Skoda Octavia: Afinal havia outro… best-seller em 2020
Houvesse troféus atribuídos aos “Mais Vendidos de 2020” e outro dos grandes vencedores do ano passado seria o Skoda Octavia, modelo que integrou o top-3 final de nada menos do que 8 mercados, impondo-se como líder de vendas em 4 de uma UE a 27). Pelo caminho, o modelo checo bateu outras propostas mais expectáveis nestas andanças, como o Renault Clio, que foi líder em 3 países, ou mesmo a tripla composta pelo Volkswagen Golf, Toyota Corolla e Peugeot 208, modelos que se impuseram em dois mercados cada. Se alargarmos o espectro fronteiriço ao nosso mapa da Europa, vemos que a atractiva proposta da Skoda alastrou esse estatuto de best-seller a mais uns quantos países.
OK… em termos de bolo europeu (União Europeia a 27 + EFTA + Reino Unido) o Skoda Octavia não foi o modelo mais vendido, apenas surgindo na 5ª posição deste conjunto – a Garagem trouxe-lhe essa análise há dias, neste texto – mas, se se considerar cada mercado individualmente, a proposta oriunda de Mladá Moleslav, na República Checa, deu muita dor de cabeça a outros modelos que tradicionalmente encimam as tabelas de vendas.
Nascido em 1996 e presentemente na sua 4ª geração, o imponente Octavia impôs-se, como era esperado, na sua terra natal, alargando a sua coroação aos territórios da Áustria, Croácia, Polónia e Suíça, tendo ainda sido vice-líder de vendas na Eslovénia, Eslováquia e Finlândia e o 3º mais matriculado na Hungria. Se nos estendermos no mapa, vemo-lo também a encimar a tabela da Bósnia-Herzegovina (fá-lo pela 8ª vez em 9 anos) e no 2º posto na Sérvia!
O concorrente que mais se lhe aproxima em termos de presenças em top-3 é o Volkswagen Golf, com vitórias em casa, na Alemanha, e na vizinha Bélgica, garantindo os 2ºs lugares da Áustria, Inglaterra e Irlanda do Norte e os 3ºs na Eslovénia, Reino Unido (como um todo) e na Escócia. Imediatamente atrás surge o Renault Clio, proposta que se impôs em Portugal (pode recordá-lo aqui), na Bulgária e na Eslovénia (e também na Sérvia), perdendo a luta pelo 1º lugar em mercados francófonos como a sua França ou a Bélgica. Já o Toyota Corolla – líder mundial de vendas; pode relembrar o facto aqui) – que bateu os rivais em volume na República da Irlanda e na Finlândia e foi o 2º mais vendido na Polónia. Finalmente, o Peugeot 208 assumiu-se como o mais vendido na sua França – sempre um orgulho para as marcas francesas – e na Dinamarca, modelo que, pelo andar da carruagem, para o ano deverá assumir-se como um dos favoritos em mais uns quantos mercados.
Domínio do top-5 da Skoda na República Checa
Outras curiosidades do ano findo na nossa Europa advém da hegemonia de modelos de origem nos seus próprios mercados, sendo que algumas marcas até se dão ao luxo de ocupar todos os lugares dos respectivos pódios. Senão vejamos:
– na República Checa, a Skoda não só faz uma tripla com o Octavia (8º ano de liderança consecutiva), Fabia e Scala, como não deixa nenhum rival intrometer-se na luta pelos lugares de topo, já que também garantiu o 4º e o 5º lugares com os novos Karoq e Kamic;
– na Alemanha, o top-3 final integra o Golf, Passat e Tiguan, sendo a 6ª vez, nos últimos 7 anos, que este pódio é 100% Volkswagen; outra particularidade: o Golf lidera pelo 40º ano consecutivo, acumulando 45 títulos de “O Mais Vendido” nos últimos 46 anos no país, num registo apenas intervalado pelo esporádico melhor resultado de um concorrente – no caso o Mercedes-Benz W123 – em 1980;
– na Roménia, o Dacia Logan lídera o mercado pela 16ª vez consecutiva, batendo os primos Duster e Sandero, numa demonstração clara do poder dos romenos dentro das suas fronteiras;
– na Suécia, os Volvo S/V60, XC60 e XC40 sobem aos 3 primeiros lugares, numa estreia nesse mercado nórdico, agora que deixaram de ter oposição da rival – e quase extinta – Saab e também pelo facto do Golf ter tido uma prestação menos positiva em 2020.
Já em França, o domínio é dos franceses, numa eterna luta que, em 2020, se partilhou entre a Peugeot – líder com o 208 e 3ª com o SUV 2008 – e a Renault, com o Clio ensanduichado no meio. O mesmo acontece em Itália, com o 1º e o 3º lugares de dois modelos da Fiat – o Panda (pelo 9º ano) e o 500 – separados pelo 2º posto do Lancia Ypsilon, neste caso ficando tudo em casa pois são todos do Grupo FIAT.
Infelizmente, o mesmo nunca é (foi) verdade para Portugal, país que, como se sabe, não tem presentemente marcas próprias e que, quando as teve, nunca tiveram volume crítico para elevar os seus modelos aos lugares de destaque. Pelo contrário, o mercado dos nuestros hermanos tem tido, na grande maioria dos anos, modelos lá nascidos a mandar em casa, hegemonia que se viu agora derrotada por um invasor, com um romeno Dacia Sandero, a bater o local SEAT Leon, seguido de perto pelo japonês Nissan Qashqai.
Outros vencedores mais e menos conhecidos
Dos mercados de que estas contabilidades finais já são públicas há outros vencedores: o Kia Niro foi o mais vendido nos Países Baixos, o Citroën C3 no Luxemburgo (conseguiu-o, também, na Macedónia do Norte), o Toyota Yaris na Grécia (pelo 8º ano), o Suzuki Vitara na Hungria e o Skoda Fabia na Eslováquia.
No Reino Unido, o Ford Fiesta conseguiu um feito que, não há muito tempo, alargava a outras paragens, o de mais vendido, após acesa luta com o Vauxhall Corsa e o Volkswagen Golf. Se dividirmos os reinos cada vez mais desunidos, o Fiesta coroou-se em Inglaterra e o Corsa na Escócia e em Gales, enquanto na Irlanda do Norte foi o Ford Focus a alcançar o ceptro.
Até o universo dos eléctricos já começa a recolher louros da vitória. No seio das gamas 100% eléctricas, o mercado mais representativo foi o da Noruega, onde o Audi e-Tron foi o mais vendido, seguido do Tesla Model 3, Volkswagen ID.3 e Nissan Leaf, naquele que é o único mercado europeu onde a inevitável realidade a electricidade se sobrepõe aos conceitos a combustão (gasolina e Diesel). Acrescente-se que o ID.3 alcançou o 2º lugar na Holanda, idêntica posição à registada pelo Model 3 na Suíça.
Noutros domínios europeus mais longínquos, países com um pé na Europa e outro já na Ásia, temos a Rússia, onde o 1º e 2º lugares foram dos aqui quase desconhecidos / lá muito populares Lada Granta e Lada Vesta, à frente de outro estranho, o Hyundai Creta. Já na Moldávia e Ucrânia o 1º lugar ficou para o Toyota RAV4, enquanto o preferido da Turquia foi o Fiat Egea.
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Nota: esta espécie de “Volta à Europa em Vendas” não contempla 5 mercados da UE (Chipre, Estónia, Letónia, Lituânia e Malta), cujos resultados não estavam disponíveis aquando da produção do presente conteúdo. O mesmo é válido para a Islândia, para os pequenos principados europeus, e para os restantes países do leste da Europa não referidos.
Fotos: Oficiais