9 automóveis que fazem 50 anos em 2021
Um artigo sobre clássicos que já é um clássico. Depois de termos fechado o ano de 2020 com um apanhado de alguns modelos que celebraram o seu 50º aniversário no inesquecível “vinte vinte”, entramos em 2021 com um breve resumo sobre a história de 9 automóveis lançados em 1971 e que celebram agora meio século de vida. Uma vez mais, há aqui modelos para todos os gostos e contas bancárias. Dos mais humildes utilitários a verdadeiros carros de luxo, passando por outras propostas mais desportivas, mas igualmente exclusivas. Parabéns a todos, pelos bonitos 50 anos!
Alfa Romeo Alfasud
As histórias sobre os problemas de corrosão que afectaram este primeiro Alfa Romeo de produção com configuração de tracção dianteira repetem-se. Mas apesar disso, este foi um modelo de extrema importância e um dos mais bem sucedidos da história da Alfa Romeo. Foi apresentado no Salão de Turim de 1971 e construído no sul de Itália, sendo parte integrante de um programa do governo italiano para reduzir o desemprego naquela região do país.
Foi desenhado por Giugiaro – o seu primeiro design depois de ter criado a Italdesign – e é por muito considerado como um dos modelos com melhor comportamento dinâmico da sua geração. O capot baixo escondia motores boxer entre 1.2 e 1.5 litros de cilindrada. O Alfasud foi um dos modelos de maior sucesso da “Alfa”, tendo sido produzidas mais de 1 milhão de unidades, se consideradas as versões Sprint.
Mazda Savanna
O antecessor do mítico RX-7 foi lançado em Setembro de 1971 e logo no seu primeiro mês de comercialização, vendeu mais de 5000 unidades, um resultado surpreendente para a Mazda. Utilizava um motor rotativo e estava disponível em vários formatos de carroçaria, sendo o mais famoso o desportivo com silhueta coupé. Em alguns mercados foi vendido como o RX-3. Encontrou, igualmente, o sucesso no mundo da competição, alcançando a 100ª vitória no Japão em 1976.
Originalmente, recorria a um motor com dois rotores, com apenas 982 cc de cilindrada, mas que produzia cerca de 110 cavalos. Mais tarde receberia os motores 12A e 12B, com 1146 cc e potências que variavam entre os 125 e os 130 cavalos. O Savanna foi substituído em 1978 pelo RX-7. O resto é história.
Morris Marina
O Marina é bem capaz de ser o carro mais subvalorizado e mais vezes destruído na história da televisão e do entretenimento automóvel, famoso pelas suas inúmeras aparições no programa Top Gear que quase sempre terminavam com um piano em cima, largado de uns 30 metros de altura, ou numa impressionante bola de fogo. Uma pena, pois são já poucos os sobreviventes deste modelo da Morris, sempre alvo das piores e, provavelmente, pouco sustentadas críticas.
A sua má fama ficou a dever-se, em grande parte, ao facto de partilhar muitos dos seus componentes com o já ultrapassado Morris Minor, lançado originalmente em 1948, imagine-se. Ainda assim, a Morris vendeu mais de 1 milhão de unidades do Marina, até que este foi substituído pelo Ital, essencialmente, o mesmo automóvel com um novo “fato”.
Alpine-Renault A310
Só escrever a palavra “Alpine” fez-me recuar no tempo e recordar os excelentes e curtos dias que passei ao volante do brilhante A110 do século XXI. Esta sigla, no seu formato original, viria a ser substituída pela “maior” A310 do novo modelo. Este, nas suas primeiras versões, utilizava um modesto motor de quatro cilindros do Renault 16 com cerca de 130 cavalos, números pouco entusiasmantes, principalmente se pensarmos que o mais velhinho A110 continuava a dar cartas no mundo dos ralis.
Exteriormente, o novo A310 rompeu por completo com as linhas mais clássicas do A110 e seu chassis tubular e carroçaria de construção leve receberam, finalmente, em 1976, o motor que efectivamente mereciam, o famoso PRV 2.7 litros, um V6 com 150 cavalos que lhe conferiu a performance que deveria ter tido desde o início dos seus dias. A sua produção terminou em 1984, depois de produzidas 11 600 unidades.
FIAT 127
O 127, o substituto do 850, foi, tal como o Alfasud, outro modelo italiano de grande relevância a surgir em 1971, o produto final do projecto conhecido internamente como X1/4. A adopção da tracção dianteira resultou do trabalho prévio do engenheiro Dante Giacosa nos Autobianchi Primula e A112. E tal como o Alfa Romeo acima mencionado, também o 127 se transformou, mais tarde, de um veículo de duas portas num mais prático hatchback de três.
Logo em 1974 foi atingida a marca de 1 milhão de unidades produzidas na fábrica de Mirafiori, em Turim. O 127 foi alvo de um restyling bastante significativo em 1977 e é um daqueles modelos que, infelizmente, está a desaparecer das estradas. Foram vendidas mais de 5 milhões de unidades do 127 até ao final da década de 1980 e foi, inclusivamente, eleito Carro do Ano na Europa em 1972.
Maserati Bora
Outro modelo italiano, mas este bem mais exclusivo do que os FIAT e Alfa Romeo que também integram esta lista. O Maserati Bora é um superdesportivo exótico com motor V8 colocado em posição central e que recorre, igualmente, a componentes hidraúlicos partilhados com a Citroën, dona da marca italiana naquela época.
Foi o primeiro modelo da marca do tridente a usar geometria de suspensão independente nas quatro rodas, bem como o primeiro Maserati de produção a ter o motor ao centro. O Bora deu, também, origem ao Merak, visualmente idêntico mas com um motor V6 no lugar do de oito cilindros do Bora. Até 1978, a Maserati produziu apenas 564 exemplares do Bora.
Mercedes-Benz SL (R107/C107)
Um dos Mercedes-Benz SL mais apreciados, a série 107 surgiu em 1971 como substituto do fabuloso W113. Foi estrela de Hollywood, tendo marcado presença em inúmeros filmes e assumiu-se como um dos modelos da marca de Estugarda com uma das mais longas carreiras de sempre, sendo substuído em 1989 pela série R129.
O mercado norte-americano foi um dos mais significativos para esta terceira geração do SL, modelo que dispunha, igualmente, da versão de carroçaria fechada, SLC, com configuração interior 2+2. Nas suas inúmeras versões, esteve associado a motores de seis cilindros em linha ou a mais volumosos V8. Foram vendidas mais de 300 mil unidades.
Renault 15/17
Os Renault 15 e 17 foram dois coupés produzidos pela marca francesa recorrendo a componentes de modelos de maior volume de produção como o 12. O Renault 15 recorria, por exemplo, ao seu motor 1.3 litros, mas o 17 utilizava o mais potente 1.6 litros do modelo 16. Exteriormente, distinguiam-se por detalhes como os faróis dianteiros e o desenho das janelas traseiras, e por dentro, o 17 destacava-se por um habitáculo mais refinado.
As versões TS e Gordini surgiriam mais tarde, contribuindo com mais performance para o coupé desportivo da Renault. Os Renault 15 e 17 foram apresentados no Salão de Paris de 1971 e estiveram em comercialização durante oito anos, tendo sido descontinuados em 1979 e substituídos pelo, também coupé, Renault Fuego, modelo que podes recordar clicando aqui.
Volvo 1800 ES
Apresentado no Outono de 1971, o Volvo 1800ES foi uma nova versão do mítico 1800, com tejadilho prolongado, uma quase station wagon desportiva, precursora, de certa forma, do actual conceito das shooting brakes. Os grandes vidros laterais traseiros, bem como o da porta da bagageira, escondiam um espaço de carga maior, apontado, segundo a Volvo, aos adeptos de golfe ou de caça.
Esteve em produção apenas até 1973, sofrendo as consequências de medidas de segurança cada vez mais restritas, principalmente no mercado norte-americano. Foram produzidas 8078 unidades, todas associadas a um motor de quatro cilindros com dois litros de cilindrada.
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Fotos: oficiais