Citroën C3 – Para sair de casa, sem dela sair
Os modelos de segmento B, os chamados utilitários, são, para muitos condutores e respectivas famílias, um automóvel para todos os dias. De segunda a sexta-feira, para ir trabalhar e regressar a casa, com passagens pelas escolas, treinos de futebol e supermercados. E ao fim-de-semana, para as idas à praia, passeios na serra e outras escapadinhas económicas que se prolongam até ao final do dia de domingo. Têm de ser, acima de tudo, seguros, económicos e confortáveis.
E no que ao conforto diz respeito, o Citroën C3 é, claramente, o alvo a abater no seu segmento. Apesar das suas dimensões compactas e da sua ligeireza, características que não favorecem o conforto de um automóvel, o pequeno francês mostra-se sempre à altura das irregularidades que lhe possamos colocar à frente. Obviamente, dispondo de suspensão puramente metálica, de taragem fixa, a sua magia é limitada por essas características, mas também por isso impressiona pela facilidade com que absorve as inúmeras lombas e depressões e pelo conforto que oferece, por exemplo, ao rolar sobre calçada.
A título de curiosidade, o mecânico e apresentador de TV inglês, Edd China, construiu, há alguns anos, um sofá motorizado. Uma de várias peças de mobiliário que “mecanizou”. Foi uma iniciativa engraçada que lhe valeu, inclusivamente, um recorde do Guinness. A Citroën, com o C3, faz o mesmo desde 2016 e já vendeu mais de 750 mil unidades desta terceira geração do “sofá” que agora refrescou. Exteriormente, são ainda mais as opções de personalização e a dianteira mostra-se agora com a nova identidade da marca, com o prolongamento do double chevron até às laterais, expandindo-se, depois, em direcções opostas e incorporando a iluminação bipartida. Visualmente, o C3 continua a ser um dos mais frescos, originais e personalizáveis – 97 combinações possíveis para o exterior – modelos do seu segmento.
Por dentro, mantém-se a imagem jovem e irreverente, num habitáculo onde predominam, como é hábito, os plásticos rijos, mas também inúmeros espaços de arrumação para todas as tralhas indispensáveis que nos enchem os bolsos diariamente. No habitáculo, o destaque é, sem dúvida, a presença dos novos bancos Advanced Comfort, muito cómodos graças à utilização de espumas mais densas, e que adicionam mais uma fase de filtragem às vibrações provenientes da estrada, contribuindo para uma utilização muito relaxante, expansível ao banco traseiro. O espaço disponível, não sendo de referência entre os seus rivais, não compromete. Há espaço suficiente para que duas pessoas viajem em conforto atrás e até o lugar central não é tão desconfortável como é hábito encontrar, ainda que o espaço em largura para os ombros de três pessoas seja limitado. A bagageira tem 300 litros de volume e um formato muito regular, bom para caixas e malas. O fundo esconde, felizmente, uma roda suplente.
No campo do equipamento, o novo C3 pode dispor de até 12 ajudas à condução, como o reconhecimento de sinais, o alerta de ângulo morto, a travagem automática e o alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem. No que diz respeito a conectividade, o sistema de infotainment é compatível com ligações Android Auto e Apple Car Play. A gama de motores inclui os 1.2 PureTech, a gasolina, com 83 ou 110 cavalos e este Diesel 1.5 BlueHDi que conduzimos, com 100 cavalos, uma motorização a gasóleo, cada vez mais rara no segmento, mas com o indiscutível argumento da eficiência de consumo de combustível, com uma média final de ensaio de 4,3 litros “aos cem”.
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Eu também me incluo no grupo de pessoas que vê no seu utilitário um companheiro para todas as ocasiões, para todos os dias da semana. E uma vez que gosto, de vez em quando, de usufruir de uma condução mais dinâmica, percebo que não teria do C3 uma resposta muito imediata, colocando-o fora do seu ambiente. Essa não é a “onda” dele. Também sabe curvar, e fá-lo com segurança, mas as suas prioridades são outras. São aquelas que realmente importam num utilitário. É verdade que não resisto a umas boas curvas e a um carro com dinamismo na sua resposta e só podendo ter um, o C3 talvez não fosse o modelo ideal para mim, capaz de responder a todas essas exigências. Mas se considerarmos aquilo que realmente importa num utilitário, aquilo que é efectivamente prioritário, ter uma imagem jovem, urbana e personalizável, bem como ser seguro, económico e muito confortável de utilizar no quotidiano, o C3 está, claramente, entre o que de melhor se faz na indústria automóvel.
Preços – Citroën C3
- Preço base – 14 072 €
- Preço unidade ensaiada – C-Series 1.5 BlueHDi – desde 19 802 €
Configurador Citroën C3 aqui.