Volvo XC60 T6: provavelmente o melhor SUV híbrido plug-in do mercado
Este Volvo XC60 T6 na versão Inscription é uma delícia de conduzir. É uma delícia de olhar e uma, também, de utilizar. E apesar de ter um preço que só serve para algumas pessoas, para essas é a escolha acertada.
O melhor?
Sim, é uma afirmação arrojada, especialmente tendo em conta que não os testei a todos. Mas quando aplicamos alguma racionalidade e sensibilidade a esta análise, vão perceber a minha afirmação. Para começar, vou fazer a minha declaração de interesses: o XC60 é o único SUV de que gosto. O único também não, vá, mas como não aprecio o formato, isto quer dizer muito. Gosto não no sentido de ser um SUV que gosto, mas no sentido de ser um carro de que gosto e que, por acaso, é um SUV. Entenderam?
Para começar, gosto das proporções. É um carro grande, mas bem distribuído. Não é demasiado grande num sítio e pequeno noutro. Nada parece demasiado. Gosto da maneira como a linha do carro flui. Não é nem muito rectilínea, nem muito curva. Transmite-me robustez e elegância, sem deixar de ser algo sensual… bem, que misturada que para qui vai! Vá, agrada-me, pronto. Já está!
Agora, o motor. Aquilo que realmente me faz dizer que este é o melhor híbrido plug-in do mercado. É o 2 litros, turbo, a gasolina, já conhecido da marca, ligado a um motor eléctrico, com uma bateria capaz de uma autonomia de 50 km, give or take. O T6 diferencia-se do T8 pela potência. São iguais, mas a versão T6 tem menos 50 cavalos no motor térmico. Ou seja, em vez dos 303+87=390 tem, antes, 253+87=340.
Isto significa menos consumo, menos poluição e praticamente as mesmas prestações. É capaz de demorar mais 0,3 segundos dos 0 aos 100 km/h, pronto. A velocidade é igual em todos os Volvo, limitada aos 180 km/h, por isso não conta. Como vêem, não vale a pena gastar mais 4.200€, mais ou menos, para ter o mesmo carro. Isto porque, num híbrido plug-in como este, a vantagem não está na potência extra. Está, sim, em ter sempre carga suficiente na bateria para poder utilizar o carro em modo eléctrico tanto quanto possível.
E não faz mal se não houver carga, porque ele guarda sempre um pouco para manter o modo híbrido activo, para conseguirmos arrancar com o motor eléctrico e tornar o motor mais eficiente (isto se não forçarmos a utilização eléctrica através do modo Pure). Neste teste, depois de esgotar a carga da bateria, que não vinha cheia mas com uns bons 30 quilómetros de autonomia – os suficientes para a cidade – fiz média de 5,7 litros/100 km. Num carro com cerca de 2100 kg de peso e um motor de 2 litros a gasolina! Querem que continue?
Primeira classe? Ah, muito obrigado!
Sair do meu carro particular para entrar neste foi como receber a notícia de que a companhia aérea me tinha feito um upgrade de económica para primeira classe. Nunca me aconteceu, e provavelmente nunca irá acontecer. Com a sorte que às vezes tenho, era mais certo o contrário. “Senhor Rafael? Sim. Veja, é o seguinte: houve uma confusão. Vai ter de se ir sentar ensanduichado no meio de outras duas pessoas desconhecidas e a cheirar a fila de espera de duas horas. Obrigado pela compreensão”.
Materiais de qualidade em todo o lado. Todo o lado. Até no fundo das portas, onde a malta guarda as garrafas de água e aquela caneta da qual não sabemos o paradeiro vai fazer três anos, meteram plásticos moles. Mas depois na porta do porta-luvas espetaram com uma chapa de um polipropileno qualquer. Palavras caras, hein? Não faço ideia se é um plástico desses, mas é rijo. É a única coisa a apontar nos materiais.
A construção também é exemplar. Tudo bem encaixado e robusto e nem um único ruído. Interior ou exterior, porque o isolamento acústico é fantástico. A isto junta-se o conforto. Seja dos bancos, de regulação eléctrica com memória, com bom apoio e suaves, a chassis, com uma suspensão que absorve muito bem os impactos e é progressiva na medida certa, passando pelo toque dos materiais. Este carro tinha bancos aquecidos e refrigerados e volante aquecido, o que nestes dias de frio é uma maravilha.
Quanto à tecnologia, está lá toda. Tanto a de lazer, com um som de alta qualidade e o já conhecido sistema de infoentretenimento, como a de segurança, com os sistemas activos e passivos que tornam os Volvo quase infalíveis. A qualidade de imagem da câmara de marcha-atrás é qualquer coisa. É verdade que a este nível de preços, nem podia ser de outra maneira, mas a indústria ainda poupa muito em alguns detalhes, sendo este um deles. Algumas câmaras fazem tudo parecer um borrão de cores. E não me venham com a desculpa do preço, que hoje em dia qualquer câmara deste tipo comprada no eBay por 15 euros tem uma resolução de alta definição.
Condução
Esta é a parte que menos importa num carro destes. Tem potência para o acelerar em 5,9 segundos dos 0 aos 100 km/h. E isso é mais do que suficiente para entrar numa via rápida, fazer uma ultrapassagem ou sair da frente do trânsito. Não é carro para andar a acelerar numa estrada secundária, quanto mais num track day. Isto é carro para o dia-a-dia, com o máximo conforto, qualidade e, nesta versão híbrida plug-in, eficiência. É um carro para durar uma vida inteira. Na “boínha”.
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Conclusão
O preço base desta motorização é de 69.407€ com o nível de equipamento Inscription. Uma poupança de 4.244€ em relação ao motor T8. Poupam alguns milhares e sabem que fizeram a compra acertada. No entanto, até ao final de Março, a Volvo está com algumas campanhas e conseguem um XC60 T6 por menos de 60 mil euros. É um excelente preço pelo melhor SUV híbrido plug-in do mercado.