VW Golf GTE: eléctrico desportivo, mas só um pouco
Das três versões GT, o VW Golf GTE, híbrido plug-in é, talvez, a mais interessante. Pelo menos, para mim, que ainda não andei com as outras. Mas do que pude atestar – e dado o paradigma ambiental – é a que faz mais sentido.
É mais ou menos
Mais ou menos desportiva e mais ou menos ecológica. Há versões desportivas GT do VW Golf para todos os gostos. A GTD, a gasóleo, para quem faz muitos quilómetros, a GTI, a gasolina, para quem uma experiências de condução mais “pura” e a GTE, híbrida recarregável, para quem quer uma solução que anda ali entre as outras duas.
É eficiente, porque a autonomia eléctrica permite fazer uns 50 quilómetros 100% eléctricos e o modo híbrido ajuda a baixar os consumos quando não há carga suficiente na bateria. É dinâmica q.b. porque o motor térmico de 1.4 litros, turbo, juntamente com o motor eléctrico, criam uma potência combinada de 245 cavalos, o que já é considerável. O chassis é bastante bom, com uma afinação mais desportiva da suspensão e com umas jantes de 18 polegadas que permitem enfrentar as curvas e as acelerações com mais coragem.
Não vamos ter a resposta mais dinâmica de todas porque nota-se que a eléctrónica e os sistemas de gestão do motor e caixa pendem mais para a eficiência do que para a condução. É normal! Isto é um carro que se pretende ecológico. Mas também se nota que foi “salpicado” com uns pozinhos de GT (até porque existe a versão híbrida plug-in sem ser GTE, por cerca de menos 3 mil e 500 euros).
Então quero o “normal”?
Vou ser honesto. Sim. Se queres um híbrido recarregável muito competente, eficiente e cheio de qualidade, então deves escolher o VW Golf TSI eHybrid. São 204 cavalos de potência combinada e uma afinação ainda mais focada na eficiência. A VW anuncia quase 80 km de autonomia em cidade. E fá-los!
Agora, se queres um pouco mais de desportividade, ter aquela mística GT, um aspecto mais desportivo e uma experiência de condução ligeiramente melhor, então escolhe o GTE. Eu, pessoalmente, escolhia esta opção. Não te consigo dizer se é menos confortável do que a versão normal, porque ainda não andei com ela, mas posso dizer-te que, no dia a dia, o GTE é bem confortável. Nas lombas nota-se que a suspensão está afinada mais para a rigidez, mas a rolar na estrada, mesmo com irregularidades, o conforto é notável.
Ao nível das prestações, os 40 cavalos a mais e a afinação notam-se. A velocidade máxima é de 225 km/h face aos 220 da versão normal. Não muito, portanto. Mas no sprint ganhamos 0,7 segundos. Passamos de 7,4 para 6,7 segundos dos 0 aos 100. Bem bom.
E a qualidade?
Isso está garantido. A Volkswagen sabe fazer carros. E sabe fazê-los para quem gosta deles. Especialmente no Golf. A marca sabe que quem compra um Golf quer um carro daqueles a sério. Daqueles que é suposto serem bons e serem-no na sua mais tradicional concepção. Nada de crossovers e SUV. Um bom hatchback à moda antiga… mas super moderno.
Um interior que transpira futuro mas ao mesmo tempo nos dá uma sensação de familiaridade. Tudo está no sítio onde é “suposto”, mesmo que seja um ecrã touch enorme, não haja botões físicos e tenhamos de andar a controlar o volume o ar condicionado a deslizar o dedo de um lado para o outro. É chato ao início mas é uma questão de hábito. Os comandos no volante, com resposta háptica de vibração, são fáceis de utilizar e ajudam à sensação futurista.
A qualidade dos materiais é boa e a construção também. A consola central – que reúne os controlos da caixa, travão de mão e ignição – é que podia ter uma sensação um pouco melhor, algo que é transversal a todos os modelos do grupo. Mas é má? Nada disso.
A ergonomia foi bem pensada e tudo está à distância certa. Os bancos são assim mais em jeito de bacquets – algo que é exclusivo da versão GTE – e dão um bom suporte lateral. O volante tem um toque muito premium e a posição de condução é óptima e fácil de encontrar. De resto, tem os sistemas de segurança que já são um standard na indústria – e ainda bem – juntamente com faróis LED Matrix, emparelhamento com smartphone via wireless, diferencial electrónico (que ajuda à condução mais dinâmica), câmara multi-funções , entre muitas outras coisas.
Conclusão
Este VW Golf GTE é uma opção muito boa tendo em conta o que traz, a sua mecânica híbrida plug-in, o aspecto visual e a relação preço-qualidade. Um motor térmico de 1.4 litros ajuda, naturalmente, a reduzir os impostos, e juntamente com a autonomia eléctrica de cerca de 50 km está aqui uma solução muito boa se procuras uma mobilidade mais ecológica sem perder totalmente a desportividade que um Golf com as siglas GT deve ter. O preço é a partir de 41.532€ para particulares e 27.490€, chave na mão, para empresas.
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