Para o CEO da Volvo, a questão das emissões tem uma solução fácil
O número “95” é actualmente a maior dor de cabeça de todos os fabricantes de automóveis. Isto porque as regras impostas pela União Europeia impõem que a média das emissões de CO2 de todos os seus automóveis vendidos seja inferior a 95 gr/km. Caso contrário, “95” outra vez, ou seja, uma multa equivalente a 95 € por grama excedido multiplicado pelo número de viaturas vendidas.
Vejamos um exemplo: a marca “Coiso e tal” vendeu 700 mil automóveis. A sua média de emissões de CO2 é 99 gr/km, um valor baixo, portanto. Mas excede em 4 gramas o limite. Ora 4 x 95 x 700 000 = 266 000 000. Uma multa de 266 milhões de euros. Ora bem, a “Coiso e tal” vai fechar fábricas e obviamente despedir muitos trabalhadores.
Marcas como a “Coiso e tal” tentam evitar, neste caso, os 266 milhões de euros de multa lançando no mercado híbridos plug-in com médias de consumo e emissões WLTP declaradas muito baixas, mas baixas apenas enquanto a bateria tem carga para alimentar o motor eléctrico. Outro método tem sido a compra de créditos a marcas que cumprem a meta, quase exclusivamente fabricantes de veículos 100% eléctricos como a Tesla.
Para Hakan Samuelsson, CEO da Volvo, marca que está a cumprir o limite imposto devido a uma grande aposta na electrificação, a solução passa por definir uma data a partir da qual já não seja permitida a venda de carros com determinados motores ou níveis de emissões. Samuelsson defende que se todos concordam que o veículo eléctrico é futuro e se todos na indústria trabalham em regime de antecipação, mais valia ser aplicada essa regra, até porque já todos sabiam com antecedência que estas regras seriam aplicadas em 2020.