Em nome da ciência: “espetar” um carro de 2 milhões de euros
Todas os fabricantes de automóveis, dos mais pequenos aos maiores, têm, obrigatoriamente, de partir carros. Muitos carros. Milhares, às vezes. De todas as formas e feitios e de todos os lados. Então, como é que se faz quando cada carro que fabricas custa 2 milhões de euros?
A Rimac Automobili sabe-o melhor que ninguém. Existem outras marcas que também têm este problema, mas nenhuma delas é tão pequena quanto a Rimac que, aliás, nem é uma construtora de automóveis mas, sim, uma empresa de desenvolvimento tecnológico, que recentemente recebeu investimento por parte da Porsche e da Hyundai. Para além dos seus carros (o Rimac One e, em breve, o Rimac Two) fabricam sistemas de baterias para a Koenigsegg, o sistema híbrido KERS para o Aston Martin Valkyrie e alguns carros de corrida e, entre outros componentes, fabricam monocoques de carbono. Tudo isto enquanto continuam permanentemente a pesquisar e desenvolver novas tecnologias.
O Rimac C_Two é um dos carros mais fantásticos que existe. Para começar, é totalmente eléctrico e tem mais de 1900 cavalos e 2300 Nm de binário. Podia parar por aqui pois isto já são números absolutamente estapafúrdios. Mas não. Demora (se é que a palavra se aplica) 1,85 segundos dos 0-100 km/h e ultrapassa os 400 km/h de velocidade máxima. Isto tudo por 2 milhões de euros. Não me parece nadam mau. Pena que só vão fazer 150 unidades. Senão até pensava nisso. Pois, é pena.
Ora, para poderem comercializar o carro é preciso homologá-lo conforme as directivas de segurança dos vários países. Para isso, é necessário testar o carro para o caso de embate. Normalmente, isto seria feito com vários carros. No caso da Rimac, como usam componentes feitos à medida, alguns ainda em fase de protótipo, e muito caros, decidiram utilizar a mesma monocoque em fibra de carbono altamente resistente e substituir, apenas, os componentes de embate, nomeadamente os pilares em alumínio que completam o chassis. Para os componentes do interior, utilizam dummies com o mesmo tamanho e peso para simular os verdadeiros. Isto significa que com apenas 12 unidades conseguiram realizar as centenas de testes necessários para a homologação e poupar milhões de euros, conforme mostra a Business Insider neste vídeo.
Segue-nos no Instagram