Renault 14: o primeiro modelo da marca com motor transversal faz 45 anos
Entre os mais comuns 12 e 16, houve também um Renault 14. Não me lembro de ver muitos. Aliás, nem consigo garantir que os poucos que vi, foram vistos em Portugal. Não sei bem porquê, mas associo o Renault 14 às idas a Espanha durante as férias, talvez porque lá tenha gozado de muito mais sucesso do que em Portugal.
A versão final do projecto 121, o 14, foi lançado em 1976, um esquecido hatchback que celebra já 45 anos, ficando para a história como o primeiro Renault a ter o seu motor colocado transversalmente, uma unidade com árvore de cames à cabeça desenvolvida em colaboração com a Peugeot através da Société Française de Mécanique Renault-Peugeot, o motor Douvrin com 1.2 litros de cilindrada e 59 cavalos. Esta configuração transversal do motor de quatro cilindros trouxe benefícios ao nível da habitabilidade e acessibilidade.
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Ensaios realizados ao 14 no final da década de 1970 destacavam o seu refinamento e comportamento mais eficaz do que o esperado, mantendo um bom nível de conforto. Mas o 14, tal como muitos outros modelos contemporâneos, não se livrou, anos depois, de uma má fama motivada pela sua corrosão. Também o design, inspirado no Basic Research Vehicle que a Renault mostrou em 1974, mas com várias alterações para reduzir custos, não deixou o público muito convencido. O ano de 1980 trouxe-lhe uma actualização estética e um novo motor com 1.4 litros. A caixa de cinco velocidades chegou apenas um ano depois.
Considerando as ambições da marca francesa, com vendas ligeiramente inferiores a um milhão de unidades em sete anos de mercado, o 14 ficou longe de se tornar um modelo de enorme sucesso, ainda que o formato de carroçaria e colocação do motor se tenham assumido como a solução certa, a que seguiu em frente e se tornou “standard” no seu segmento de mercado. A versão mais apetecível é a TS com motor de 69 cavalos. O Renault 14 saiu de cena 1983 devido ao aumento de popularidade dos mais recentes modelos 9 e 11.
