Novo Opel Corsa-e. É electrico e é bom
Já não é novidade mas, ainda assim, é um ensaio que aqui na Garagem tínhamos muita vontade de fazer. Primeiro, porque é o novo Opel Corsa; segundo, porque é eléctrico. Vê o que achámos desta solução ecológica para a cidade.
O novo Opel Corsa chegou ao mercado no final do ano 2019 e partilha a plataforma CMP com o Peugeot 208, fruto da entrada para o Grupo PSA. O chassis é praticamente igual, embora com algumas diferenças de comportamento face ao peso (que, em ambos os casos, anda ali perto dos 1000 quilos) e suspensão, por exemplo. O design, esse, é totalmente diferente, o que faz com que por fora não se perceba qualquer parecença. No interior, mantêm-se as diferenças, sendo que os únicos componentes partilhados são o manípulo da caixa automática e uns quantos botões. É natural. Partilhar a plataforma não significa fazer tudo igual. Mal seria!
Tecnologia e motor
Ainda assim, quando abri a porta traseira, percebi imediatamente que há traços iguais. A saliência da carroçaria junto do trinco da porta é tão grande que dificulta o acesso aos bancos traseiros. Nisto são iguais. Não estamos a fazer um comparativo com o seu irmão 208 – vê aqui o ensaio que o Isaac lhe fez – mas a Opel podia ter ido por um caminho um pouco mais moderno no interior. Não me entendas mal. O interior é muito bom. Confortável, minimalista q.b. e com um design fluído, mas fiquei com a sensação de que podia ter ido mais longe. Ainda assim, ao nível tecnológico, usaram a receita certa. Apple Car Play, Android Auto, touchscreen amplo com 12 polegadas, carregador sem fios para smartphone, ajudas à condução actuais e os sistemas de segurança que hoje em dia são quase obrigatórios, especialmente num citadino.
Segue-nos no Instagram e fica a par do que andamos a fazer!
O que mais me interessava era experimentar a versão eléctrica, até porque já se tinha falado muito acerca dela, tanto no Corsa como do 208 e porque foram os primeiros a trazer esta solução para o segmento. Um motor de 136 cavalos e 260 Nm de binário, que puxa bem quando é preciso e que se conduz com imensa facilidade e uma bateria capaz de 350 quilómetros de autonomia anunciada. Sabemos que é sempre um pouco menos, mas espantou-me o facto de não ser assim tanto quanto isso. Quase totalmente carregada, anunciava 300 quilómetros quando o fui buscar. O consumo médio anunciado é de 17kWh e eu não só consegui atingir esse valor, como em algumas voltas pela cidade, consegui valores mais baixos. Aqui reside a grande vantagem dos eléctricos: se a condução for cuidada e calma, em cidade não consomem quase nada. O motor está sempre com a sua eficiência máxima (ao contrário dos térmicos que precisam de atingir a temperatura certa para um funcionamento óptimo) e têm a força disponível imediatamente.
Vale a pena?
A desvantagem: ainda são relativamente caros em comparação com as alternativas a combustíveis fósseis. No caso do Corsa, comparando-o com o equivalente 3 cilindros, 1.2 litros turbo com 130 cavalos, de 22 mil e poucos euros, são cerca de 9 mil euros, o que ainda é algum. Dá para seguro, combustível e manutenção durante algum tempo. Mas, para quem procura um eléctrico, o diferencial de preço não é para ter em conta. Até porque, se for para usar durante muitos quilómetros, não só se vai poupar bastante em combustível, como em poluição também (é importante lembrar que os carros eléctricos poluem mais no fabrico, embora se consiga diluir a poluição e tornarem-se, efectivamente, verdes, se forem utilizados durante muitos quilómetros). Por um preço a partir de 30.000€ está aqui um carro muito bom para quem procura uma solução citadina, que permite fazer viagens mais longas se forem planeadas graças ao carregamento rápido. Tem conforto, qualidade, um design que está muitíssimo melhor que o anterior e, no geral, uma opção a ter em conta.
Fotos: Garagem