Ford Ranger Wildtrack Thunder: e eu sou alérgico ao pó!
Mas se é para o levantar, que seja assim. Mesmo que o propósito desta pick-up Ford Ranger na versão Thunder seja o trabalho… embora não pareça.
Pick-up enough?
Epá, sim. Qualquer pick-up é pick-up o suficiente. Aliás, qualquer carrinha de caixa aberta é pick-up suficiente. Mas se fosse só para pick-up, estes veículos não eram os mais vendidos no mundo. E já chega de dizer pick-up! Isto é bom porque tem piada. E, por acaso, é muito bom para o trabalho. E se esse trabalho for fora de estrada, melhor ainda!
A base desta versão Thunder é a Wildtrack, já por si uma verdadeira máquina offroad. O que as distingue é a cor Sea Grey, os detalhes a vermelho, as jantes e a estética dos pára-choques é ligeiramente diferentes. Os incrementos na carroçaria são robustos, mesmo a pedir que a levemos a tentar subir o maior monte que conheçamos. Mesmo que seja um daqueles pequenos, de areia. Só mesmo pela graça. Não te preocupes, ela não vai atascar. Não só tem um sistema de tracção integral dos bons, que permite alterar entre tracção dianteira ou integral, com caixa de transferência de binário, tudo para que não te falte soluções para o que for necessário.
As jantes de 18 polegadas são de cor preta e toda a carrinha tem vários detalhes a dizer “Thunder”. A persiana da “bagageira” também é de cor preta. No interior, mantém-se o estilo preto com contraste vermelho nas costuras dos bancos parcialmente em couro. O interior tem a uma qualidade que não compromete o propósito de trabalho mas que não foi deixada ao acaso. Materiais bons e outros menos bons e boa montagem. Não esperes uma coisa futurista, cheia de tecnologia e design com sensores de toque e ecrãs do tamanho de uma caixa de cereais, até porque se é isso que procuras, não deves ser fã do trabalho. Mas daquele trabalho de fazer calos nas mãos, de juntar o gado e agarrar os fardos de palha! Epá, desculpem, voltou a apoderar-se de mim o cowboy. Volta e meia, quando ando com um carro americano, isto acontece-me.
Funciona?
Voltando à Thunder. O motor é um não-tão-americano 2 litros, a gasóleo, com 213 cavalos e caixa automática de 10 velocidades. Faz consumos altos, naturalmente, mas fora de cidade, em estrada aberta, consegui andar abaixo dos 8 litros. Nada mau. Em cidade, contém com mais de 10… não sejam parvos, isto não é para andar em cidade.
Eu preferia que tivesse a caixa manual de 6, até porque conduzir uma pick-up com uma caixa manual é das coisas mais divertidas que existe. Parece que estamos a pilotar um daqueles robots do filme Matrix, na cena final da invasão das máquinas. A coisa abana, sacode, ruge e sentimos o motor nos pés e nas mãos. Agora imaginem com um V8, como a vendem lá nas terras do Tio Sam.
Fomos tirar umas fotos assim para umas zonas mais apropriadas, com o tipo de terreno que mais agrada à Ford Ranger, tanto pela condução permitida como pelo tipo de trabalho que deverá realizar, e portou-se lindamente. Sentimos os buracos, claro, mas absorve-os de forma confortável. Abanamos assim um pouco mas isso é para não nos esquecermos que estamos sentados numa carrinha de trabalho extremamente competente.
A certa altura, vimos um comboio de vários todo-o-terreno que ficaram muito curiosos com a “nossa” Thunder, mas que nos pareceu que apreciavam mais os seus antigos jipes todos cheios de lama. Da próxima vamos atrás deles. Com esta Ranger era como comer tremoços no parque. Esta expressão não deve existir, mas eu disse-a na mesma. O preço desta unidade na versão Thunder é de 51.526€ e a Ranger Wildtrack tem preços a partir dos 33.869€ (a partir 21.840€ para a Ranger de cabina simples).
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