Lotus despede-se dos Elise e Exige com edições especiais “Final Edition”
Dois carros absolutamente icónicos, especialmente o Elise, que entrega há 25 anos, àqueles que têm a sorte de ter um, sensações de condução e pureza automobilística quase inigualáveis. A receita de leveza de Sir Colin Chapman encontra no Elise uma das suas melhores aplicações. Mas chegou ao fim.
Für Elise
Quando foi lançado, em 1996, praticamente não havia nenhum carro para track days no mercado. Os “brinquedos” de fim de semana resumiam-se a alguns desportivos mais conhecidos, mas nenhum com as especificações, por excelência, para uma pista. O Elise veio mudar isto tudo. Deve o seu nome a Elisa Artioli, neta do então presidente da Lotus e Bugatti, Romano Artioli.
Lembro-me que quando o vi pela primeira vez – era eu ainda muito miúdo – fiquei espantado com aquelas linhas. Parecia um superdesportivo em ponto pequeno ou um carro de rádio em ponto grande. Não fazia ideia para o que servia, apenas que tinha muita pinta e imaginava-me a conduzir um. Infelizmente, nunca o fiz. Mas a vida é longa e, embora a sua produção termine com esta edição especial, felizmente houve muita gente que entendeu o quão especial é e ainda existem muitos por essas estradas fora. Tão especial é, que o Lotus Elise foi o carro escolhido por Elon Musk para iniciar a Tesla, servindo de base para o Roadster.
Final Edition
Embora já tenha conduzido muitos carros, gostava de sentir o que é conduzir um carro feito com o “único” propósito de ir para as pistas nos track days raspar centésimas em cada curva. Esta “Final Edition” é muito diferente da primeira versão do Elise. A receita mantém-se: chassis em alumínio e carroceria em fibra de vidro, mas o motor que lhe dá força é o mais recente 1.8 litros, de origem Toyota (2ZR), com compressor, revisto para atingir 240 cavalos de potência. Bastante longe dos originais 120 cavalos do velhinho 1.8 litros, atmosférico, da Rover. Se o primeiro, mesmo com pouca potência, sprintava em 5,8 segundos, esta Final Edition demora, apenas, 4,5 segundos. O peso, claro, é a maior vantagem. Os originais 725 kg do Elise de 1996 são, agora, 898 kg neste que será o último Elise a sair da fábrica de Hethel.
Teve várias versões, umas mais radicais do que outras, e o mesmo se pode dizer do Exige, a versão mais musculada do Elise, com um foco mais competitivo do que recreativo. Também o Exige irá terminar e receber esta edição final. Para além da mecânica revista, estas edições recebem vários extras e melhorias tanto no exterior como no interior. Ecrã TFT, interior e volante em pele e Alcantara, cores exclusivas, jantes de liga leve, forjadas, meio quilo mais leves que as da versão Sport 220 e a possibilidade de incluir alguns extra em fibra de carbono para reduzir, ainda mais, o peso total.
É, sem dúvida nenhuma, uma excelente maneira de dar a dois modelos icónicos da marca uma despedida apropriada. Se quiseres um, terás, naturalmente, de o importar e gastar uma quantia em torno dos 60 mil euros, antes de impostos. Nunca conduzi nenhum, mas tenho a certeza que vale a pena. Que o diga aquele miúdo em 1996.
Segue-nos no Instagram