Volvo XC90 B5: um comboio para travessias continentais
Não sou grande fã de carros grandes. Muitos são excelentes e a escolha indicada para um determinado tipo de utilização ou para uma família numerosa, por exemplo. Mas aprecio bem mais um automóvel mais compacto, com menos pegada e que não seja uma dor de cabeça para manter entre linhas na hora de estacionar. Mas como qualquer um de nós, também abro as minhas excepções. E o carro de hoje é uma delas. Tenho tido a oportunidade de conduzir algumas das melhores propostas dos grandes SUV de sete lugares, mas depois de ter conduzido este modelo em duas ou três ocasiões nos últimos anos, é muito complicado não ter um carinho especial pelo XC90. Foi o primeiro Volvo da sua nova era de design e está já entre nós desde 2015, tão actual, impressionante e apaixonante como há 5 anos me pareceu. Mas desta vez decidi usufruir a sério do seu grande depósito de combustível, conforto e lotação para sete pessoas. Peguei na família, apontei-o ao Alqueva e foi apenas… excelente.
O seu design não deixa ninguém indiferente. E mesmo enorme, mantém uma elegância, classe e graciosidade com que muitos dos seus rivais alemães só podem apenas sonhar. Só talvez um SUV britânico se aproxime do Volvo nesse aspecto. E a configuração deste XC90 que a Volvo Portugal me emprestou é simplesmente uma das melhores que já vi, só lhe faltando, na minha opinião, os acabamentos com madeira de tom claro no interior, pois a cor exterior está perto do perfeito, prova de que ainda há esperança para o cinzento. A bordo, após um dia na estrada em que ficámos muito perto de fazer 600 quilómetros para ver o maior reservatório artificial de água da Europa Ocidental, não ouvi nenhuma queixa dos meus seis companheiros de viagem sobre o conforto do XC90. Obviamente que para aqueles que viajaram na terceira fila, os centímetros livres “mais curtos” e a ausência de janelas abertas logo ali ao lado não permitiram o mesmo nível de conforto que os restantes cinco tiveram. Ainda assim, o XC90 ficou mais do que aprovado em lotação esgotada.
A motorização B5 mostrou também estar à altura do esforço adicional a que submeti o XC90, principalmente depois de um verdadeiro almoço alentejano, grande em quantidade e qualidade. E se o motor D5 sempre convenceu e esteve à altura das duas toneladas do maior dos XC, este novo mild hybrid com arquitectura eléctrica de 48 Volts e com uns “cavalinhos” extra, 245 para ser mais preciso, e um binário total de 520 Nm, está ainda mais bem preparado para o puxar com vigor. Se por um lado nunca senti falta de pulmão do motor dois litros, terminando as ultrapassagens com rapidez e em segurança, por outro, fiquei impressionado com a sua pouca sede, chegando a casa com uma média final de 7,8 litros/100 km num dia em que sede tivemos nós muita, com o termómetro a chegar aos 42 graus. Felizmente, mesmo na configuração de sete lugares, o XC90 mantém ainda uma bagageira bastante utilizável, com volume mais do que suficiente para as malas e mochilas de todos e para as muitas garrafas de água.
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Já o disse uma vez e vou repetir-me. Conduzir um Volvo actual faz-me sentir especial e de certa forma imparável, tal a sua capacidade de atravessar longas distâncias em segurança e conforto. Apetece-me deixar o Alqueva para trás, seguir até aos Pirenéus, depois aos Alpes e levá-lo a ver a família, na Suécia. Se o prazer de condução está quase sempre associado à velocidade, ao poder de aceleração e à dinâmica comunicativa de um bom chassis, a Volvo continua a provar que deixando tudo isso de parte, produz actualmente automóveis capazes de oferecer um prazer de condução completamente diferente mas não menos recompensador, focado no conforto, robustez, segurança e numa impressionante capacidade de “limpar” quilómetros como se nada fosse, convidando, constantemente, a não pararmos até ao próximo destino. Mais do que fazê-lo rápido, o prazer de condução é isso mesmo, o caminho até ao destino, sempre o penúltimo, nunca o último.
Consulta aqui a ficha do Volvo XC90 B5 Inscription.
Fotos: Automotiva