Recomeçar do (Z)ero? A Nissan revelou o Z Proto
Depois de alguns teasers e de alguma especulação, a Nissan revelou o Z Proto. Será a base para o próximo coupé desportivo com motor V6 e voltou às origens. Será que funciona? Não que nos importe muito, aqui na Europa, porque não deve cá chegar.
Para falar deste protótipo é preciso, primeiro, recuar até ao ano de 1969 e ir até ao Japão. Surgia, então, o Nissan S30, cujo nome comercial foi “Fairlady Z” para os japoneses, e Datsun 240Z para os resto do mundo. Foi a primeira geração dos coupé de duas portas da Nissan e deu início a uma linha de desportivos fantásticos, os “Z”. Antes de avançar, preciso, apenas, de vos dizer que é um dos meus carros favoritos e um dos mais espectaculares alguma vez feito. Sim, o nome Fairlady (livremente traduzido como senhora formosa, ou senhora justa, ou senhora razoável… não melhora, eu sei) é, no mínimo, estranho, mas podemos ficar-nos pelo 240Z.
Enquadramento feito, podemos avançar até 2001, ano em que vimos surgiu o 350Z. Aquele que todos detestavam mas adoravam ao mesmo tempo. Tinha um design interessante, um bom motor V6 e a Nissan, que tinha sido recentemente comprada pela Renault, conseguiu torná-lo rentável e a um preço bastante bom para alguns mercados. Pelo caminho foram ficando outros Z, sendo que, um dos mais acarinhados – e fantásticos – foi o 300ZX (Z32, de 1990), com o seu motor bi-turbo V6 de 300 cavalos. Ganhou vários prémios e nesse ano a Nissan alcançou a marca de 1 milhão de modelos Z vendidos.
O que é que este Z Proto significa?
Bem, para começar, é um regresso às origens. Foi beber muito do design original, tanto nas óticas como nas linhas. O motor mantém a disposição V6, o twin-turbo, sem se saber, ainda, a cilindrada e os valores que debita. Uma coisa boa para os mais puristas é a caixa de 6 velocidades manual. Talvez não se mantenha para a versão de produção, por uma questão de custo. Os clientes de modelos desportivos que pedem caixa manual são uma percentagem baixa e oferecer ambas as hipóteses aumenta o custo de produção.
No entanto, é bom ver que a Nissan não desistiu de um modelo que não lhe enche os bolsos. Os desportivos-bandeira são feitos para ajudar a posicionar a marca e a ajudar a vender modelos mais “normais”, mas o Fairlady Z até vende bem. Pelo menos nos EUA, que é o mercado no qual a marca se vai focar. Por isso mesmo, não é provável que a Europa o vá receber, ainda para mais quando as emissões poluentes são uma questão importante (infelizmente, muito só para estes lados).
A solução poderia ser electrificar
Pois podia. E eu espero muito bem que o façam. Se o Z Proto é um exercício daquilo que deverá ser o modelo de produção, podiam perfeitamente espetar-lhe mais uns 100 ou 200 cavalos com um pequeno motor eléctrico. Voltar, até, às motorizações originais, de 6 cilindros em linha com cilindrada na ordem dos dois litros, ou então – e aqui já estou a sonhar muito – pedir “emprestado” o motor B58 de 340 cavalos do BMW Supra/Toyota Z4 ou, até, o B48 de 260, e a coisa é capaz de ficar mais barata… e interessante. Afinal, quem faz um Supra Z4 também pode fazer um Supra Fairlady Z4. Fica a ideia, Nissan.
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