Nissan Qashqai 1.3 DIG-T: ainda vale a pena?
Estivemos a conduzir o actual Nissan Qashqai – o novo deve chegar lá mais para o fim do ano – na versão N-Style com o motor a gasolina 1.3 DIG-T e a pergunta que colocámos antes do ensaio foi: será que ainda vale a pena, especialmente tendo em conta que está para chegar um novo?
O actual
A pergunta não é assim tão descabida como alguns poderão pensar. Afinal, está para breve a chegada do novo Qashqai. As novas motorizações já foram apresentadas e daqui por mais uns meses devem ser mostradas as fotos do novo. Mas isso não significa que o actual seja mau. De todo. Significa, apenas, que poderá já não fazer sentido. E foi essa a pergunta que tentámos responder.
Para começar, o motor. Esta versão N-Style trazia equipado o motor 4 cilindros, 1.3 litros, turbo, a gasolina, com 140 cavalos. O que vos posso dizer é que é mais do que suficiente. Não é um motor que queira puxar muito, mas pulmão não lhe falta quando é preciso. Só não aconselho é que o puxem assim tanto, porque os consumos depois aparecem. Se, conduzido com calma e fora de cidade, é motor para fazer 5,2 litros aos 100 km, em cidade essa média sobe para os 7 ou 8. Resumindo, não é carro para a cidade. Não era preciso o consumo mais alto para tirar essa conclusão: é um SUV, é claro que não é para a cidade. É para transportar 4 ou 5 pessoas com relativo conforto e transportar bagagem e carga nos seus 430 litros.
O conjunto embraiagem e caixa manual de 6 velocidades tem uma utilização leve e ajudam a conduzir o carro sem qualquer problema. Não é o carro mais comunicativo do mundo, mas para o tipo de condução que se deve ter, está bom.
Comportamento
Não esperes um comportamento muito dinâmico de um Qashqai. Aliás, é dinâmico na medida em que anda, o que, por oposição a estático, significa dinâmico. Mas não é para acelerar, e muito menos em curvas. Há alguns SUV que têm intenções desportivas. Não vou estar aqui a reforçar o quão parvo isso é, até porque não é preciso. Todos temos noções básicas de física e sabemos que algo pesado e com um centro de gravidade alto irá curvar tão rápido quanto uma batata.
Este Qashqai, apesar de não ser um carro para acelerar, é um carro que cumpre aquilo a que se propõe: transportar pessoas e coisas, com segurança e com relativo conforto. A suspensão não é desportiva nem tem o melhor amortecimento. Apesar do carro adornar um pouco, em velocidades mais baixas isso não tem qualquer problema. Se entrares numa curva a abrir, muito provavelmente vais apanhar um bom susto. Quanto às lombas e buracos, eu diria que é competente q.b..
Equipamento
Neste departamento – e vou fazer a ressalva do preço de campanha de 24.000€ – está óptimo. Aliás, por este preço, são poucos os SUV médios que concorrem com este Qashqai. Tem os sensores de chuva e luz normais, ar condicionado automático dupla zona, câmara traseira e é isso. Dá para adicionar mais uns quantos opcionais, mas estes, de base, são o que se pede a qualquer carro. A chave é normal, os materiais são normais para o nível de preço e a construção, apesar de não ser robusta, é competente. Uma coisa boa que tem é o aplique a imitar pele na consola central, ao nível do joelho, que amortece qualquer pancada que lá demos. Um bom detalhe.
Talvez por estar habituado a ver Nissan Qashqai em todo o lado, este carro transmite-me uma certa familiaridade, o que até é bom mas pode toldar um pouco o meu julgamento. Mas depois deste reencontro com um dos SUV best-sellers do mercado, ainda para mais com este preço, é incontornável não dizer bem dele. Afinal de contas, os milhares de pessoas que já o compraram não podem estar enganados. O novo Qashqai vai estar melhor, não há dúvida nenhuma. Mas o que ainda anda por cá está muito bom e recomenda-se.
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