem um dos pontos avaliados, o i10 batia-se taco a taco com os melhores do segmento premium. Desde o manípulo robusto e com uma sensação de qualidade, até ao bater da porta, abafado, sem ecos ou aquela sensação de que a chapa esta a sofrer. Ouve-se aquele “bof” e a porta cola-se de forma completamente estanque à carroçaria. Algo que não encontras em nenhum outro carro do segmento e que só começa a aparecer em carros com preços a partir de umas três dezenas de milhares. Isto, para mim, vende um carro.
Felizmente, essa sensação de qualidade transita para o interior. Os materiais nunca vão ser os melhores. Não é suposto. Mas é bom ver que são muito aceitáveis. Plásticos moles e uma boa construção. Os botões estão bem montados e parece que não vão abanar ou sair do sítio por muito anos.
Esta terceira geração é aquela que elevou o design ao nível do gosto europeu. Tem uma vibe meio anos 90, mas sem contar com a época do eurodance (ainda que uma versão i10 Vengaboys convencia-me). Arredondado q.b. e com linhas que me fazem pensar no anglicismo cool, tem uma frente com impacto e flui para a traseira de forma harmoniosa. Para quem gosta de linhas mais vincadas, este não é o carro, mas para quem, como eu, gosta de um certo equilíbrio arrojado, está bom, não mexe mais.
A versão que testei trazia a caixa automática robotizada de 5 velocidades que, a meu ver, é desnecessária. A manual é melhor e mais barata. Sim, depois de alguma habituação a coisa dá-se, mas se é para ser robotizada mais vale sermos nós a fazer as passagens. Ainda assim, não deixa de ser engraçado sentir a caixa a fazer a mudança como se tivesse um pequeno duende lá dentro do motor a pisar a embraiagem e engrenar a velocidade. O motor é o três cilindros, a gasolina, com injecção multiponto, de 1 litro e 67 cavalos e 96 Nm de binário. Parece pouco, eu sei, mas para cidade chega e sobra para meter o i10 a andar nas horas… e com um consumo de 5,4 litros a cada 100 km. Sim, em cidade, e sem ter tido qualquer preocupação. Felizmente, está para chegar o novo i10 N-Line com muito mais pica. Assim que chegar podes vir aqui e ao nosso canal do YouTube para veres o que achamos dele. Vamos adorar, como é óbvio, mas vem cá na mesma.
Por menos de 15 mil euros (ou preço de campanha de 99 € por mês) compram um carro que tem espaço suficiente para cidade, com um motor poupado, bastante equipamento tecnológico e de segurança (é o mais seguro da sua classe) e um design que sim, senhor. Ah, e também se porta bem em curva, ainda que, como disse, para isso mais vale escolher a versão N-Line com 100 cavalinhos. A isto, junta-lhe 7 anos de garantia sem limite de quilómetros e está feito.