Volkswagen Tiguan 2.0 TDI R-Line: um SUV quase à moda antiga
Se, como eu, és daqueles que não liga muito aos SUV, este VW Tiguan R-Line é capaz de te fazer olhar duas vezes. A mim fez.
Deixem-me contextualizar
Não gosto de SUV. Como veem, é um contexto simples de fazer, vá. Mas eles andam por aí e temos de os aceitar. Não os detesto, calma. Acho é que estão pervertidos. A sua função principal deixou de importar. O transportar cargas e pessoas e conseguir atravessar estradas estragadas e caminhos fora delas. As pessoas parece que olharam para eles e acharam que os citadinos não servem. Querem-nos para as cidades. Que aberração!
Mas este VW Tiguan até que me deixou contente. Tem o aspecto de um SUV a sério. Não foi desenhado para ser parecido com um desportivo. Foi desenhado tendo em conta a função. E a sua função até que não é má.
Funciona
Ao nível do design, a coisa está bem feitinha, como já referi. Não é suposto ser bonito, ainda que saibamos que isso seja relativo. É suposto ser um carro sóbrio. Que deixe as suas capacidades transparecer. Que tenha espaço interior para as pessoas e na bagageira para a carga. Que seja relativamente fácil de usar tanto na estrada como fora dela. Que seja um carro para trabalho e família mas que se possa utilizar no dia-a-dia. 5 lugares confortáveis, 615 litros de bagageira, tudo num carro que nem é assim tão grande quanto isso.
O Tiguan consegue-o. E consegue-o com qualidade e uma certa elegância. O carro é bom. No interior tem materiais de qualidade e óptima construção. Não tem o aspecto mais moderno do resto da gama VW, mas actualizaram algumas coisas. Os comandos sensíveis ao toque, o volante e o ecrã, por exemplo. Mas o interior transmite um propósito. Ao nível da tecnologia, entretenimento e segurança temos acesso a tudo o que a VW tem disponível. E com qualidade, lá está.
E na estrada?
A condução é confortável, apesar de ter umas jantes de 20 polegadas(!), os bancos também, com o símbolo “R”, a indicar a versão R-Line (que também se encontra espalhado pelo exterior do carro), a direcção é boa, sem ser nem leve nem pesada e a caixa automática DSG de 7 velocidades ajuda no conforto e à condução.
Esta versão R-Line não é a melhor para fazer sobressair as qualidades SUV do Tiguan. É mais para quem se quer aproximar de um visual desportivo e só vai usar o carro, infelizmente, em cidade e estrada aberta. Mas é a mais impactante, é certo. Especialmente com esta cor Azul Nightshade, tem uma presença brutal. Os pára-choques maiores, com um desenho a remeter para o GTI, as enormes jantes e a cor dão um aspecto muito forte ao Tiguan. A minha sugestão é que comprem uma versão mais simples. A Life, por exemplo, que, com este mesmo motor 2 litros a gasóleo com 150 cavalos custa menos quase 10 mil euros. Não vão ter o mesmo impacto, mas o carro passa a ser um SUV utilizável e pouparam dinheiro.
O motor é adequado para quilómetros. Muitos. Os 150 cavalos de potência e 360 Nm de binário ali a partir das 1600 rotações são suficientes para puxar o que for preciso e para consumos na ordem dos 6 litros/100 km. Terminei o ensaio com uns 6,6 mas com um trajecto muito em cidade. Mas fora dela andei com consumos em torno dos 5 litros e pouco. Muito fixe.
Pode não ser o SUV mais bonito que existe, mas é dos que tem o melhor compromisso entre o que promete e cumpre. Isso é muito importante na hora de comprar um carro. E o preços estão adequados para a qualidade que oferece. Está disponível desde cerca de 36 mil euros para a versão mais simples com um motor 2 litros a gasóleo de 122 cavalos e vai até aos 60 mil euros da versão R-Line com o mesmo motor a gasóleo mas com 200 cavalos e tração integral. A versão que ensaiámos custa cerca de 50 mil euros. Também há motorizações a gasolina, nomeadamente a 1.5 litros turbo com 150 cavalos e caixa automática DSG e a versão híbrida recarregável com 245 cavalos a partir de 42 mil euros.
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