Novo Hyundai Tucson: taco a taco com os melhores
A pergunta que se coloca com este novo Hyundai Tucson, na versão híbrida, é se já o podemos chamar premium. Vou tentar dar uma resposta a essa pergunta, embora talvez apenas eu a tenha feito. Teste feito, venham de lá as conclusões.
O óbvio
Naturalmente, quando se olha para ele, o que salta logo à vista é o novo design. O anterior era do meu agrado. Tinha muito boas proporções e aquele aspecto off-road robusto que se espera de um SUV à séria. O Tucson sempre foi isso mesmo. Um SUV à séria e não, como muitos outros, um carro grande que só serve para dar nas vistas. A culpa é dos clientes, atenção. Para os fabricantes são negócios e, como tal, têm de procurar o lucro.
Mas certo é que, se o anterior era bom ao nível de ser um SUV, este novo mantém-se igual. Pelo menos nesse departamento. Continua a ser um SUV dos verdadeiros e se as jantes de 19 polegadas não são o melhor para o fora de estrada, os pneus 235mm com perfil de 50 sempre permitem que arrisquemos um pouco sem problemas. Dá para trilhos de terra batida mais sinuosos, mas nada que não seja um local efectivo de passagem.
Design
Voltando ao design, se o anterior era mais agressivo, este é mais elegante. A nova linguagem de design da Hyundai agrada-me, embora tenha um ou outro detalhe que pudessem ter evitado, como os apontamentos metalizados em plástico ao estilo barbatana na parte lateral traseira. Há quem goste. Eu prefiro outros ângulos.
E ângulos é o que não falta ao novo Tucson. Desde as linhas mais rectilíneas nas cavas das rodas aos paineis laterais, há ali um quê de arestas que lhe fica bem. Isto porque, quando lhe juntamos algumas curva e uma proporção bem estudada, o resultado é óptimo. Tem um aspecto dinâmico e elegante sem perder aquele ar robusto. Às vezes parece um pouco frágil, quase de brincar, é certo, mas são mais as vezes que parece um SUV premium.
No interior, a evolução é notória, não só no design que está completamente diferente, como nos materiais utilizados e construção. A consola central e o infoentretennimento têm um ar futurista, quase a lembrar uns conhecidos SUV britânicos – o que é bom – e são super fáceis de utilizar, graças à rapidez e fluidez dos comandos. É tudo touch, é certo, mas tem botões de atalho, o que facilita. A consola central onde estão os comandos da caixa é assim elevada, o que dá um ar de “nave espacial”. juntando isso ao arco que atravessa o carro de um lado ao outro, a fazer parecer uma peça única e ficamos mesmo com a sensação de estarmos no espaço. Bem jogado, Hyundai.
Os materiais são bons e a cosntrução também, apesar das portas não terem talvez levado tanta atenção na montagem. Afinal de contas, o Tucson não é um SUV premium, embora esteja a morder os calcanhares de muitos que o são. O manípulo exterior da porta podia ter um batente mais macio, que não batesse na carroçaria com tanto “desprezo” e não causasse aquele barulho metálico e oco. Oco, também, porque a porta é isso mesmo: oca. Não parece ter muito enchimento acústico, o que torna o habitáculo não tão silencioso quanto podia e faz com que a qualidade aparente de construção sofra um pouco. Ainda assim, gostei muito. É algo com que se consegue viver muito bem.
Motor
O motor é o ponto que liga todo o carro e faz com que o resultado seja maior que a soma das partes. O carro é na generalidade muito bom. O motor, agora, está ao mesmo nível. O carro que testei tinha o motor 1.6 litros, turbo, a gasolina, híbrido com 230 cavalos de potência combinada (180 + 60) e andei a fazer consumos na ordem dos 5,8 litros/100 km. Taaau! Está tudo dito.
‘Tou a brincar, ainda há coisas para dizer. O consumo é muito bom para um carro com um motor turbo a gasolina e com um peso superior a 1540 kg mas o que surpreende é a maneira como o motor eléctrico e a bateria vão gerindo a ajuda ao motor a combustão. Arranca sempre em modo eléctrico e se tivermos o pé só assim ao de leve em cima do acelerador, ele vai andar em modo eléctrico se conseguir. No outro dia, fiz 3 quilómetros em cidade em modo eléctrico até que ele achou que devia ligar o outro motor. E isto é sempre assim. Volta e meia estamos em modo 100% eléctrico e nem demos conta. Tanto em cidade como fora dela. Se tivermos o pé leve e aproveitarmos a inércia do carro, ele torna-se super eficiente.
Se for preciso acelerar – e aconteceu umas duas ou três vezes – somos surpreendidos com um disparo de potência muito fixe. Não é nada de outro mundo, mas é o suficiente para nos colar um pouco ao banco e “assapar” dali para fora, com os outros condutores a ficar para trás. É um bom carro para uma utilização mista, calma e cuidada, e suficientemente capaz para quando é necessário.
Não é premium, mas…
Anda lá muito perto. Falta só mesmo aqueles pontos de melhor insonorização e atenção aos detalhes, com um pouco mais de utilização de melhores materiais. A nível de motor, está excelente e só espero que a versão híbrida recarregável que aí vem seja tão boa ou melhor. Conforto, nada a apontar: excelente posição de condução e sentimos que somos capazes de fazer centenas de quilómetros na boa. A utilização e informação é intuitiva e tem bom equipamento e segurança, com os sistemas já habituais nos carros modernos. De opcionais, fica a faltar os bancos e volante aquecidos e o tecto de abrir.
Mas agora, com isto tudo vocês devem estar a pensar que o preço está louco. Nada disso. 43.000€ ou 40.000€ em compra a crédito. Bastante mais barato que os concorrentes premium e não recebem muito menos por isso. Antes pelo contrário. Hyundai… bem jogado, mais uma vez.
Segue-nos no Instagram