MINI Electric Pacesetter foi cabeça de cartaz no E-Prix de Roma
Chama-se MINI Electric Pacesetter inspired by JCW e assumiu um papel de protagonista na dupla jornada de Fórmula E do passado fim-de-semana, realizada em Roma. Levando bastante a sério as suas funções de “Safety Car” e, como tal, da segurança em pista nesta série de monolugares 100% eléctricos da FIA, o novo bólide eléctrico não foi de modas e saiu à frente do pelotão no E-Prix de Sábado, sendo também o primeiro a receber a bandeira axadrezada no final dessa corrida, para no Domingo repetir parte da dose, cabendo-lhe, também, encabeçar a longa fila de 26 monolugares, antes da abertura oficial das hostilidades, em pista.
Naturalmente que não foi por vontade própria que a nova coqueluche da Fórmula E entrou em pista, mas sim fruto do estado da mesma no arranque de ambos os E-Prix e, também, devido aos acidentes, em especial o mais aparatoso, ocorrido minutos antes do final da Corrida 1.
Criação da JCW, da MINI Design, BMW Motorsport, FIA e Fórmula E, este novo “Safety Car” reflecte a aposta de marca de origem britânica, hoje integrada no alemão Grupo BMW, num futuro electrificado, associando-a à vasta herança na competição da marca John Cooper Works. Se em termos de grupo motopropulsor a base é a mesma do MINI Cooper SE – motor eléctrico de 184 cv / 280 Nm, transmissão automática de 1 velocidade e bateria de 32,6 kWh – que pode adquirir em qualquer stand da marca, as semelhanças acabam aí, já que o conjunto se viu vestido & despido de muita coisa face ao modelo original, ascendendo a nada menos do que 130 os quilos diminuídos ao total dos 1.230 da versão civilizada.
Cabe à múltipla palete de cores exteriores dar uma enorme ajuda em termos de impacto visual, em especial na vertente aerodinâmica, via spoilers, splitters, alargamentos & afins, estrutura em que se recorreu a diversos materiais de baixo peso, com especial destaque para a fibra de carbono, e também à concepção de peças impressas em 3D. Já no interior a sangria ao peso foi ainda mais dura, removendo-se todo o supérfluo, não sobrando praticamente nada do MINI Electric normal, aplicando-se um obrigatório roll cage soldado à estrutura, baquets com cintos de seis pontos, um volante desportivo e os comandos para as diferentes luzes de sinalização exterior.
Como é hábito, é um português – de seu nome Bruno Correia – o condutor deste inédito “Safety Car” do Campeonato do Mundo de Fórmula E, um ex-piloto de monolugares que em 2013 passou a ser o condutor dos carros de segurança em diversos campeonatos sob a égide da FIA, nomeadamente do WTCC. No ano seguinte, o de estreia da Fórmula E, passou para esta série, tendo, desde então, o seu nome na baquet dos seus “Safety Cars”, não só nesta nova montada, como dos anteriores BMW i8 Coupé e i8 Roadster que, assim, ficaram na garagem (infelizmente não nesta vossa Garagem).
Se levado aos limites, a nova coqueluche da Fórmula E cumpre os 0 aos 100 km/h em 6,7 segundos e os 80 aos 120 km/h em 4,3 segundos, respectivamente menos 0,6 e 0,3 segundos do que o equivalente MINI de estrada. “Agilidade, performance e um visual muito ‘cool’. O MINI Electric Pacesetter tem tudo: é muito divertido de conduzir, quase parecendo um kart”, referiu.
Conheça-o mais em detalhe neste vídeo dinâmico ou nesta apresentação de Oliver Heilmer, o responsável por grande parte do seu design. Depois convidamo-lo a assistir ao “The Electric City Challenge”, uma impensável corrida entre este Pacesetter e… um exemplar do metro de superfície que serve a “Cidade Eterna”! Mas que isto não vos dê ideias, ok?
Coupé ou Roadster, os BMW i8 “Safety Car”?
Foi no E-Prix do México do ano passado que a BMW anunciou que iria prolongar o seu contrato com a FIA para o fornecimento dos veículos de assistência às provas deste Campeonato do Mundo, não só em termos dos seus “Safety Cars”, como a restante frota de intervenção, médica e de desencarceramento rápido.
Foi a partir dessa altura que surgiu novo BMW i8 Roadster Safety Car, modificado para uso em circuitos, complementar ao até aí habitual i8 Coupé Safety Car, sendo as restantes propostas uns não menos significativos 530e como “Medical Car”, um X5 e45 como “Rescue Car” e um i3 como “Race Director Car”. São também da marca bávara as unidades que habitualmente faziam as muito populares “BMW i VIP Laps”, conjuntos de voltas aos circuitos que compõem o calendário, destinadas a convidados, processo que, neste momento, se encontra suspenso devido à pandemia.
Fica por saber se haverá mais por detrás desta entrada de fininho da MINI no Mundial de Fórmula E, quando é sabido que a BMW já anunciou que se irá retirar no final da presente Temporada 7, dando por terminada uma estratégia que remonta a algumas épocas, inicialmente apenas como fornecedora de tecnologia e, desde a Temporada 5 (2018-19), como estrutura oficial, com a equipa BMW i Andretti Motorsport.
Poderemos estar em vésperas de uma transferência de funções no seio do Grupo BMW? O futuro o dirá!
Fotos: Oficiais / BMW Mini Group