No meio está a virtude. Quase sempre…
Não quero que este texto se transforme em mais do que um relato da minha experiência. Não quero que se transforme igualmente num desabafo nem que me interpretem como um vigilante, um daqueles que tem a mania que nunca errou e que nunca mais errará ao volante. Tretas. Também tenho os meus momentos de distracção enquanto conduzo, também cometo erros. Faz parte do acto da condução e só não acontece a quem nunca guiou um carro. Quem disser o contrário, “das duas, três”: ou é mentiroso ou foi sempre passageiro. E o que mais confusão me faz são os enormes disparates e irresponsabilidades que nada têm a ver com “azelhice”, erros ou falta de experiência. É só esperteza, “chico-esperteza”.
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E a virtude está mesmo quase sempre no meio. Só que quando conduzimos em auto-estrada, a virtude está mais à direita, pois é desse lado da via que devemos conduzir, quase sempre, claro. Está a virtude e está a lei, porque é o que diz o código da estrada, aquele livro que quem leu, não lhe voltou a pôr os olhos em cima e que serviu de acendalha para grelhar as sardinhas naquele primeiro domingo depois do exame de condução. As autoridades também o dizem, bem como as inúmeras placas de sinalização colocadas na berma: “circule pela direita”. Só que não. Circulemos pelo meio, até porque “a minha saída é já daqui a 27 quilómetros e assim, como até vou a 110 km/h, vou bem aqui, sem empatar os rápidos que vão na esquerda e sempre vou passando os lentos que de vez em quando surgem à minha direita”. Só que não. Não é permitido andar a 60 km/h na faixa da esquerda, mas é permitido andar a 120 km/h na da direita. Por essa razão, não há cá faixas para lentos nem para rápidos. Há faixas, há opção consoante o tráfego e o ritmo a que circulamos mas sempre, sempre, o mais à direita possível.
Tenho a solução para este problema, senhores do governo ou membros da autoridade: coloquem a enorme sinalização “Circule pela direita” na faixa do meio. Tenho quase a certeza de que os infractores começam a respeitar e a sinistralidade vai de certeza diminuir. Isto porque o alerta para a inovadora localização da placa vai com certeza passar rápido porque ainda bem antes da saída, para a qual faltam os tais 27 quilómetros, já todos os contactos do WhatsApp receberam uma mensagem, escrita, “voice” ou até um pequeno vídeo feito com um joelho no volante, a alertar para a presença desta nova sinalização por mim proposta. Não precisam de agradecer. Eu nem faço assim tanta auto-estrada.
Fotografia: Automotiva