Desafio #8: o melhor primeiro carro até 5 mil euros
Desta vez o desafio da equipa é orientado para todos aqueles que acabaram de obter a carta de condução e querem um primeiro carro ou que procuram um carro para treinar a condução, por exemplo. Daí, cada membro da equipa vai escolher aquele que é, para si, o melhor primeiro carro com um preço até 5 mil euros. A ideia não é comprar um carro que seja para escavacar, mas um carro que vais poder utilizar durante os primeiros anos ou até, quem sabe, durante muito tempo… até surgir aquela troca de embraiagem e caixa. Atenção que um valor destes já compra coisas bem jeitosas! Não acreditas? Então vê as nossas escolhas.
Rafael Aragão
Para começar, um primeiro carro deve ter um consumo simpático. Sei do que falo. O meu primeiro carro tinha um consumo de 10 euros aos 100 km. Lá andava eu todas as semanas a meter 10 euros de cada vez sempre que ia dar uma volta. Acredito, até, que o carro também andava a gás, a avaliar pela quantidade de vezes que tinha o carro na reserva. Depois, tem de ser a gasolina porque têm um comportamento que prefiro e que ajuda a desenvolver os pontos de embraiagem e o controlo sobre a máquina. Por fim, não ter muitos quilómetros. Usados com mais de 150 mil quilómetros, a gasolina, são um risco. Mas um risco controlado se comprares um carro com garantia do stand, por exemplo. Vi muitos para este desafio, mas o Citroën C2 de 2004 por 3.450€ pareceu-me uma boa opção. 60 cavalos, 1.1 litros a gasolina, 80 mil quilómetros, 1 ano de garantia e os 1.550€ que sobram dão para o seguro e para combustível e uma ou outra eventualidade que possa (e vai) surgir. Também vi um Fiat Grande Punto de 2008 com 90 cavalos e quase 150 mil quilómetros pelo valor limite do desafio e com garantia. Também é uma boa opção para os que preferem gasóleo. É um motor que dura, tem consumos entre os 4 e 5 litros e ainda dá para muitos quilómetros.
Guilherme André
Quando se trata de escolher o primeiro carro, há sempre alguns dilemas. Todos nós já passámos por aquela fase em que todos os familiares, amigos ou conhecidos gostam de meter o bedelho quando estamos a escolher o primeiro carro e descobrem sempre um problema em quase todos os carros. Para além disso, o dinheiro não estica e, em grande parte dos casos, temos de optar com um carro mais velho e acessível. No meu caso, como primeiro carro até 5000 euros, escolhi o Volkswagen Golf 1.9 TDI da quarta geração.
Em primeiro lugar, gosto deste motor e ainda existe à venda algumas unidades em estado muito bom que passaram por mãos menos exigentes. Sim, porque sendo um bloco facilmente modificado, é um carro com procura no mundo do tunning. Mas tentando fugir a esses e optar por uma escolha segura, descobri que o Golf IV está num preço inferior aos 5000 euros. Pode não ser um desportivo ou uma bomba para impressionar os amigos, mas tem coisas que o tornam numa escolha racional. Com os cuidados certos, é um motor com bastante longevidade, tem espaço para levar os amigos e, nos dias mais quentes, basta ligar o ar condicionado. Sem esquecer que já conta com alguns sistemas de segurança como controlo de tracção e ABS. Só tenho pena de quando tive de escolher o meu primeiro carro o orçamento fosse inferior a este. Também escolhi um Golf, mas foi da segunda geração.
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Jota Pê
Recuemos a 1998, ano em que a Ford surpreendeu meio mundo (e a outra metade também) ao matar uma das suas “galinhas dos ovos de ouro” – o Escort – mas outro modelo chegava para o substituir – o Focus – proposta que cortava, em absoluto, com tudo o que era o já cansado antecessor, assumindo-se como ainda mais mundial, sob umas vestes algo revolucionárias.
Era esta, à altura, uma das filosofias da marca americana, querendo chegar a clientes de todo o planeta com modelos semelhantes, aqui e ali adaptados a cada mercado, sob um mesmo nome.
O lançamento do alternativo Focus fez, por isso, correr muita tinta, até pelo nome, já que a revista alemã “Focus” poria a Ford em tribunal, alegando que o nome lhe pertencia, situação entretanto sanada com uns acordos que terão tido uns quantos zeros associados.
Foi logo em 1998 que comprei um Focus de 1ª geração, uma Station Wagon com motor diesel 1.8 TDdi de 90 cv, que nunca me deu problemas, pelo que ainda hoje me pergunto porque raio a troquei anos mais tarde. Enfim… cenas!
Por isso, a minha sugestão de carro por 5.000 euros, inerente a este nosso 8º Desafio, é um Ford Focus, mas de 3 portas, com mais ar de primeiro carro, para as curvas e contracurvas, havendo, nas plataformas de usados, originais de 1998 ou com o refresh de 2001, com os tais 1.8 diesel de 90 cv ou com um mais espevitado 1.8 TDCi de 115 cv. Também os há a gasolina (1.4, 1.6 e até 2.0) com quilometragens variadas e estados de conservação a analisar caso a caso, de preferência junto a quem perceba da poda. Afinal, estamos a falar de carros com duas décadas e, decerto, alguma tareia em cima. Mas, por este preço, não se pode ser muito esquisito, não é?
João Isaac
O melhor primeiro carro que se pode comprar com cinco mil euros é o meu. De longe. Aliás, vendi-o apenas no ano passado, mais de uma década depois, com zero chatices pelo meio. A ferrugem já começava a ser um problema na época das chuvas, admito, pois a água já se metia onde não devia. Mas foi entregue com 375 mil km em cima e soava tão bem como no dia em que o comprei com 195 mil km. Soava como um motor a gasóleo dos anos 90 devia de soar, barulhento e poluidor, mas robusto e mais do que fiável. Aliás, quando a questão é fiabilidade, poucos motores lhe fazem frente.
Mudanças de óleo na altura certa, bem como da correia de distribuição e bomba de água garantiram-me dez anos de utilização livre de problemas. Nunca lhe pus uma gota de óleo ou líquido de refrigeração para acerto de níveis, mas andava sempre em cima disso. Folgas na suspensão e direcção? Se lá estavam, e com tantos quilómetros estavam certamente, nunca se deixaram ouvir. A embraiagem foi substituída depois dos 300 mil quilómetros e foi mais por precaução do que por necessidade. Com 90 nervosos cavalos e um peso baixo, andava bem. Mas mesmo muito bem! Para além disso gastava pouquíssimo. Visitou os quatro cantos de Portugal, alguns deles mais do que uma vez e foi à terra dele variadíssimas vezes, ver os “hermanos”. Foi o meu fiel companheiro de estrada durante algum tempo em que fazia 100 quilómetros por dia, todos os dias. Nunca se queixou. Não tinha ar condicionado, mas já tinha ABS e quatro airbags, estes últimos nunca testei, felizmente. Foi aquilo que sempre desejei ter e estava mais do que pago com a utilização que teve. Actualmente, é difícil encontrar um como o meu estava, de origem, estimado e sem acidentes. Mas não há melhor primeiro carro que o meu SEAT Ibiza TDI. Saudades.
Estas foram as nossas escolhas. Parecem-te bem? Qual seria o carro que escolherias para o teu primeiro carro? Qual foi o teu primeiro carro? Deixa os teus comentários no nosso Instagram e “taga” a Garagem nas fotos do teu primeiro carro, se ainda o tiveres, ou no teu carro actual. Obrigado por acompanhares a Garagem e continua desse lado.
Fotos: Oficiais/Tiago Costa