Hibridização também vai chegar às 2 rodas
Se a electricidade promete entrar de rompante nos diferentes campeonatos de automobilismo, tema a que nos referimos em anterior edição, no mundo das duas rodas também já há mexidas que podem / vão alterar a paisagem nos diferentes circuitos mundiais, sejam eles de velocidade, motocross, rally-raid ou outros. É, por isso, inevitável que a nova energia do Século XXI passe a ser uma alternativa aos actuais blocos de combustão que equipam as motos que vemos nos diferentes campeonatos.
O MotoE, oficialmente designado como FIM Enel MotoE World Cup, é uma taça de que conta com o aval da FIM e que se corre integrada nos programas do Moto GP, com motos de estrutura tubular com motor síncrono AC arrefecido a óleo, baterias de iões de lítio e acelerador do tipo ride-by-wire. Têm uma velocidade máxima de 270 km/h, a partir de motores de potência contínua de 120 kW (160 cv).
A categoria esteve para arrancar em Março de 2019 em Jerez de La Frontera, mas um incêndio no espaço onde as motos e baterias estavam guardadas destruiu todo o lote. A retoma aconteceu em Julho, para a primeira de 6 corridas, sagrando o seu primeiro campeão de sempre. A temporada de 2020 viu-se afectada pela pandemia, tendo agora 7 corridas no seu programa, duas delas já disputadas.
O AMA Amateur National Motocross Championship (EUA) já permite a participação de motos eléctricas pelas mãos de pilotos júnior, sendo que pelo menos dois construtores já têm unidades em testes, estando a KTM SX-E 5 e a Husqvarna EE 5 integradas na categoria ‘Mini-E (4-6) Jr.’ criada para o efeito, para pilotos de mais tenra idade.
Da energia das pernas para a força das baterias
Na outra vertente das duas rodas – das bicicletas – agora que a oferta de produtos com maior ou menor assistência eléctrica é cada vez mais abrangente, complementando, sob a máxima da “the last mile”, os trajectos dos automóveis que se vêm mais e mais condicionados, nomeadamente nos centros urbanos, também aqui há novidades eléctricas em termos de competição.
A World E-Bike Series é já um sucesso, fazendo um mix entre enduro e cross-country que já conta com uma participação massiva de pilotos e marcas de bicicletas de todo-o-terreno com assistência eléctrica. Um grupo que, em 2019, integrou uma representação oficial da Peugeot Cycles, o braço de duas rodas da marca francesa do leão, entre outras reputadas marcas. Em 2020, a UCI estreou a complementar E-Mountain Bike World Cup, para bicicletas de montanha, mas ambas as séries estão interrompidas pela COVID-19, até novas instruções.
A E-X Bike World Cup, também sob a égide da FIM, irá arrancar em meados de Agosto, num evento único a realizar em Imola, conceito reservado em exclusivo a bicicletas com assistência eléctrica. Divide-se por 2 classes, que competem em conjunto: EXBGP/ EXBGPW (Women), com assistência entre os 25 e os 45 km/h; e EXB2 / EXB2W (Women), com assistência máxima de 25 km/h.
Naturalmente que uma vez implementadas estas novidades a nível internacional, as diferentes federações nacionais terão inevitavelmente de as contemplar, pelo menos a médio prazo. Aguardemos, por isso, as voltas que este mundo insano ainda terá de dar nos próximos tempos!
Fotos: Oficiais