10 automóveis que fecham 2020 com 50 anos (e um extra)
Na pesquisa e recolha de informação para redigir este pequeno texto e reunir estes 10 modelos marcantes na história do automóvel, uns mais, outros menos, obviamente, mas cuja história atingiu ou atinge neste inesquecível ano de 2020 meio século de vida, aprendi mais um pouco. O 50º aniversário de uma parte deles não é novidade para mim, mas se me perguntassem não me conseguiria lembrar de alguns e de outros nem sequer fazia ideia de que já são cinquentões.
Uma das coisas que mais motiva neste trabalho é aprender, todos os dias, algo novo. Nem que seja uma mera curiosidade sobre um qualquer modelo ou marca, quanto mais, revisitar, ainda que resumidamente, a história de 10 automóveis apresentados em 1970, lista da qual apenas sobrevivem, no actual mercado automóvel, dois nomes, o Range Rover e o Suzuki Jimny, curiosamente, tão diferentes em tamanho e tão igualmente competentes no fora de estrada. Seguem-se eles, outros oito automóveis e um outro modelo com rodas e, também, asas.
Range Rover
De todos os modelos desta lista, o Range Rover é talvez o mais icónico de todos. Num mundo automóvel presentemente dominado por SUV que até “encolhem os retrovisores” de medo quando se apercebem que os seus donos os querem levar para fora de estrada, temos ainda o Range Rover, um excelente carro de estrada por poucos superado quando esta acaba. Já em 1970 era assim. São 50 anos a mostrar como se faz e por muito apelativo que o actual seja, visualmente, não há rival para o original. Isto, aos meus olhos, claro.
Alfa Romeo Montreal
O Montreal está longe de ser o meu Alfa Romeo preferido. Na verdade, eu não consigo sequer escolher um. Ainda assim, mesmo não sendo o meu eleito, é inegável a beleza do design assinado pela Bertone. Um quase mini Miura, embora puxado por um motor V8 colocado na dianteira e não por um doze cilindros em posição central. Foram produzidas menos de 4000 unidades do Montreal. Uma pena. Queríamos mais. Para mim, pode ser um verde escuro.
Citroën GS
Um grande exemplo de como um Citroën deve ser. Irreverente. Estranho. Belíssimo. Felizmente, a Citroën parece estar novamente de volta ao arrojo que outrora definiu as suas criações e o cinquentenário GS é disso um grande exemplo. Desta lista de modelos que reuni, o GS é um dos meus preferidos. Meio século depois teremos um seu sucessor espiritual no novo C4. Pelo menos “pinta” não lhe falta. Estamos curiosos para conhecer o GS do século XXI e a culpa é do da década de 1970.
Triumph Stag
Desenhado por Giovanni Michelotti, italiano responsável pelo design de, por exemplo, inúmeros modelos da Ferrari e da Maserati, o Stag é um lindíssimo descapotável de quatro lugares cuja reputação ficou manchada por um pouco fiável motor 3.0 V8 que não partilhava com nenhum outro modelo. Segundo consta, é o único modelo da Triumph que manteve o nome de código do projecto na versão final a ser comercializada. O Stag deu assim origem ao Stag.
Volkswagen K70
Lembravas-te deste? Eu não só não sabia que já tinha 50 anos, como jamais lembrar-me-ia do K70 se me perguntassem por modelos da Volkswagen com meio século de vida ou mais. Celebrou esse aniversário no passado mês de Outubro e foi um modelo que mereceu a construção de uma fábrica nova especificamente para a sua produção. Foi igualmente o primeiro Volkswagen com motor refrigerado a àgua, bem como a tê-lo colocado na dianteira. Não teve o mesmo sucesso, mas foi ele o responsável pelo atingido pelos posteriores Passat e Golf. E no fundo, pelo de todos os outros modelos que lhes sucederam.
Opel Manta
Um carro que tanta falta nos faz. A nós e à Opel, também. Um carro assumidamente desportivo e com um nome histórico que bem podia regressar sob a forma de um pequeno coupé de design inspirado no original, construção leve, tracção traseira e motor para aí com uns 200 cavalos. Estou descontrolado, não estou? Bem, o Manta esteve em produção até 1988 e foram produzidas mais de 1 milhão de unidades, distribuídas por duas gerações. A segunda ficou para a história como o Opel que mais tempo esteve no mercado sem sofrer quaisquer actualizações, desde 1975 até, como disse, 1988.
De Tomaso Pantera
Outro modelo com nome de animal, bem mais feroz e rápido do que o Opel acima descrito. E que nome! Já imaginaram o que é poder dizer, “conduzo um De Tomaso Pantera”, a quem nos perguntar que carro temos? Design italiano e um motor V8 americano foi uma combinação certa, pois este foi o modelo mais vendido da história da marca italiana. Basta ver as fotografias para perceber porquê. No lugar do motor V8 Ford podia estar um Kent de um Escort. Eu comprava na mesma.
Lamborghini Urraco
Na verdade, são dois os Lamborghini a celebrar 50 anos em 2020, pois 1970 é também o ano de lançamento do Jarama. Por que é que escolhi o Urraco? Porque o acho mais bonito e não porque ache o Jarama feio. O Urraco ficará para a história como o primeiro “Lambo” a não utilizar um motor V12, a configuração utilizada desde 1963. Usava, sim, motores V8 com cilindradas de 2.0, 2.5 ou 3.0 litros. O habitáculo tem configuração 2+2, mas mesmo nunca tendo andado num, diria que é mais um 2+0,5+0,5. Um três lugares, na verdade. Chega bem.
Suzuki Jimny
A par do Range Rover, o nome Suzuki Jimny resiste também à passagem do tempo e das modas automóvel que com ele vêm. Pequeno, barato, económico, mas um incrivelmente eficaz todo-o-terreno. O actual utiliza um motor de quatro cilindros com 1.5 litros de capacidade mas o original de há 50 anos recorria a um pequeno motor a dois tempos, com igual número de cilindros e um quarto da potência do novo. Também trepava. E de que maneira.
Mercedes-Benz C111-II
Um Mercedes-Benz com motor Wankel de quatro rotores. Esta é talvez a característica mais relevante do incrível e futurista C-111-II que infelizmente nunca passou para a fase de produção. A carroçaria, com apenas 1,12 metros de altura, é em fibra de vidro e as portas são do tipo “gullwing”. Já o vi ao vivo. Um estrondo de automóvel e o mais veloz de todos os que descrevi nesta lista graças a uma velocidade máxima de 300 km/h. Bem, o mais veloz excepto o…
Boeing 747
Não percebo nada de aviões. Nem sequer me considero um passageiro muito feliz lá em cima. É giro, mas prefiro voar a dez centímetros do chão num qualquer automóvel rápido. Ou lento. No entanto, falar de grandes máquinas lançadas em 1970 e não mencionar o Boeing 747 seria incorrecto. O Jumbo estreou-se em Janeiro desse ano, ligando Nova Iorque a Londres. Ao que parece, a viagem teve início seis horas mais tarde do que o previsto, com um segundo 747, já que um dos motores do primeiro teve um problema de sobreaquecimento. Deve ter sido o termostato que prendeu ou algo do género. Como disse, não percebo nada de aviões nem vou fingir que percebo. É um ícone dos céus, reconheço, e por isso, aqui está ele.