Honda Civic Type-R: mais do mesmo… como nós gostamos!
Já diz o ditado, e muito bem, que “em equipa que ganha, não se mexe”. E se mexer, só se for para fazer melhor. No caso do Civic Type-R, isso não acontece. Até porque melhor é (quase) impossível.
Origem
Desde a primeira geração – o EK9 – em 1997, que o mundo nunca mais foi o mesmo. Quer dizer, não foi propriamente o primeiro hot hatch do mercado, nem coisa que se pareça, mas até à data os desportivos ou eram algo simples, estilo o Golf GTi, ou máquinas feitas para os ralis que, por acaso, tinham matrículas, tipo o Escort RS Cosworth. A tipologia Type-R nasceu porque a Honda percebeu que ainda havia mais para extrair de um já absolutamente fantástico NSX. Corria o ano de 1992 e a filosofia de tornar tudo mais leve sempre foi algo a que os fabricantes de automóveis gostam de recorrer. No caso no NSX, foi muito essa, a receita. Mandaram fora 120 kg e afinaram a suspensão para algo mais orientado para a pista. O que já era bom, ficou ainda melhor.
Pouco depois
A coisa parece ter resultado e a Honda decide, então, aplicar a receita ao seu desportivo seguinte: o Integra. Nasce o Integra Type-R, ainda hoje considerado um dos mais puros Type-R de todos. O seu motor B18C ligeiramente modificado era capaz de quase 200 cavalos às 8000 rotações, com o limitador quase às 9000! Combinado com uma caixa de 5 velocidades curtas e um diferencial Helical e estava feita a festa. Foi um caso de sucesso e continua a ter uma enorme legião de fãs.
Entra o Civic
Dois anos depois, em 1997, o Japão recebe o mítico EK9, o primeiro Civic a ter a honra de ostentar o símbolo de fundo vermelho. Tal como os anteriores Type-R, a ideia era criar uma versão mais desportiva que as restantes e orientada para a pista. Com base na versão SiR, deram-lhe o tratamento completo. O motor B16B, com 1.6 litros de cilindrada, conseguia 185 cavalos às 8200 rotações. Era, à data, o motor atmosférico com mais potência por litro. A caixa de 5 velocidades curta e, novamente, o diferencial Helical, fizeram deste primeiro Civic Type-R um carro incrível. Infelizmente, só estava à venda no Japão.
23 anos depois
Passado todos estes anos, o Civic Type-R continua a dar que falar. A 5ª geração está tão boa como a primeira, apesar de muita coisa ter mudado. Para começar, o motor, claro. Actualmente, utiliza o K20C, um 2 litros, turbo, com 320 cavalos às 6500 rotações. Já não é o rev king de outros tempos, mas os tempos também são outros. Se está pior! De longe!
Se conseguires acertar com as passagens de caixa, acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,7 segundos e é o Civic mais rápido de sempre, com uma velocidade máxima de 272 km/h. Valores absurdos para um carro deste género. Mas faz sentido. O seu propósito são as pistas e os track days, e isso sente-se ao volante. Não é o mais fácil de conduzir. Se achas que sim, então esquece, este carro não é para ti. Para o levares ao limite, ele vai levar-te ao teu limite e se não tiveres unhas e… bom, tomates, vai-te mastigar todo e cuspir-te. No entanto, se o souberes ouvir e sentir e se fores na sua “cantiga”, vais sentir-te um verdadeiro piloto e conseguir extrair muito dele.
Tá tudo dito!
Já conduzi muitos carros, mas poucos são os que se agarram desta maneira. E com o pedal quase todo no fundo! A bruxaria que a Honda conseguir fazer com este suspensão e diferencial é algo que deve estar guardado nos segredos dos deuses. Quanto mais puxas por ele, mais ele se agarra. Chega a ser assustador, mas sentes uma adrenalina incrível se o conseguires controlar.
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Este Civic Type-R é um carro perfeito se queres um carro para o dia-a-dia e para os track days. Tão facilmente vais fazer tempos cada vez mais rápidos, como, a seguir, vais carregar as compras todas na bagageira e passear com 3 amigos no carro com todo o conforto. Pelo menos o que as jantes de 20 polegadas forem capazes de oferecer. O Civic continua a mostrar porque é que é o “carro a abater”. Não só é uma máquina para as pistas, como consegue ser sensato para uma utilização prática. Tem espaço, qualidade e tecnologia. E, na versão Type-R, uma enorme asa traseira. E como todos sabemos, uma asa traseira dá logo mais uns 10 cavalos e pontuação máxima em estilo.