Comparativo Opel Astra: compacto ou carrinha, eis a questão?
Depois de testar a versão carrinha e a versão hatchback do Opel Astra, vou tirar as minhas conclusões. Não esperes nada muito científico ou objectivo, até porque a minha escolha provavelmente recairá sobre o hatchback, mas, ainda assim, vou dar o meu melhor para te ajudar.
Conclusão
Para isso, começo pela conclusão: comprem o hatchback. Fácil, viram. Isto é, para mim é fácil, que não tenho necessidade de mais espaço e que escolho sempre algo que me pareça mais harmonioso e proporcional. Agora, para alguém que tem, necessariamente, de pesar outras questões, o caso complica. Por partes.
Interior
Por dentro, tanto a carrinha como o hatchback são iguais. Tirando algum equipamento diferente entre as duas versões, o resto é igual. A bagageira da carrinha, maior, tem 540 litros e a mais pequena 370. 170 litros podem fazer a diferença, é certo, especialmente se organizares festas académicas, mas se for para “o carrinho do bebé” – provavelmente a maior desculpa para comprar uma carrinha – tanto uma como a outra conseguem acomodá-lo lá dentro; até porque aquelas coisas encartam e ficam do tamanho de um saco de golf. Dizer que precisas mesmo de uma carrinha para levar o carrinho do bebé só faz sentido se estiveres a pensar metê-lo lá dentro aberto e de pé.
O equipamento de ambos os carros é muito completo, já com todas as ajudas à condução da praxe, sendo que o hatchback tinha bancos aquecidos e refrigerados, de regulação eléctrica, e muito ergonómicos, com selo de aprovação da AGR e tudo (são uma associação alemã que certifica a ergonomia de bancos). Havia, também, volante aquecido, o que para mim é uma vitória. Até podia ser um carrinho de rolamentos. Se tem volante aquecido, ganhou.
A carrinha não tinha nada disto, mas os bancos tinham um mix de napa e Alcantara e o portão da bagageira tinha abertura automática. Gosto. Só não gosto é que demore uma quinzena a abrir, mas este “problema” é transversal a todos os veículos.
Motores e Condução
Ambos os carros vinham com caixa automática, embora a carrinha trouxesse a nova de 9 velocidades e o hatchback tivesse uma CVT. Eu trocava, se possível. Metia a CVT na carrinha, para ajudar na eficiência, até porque não é muito “chata”. Só se acelerarmos é que se percebe que é de variação contínua, porque nos regimes baixos e médios é imperceptível e ajuda muito à condução. Reservava a de 9 velocidades para o hatchback, até porque se quiseres explorar o motor 1.4 turbo de 145 cavalos – que até dá, apesar de não ser uma aventura – uma CVT não ajuda. Ainda assim, ambas se portaram bem numa condução normal e descontraída. A carrinha vinha na versão diesel, com o motor 1.5 litros de 122 cavalos, e fez consumos na ordem dos 6,5 litros/100 km. Não andei quase nada fora de cidade, por isso eu diria que é bastante bom. O hatchback terminou o ensaio com 8 litros/100 km. Mais uma vez, não andei quase nada fora de cidade, mas se for para andar devagar, a CVT dá uma ajuda. É um valor um pouco alto, mas isso foi porque não andei sempre devagar. Daí dizer que a caixa automática de 9 velocidades era melhor para este motor.
Quanto à condução, ambos são bons. Não muito bons. Bons, apenas. E está bem assim. Nenhum deles tem aspirações desportivas e mesmo que tivessem o chassi não deixava. Conduzem-se bem em cidade, não custa nada manobrá-los e virar e essas coisas todas que é necessário fazer para conduzir um carro, mas claramente não são para andar nas curvas. Demasiado desligados, eu diria. O que é bom se quisermos paz de espírito. Boa posição de condução, confortáveis q.b. e facilmente fazemos longas viagens neles.
Prós e contras e um veredicto
Termino com uma nota mais jornalística e assim. Ora bem. Prós: fáceis de conduzir, confortáveis, bom equipamento e qualidade dos materiais. Contras: montagem dos materiais – parece tudo um pouco “oco”, solto e com alguns ruídos – design a precisar de uma actualização. Podem ir assim mais ao encontro do Mokka, que a malta vai gostar.
Veredicto: ver início do texto. Eu compraria o hatchback, a não ser que precisasse de arrumar um carrinho de bebé de pé. Ou então esperem pelo ensaio que vamos fazer ao hatchback na versão 1.2 litros turbo a gasolina com caixa manual, que algo me diz que é a melhor opção. Entre estes dois, do comparativo, o melhor motor é o diesel.
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