Honda e: o eléctrico que mostra como se faz
Antes do seu lançamento, o Honda e foi dos carros que mais interesse gerou no mundo. Para começar, é o primeiro carro 100% eléctrico da Honda, uma marca que já nos deu alguns dos melhores motores a combustão interna de sempre. Depois, pelo seu design que passou de concept a produção “sem passar pela casa de partida”. Aqui está ele!
Comecemos pelo início
Sim, ninguém estava à espera de um eléctrico da Honda. De híbridos, sim, que já fizeram uns quantos. Mas nada faria prever que, não só, fizessem um eléctrico, como o passassem da fase conceptual para a de produção sem, praticamente, quaisquer alterações. E ainda bem que o fizeram! Nós adorámos. Passei alguns dias com ele e posso dizer que tem tudo o que se esperava de um carro que mais parece um exercício de expressão futurística que veio para o mercado “por engano”. Não fosse o motor e a autonomia serem algo similares ao que existe, e podíamos dizer que a Honda tinha inventado uma máquina do tempo.
Com excepção do motor de 154 cavalos desta versão Advance e da autonomia de um pouco menos de 200 quilómetros, tudo é um símbolo de modernidade e, até, de premonição. Como digo no vídeo em baixo, este carro parece que saiu de um episódio da série americana da Hanna-Barbera “The Jetsons”, tal é a disparidade em relação aos que andam por aí nas estradas. Só falta “encartar-se” automaticamente para dentro de uma mala de trabalho. Voar já faltou mais.
Motor e Autonomia
Ao nível da mecânica, são o ponto forte e o ponto fraco. O motor de 154 cavalos responde muito bem, como seria de esperar para um eléctrico e tem mais potência que a concorrência, o que lhe dá um pouco mais de “humpf” quando é preciso. É suave e dinâmico q.b. para um compacto (vamos chamá-lo assim, já que tem um pouco mais de espaço, parece-me, que um citadino normal) e tem o conforto esperado para um carro do segmento. Absorve bem os buracos e trepidações da estrada sem espantar. A insonorização é bastante boa. A “inexistência” de espelhos laterais ajuda.
Já a bateria não surpreende. Talvez a actualizem daqui a uns tempos, mas para já, em andamentos extra-urbanos não esperes mais do que 190 quilómetros. Já na cidade, chega quase aos 300 se andares com calma. Não é um problema, é certo, mas a autonomia reduzida impede que se pense neste carro sem ser para a cidade. Mas, convenhamos, é esse o seu ambiente natural. Basta ver, por exemplo, o seu raio de viragem muito reduzido.
Tecnologia
Neste aspecto, venha quem vier. Caem todos! Todos! Não estou só a falar dos já conhecidos espelhos retrovisores exteriores inexistentes, substituídos por duas barbatanas com câmaras (duas em cada, para a visão 360º) e monitores dentro do habitáculos. Estou, também, a falar do tablier central com três ecrãs enormes, que incluem o quadrante digital, o infoentretenimento que dá para ser utilizado por condutor e passageiro (com aplicações a poderem ser repartidas entre ambos), das muitas tomadas para ligar seja o que for – um pequeno electrodoméstico, até, se quiseres – do espelho retrovisor central que ora é um espelho, ora é um ecrã digital, do volante multi-funções aquecido (devia ser obrigatório em todos os carros), as tecnologias de segurança com detecção de tudo e mais alguma coisa, enfim, acho que já perceberam.
Design
Aqui, a Honda fez um trabalho excelente com o Honda e. Não só conseguiu fazer transparecer uma excelente aptidão para o design – algo que o Civic tem deixado a desejar, infelizmente – como conseguiu fazer algo muito apelativo: juntar o passado com o futuro. Trouxe alguns elementos retro, como o tablier em tom de madeira com botões horizontais, o volante de dois raios, os bancos e portas em tecido, os cintos de segurança castanhos e as próprias linhas exteriores que fazem lembrar os icónicos Honda S500 e N600, com as proporções compactas e rectilíneas e faróis redondos. Toda a gente fica a olhar para ele e tenho um amigo que volta e meia o traz à conversa.
Conclusão
O Honda e não é um carro para quem procura uma opção em conta. Não dá. São cerca de 40 mil euros por um carro que, apesar de estar acima da média em quase tudo, não tem autonomia suficiente para acabar já aqui com a conversa. Mas se fosse só isso que importasse num carro, então o caso estava complicado. Felizmente, não é. E em todas essas outras características, o Honda e passa com distinção. Tecnológico, evoluído, apelativo, confortável e dinâmico. Falta-lhe bateria? Carregas mais vezes, que se lixe! É uma boa solução para quem utiliza o carro muito em cidade ou não faça muitos quilómetros diariamente. Ter carregador em casa também é importante.
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