Nissan Juke Enigma – Nada a esconder, no entanto
Voltei a encontrar-me com o Juke e ainda mais do que seu design arrojado – nesta segunda geração, a meu ver, muito mais bem conseguido, em especial nesta nova versão Enigma, ainda mais distinta – voltei a ficar impressionado com o dinamismo da sua condução, qualidade que partilha com as suas inconfundíveis linhas. O novo Juke não consegue, mesmo que o quisesse, esconder essa dinâmica, esse bom casamento entre a estética e as sensações que transmite a quem o conduz.
Começando pelo exterior, e como já tive oportunidade de referir no meu primeiro ensaio ao novo Juke, acho tremenda a evolução visual que a Nissan aplicou no seu mais pequeno crossover. Igualmente irreverente, mas a meu ver mais consensual, um compromisso que, teoricamente, é difícil de atingir, mas que aqui foi conseguido com grande sucesso. Pelo menos essa é a minha opinião. E para destacar ainda mais o seu Juke, a Nissan assina esta versão com a designação Enigma, aplicando jantes pretas de 19 polegadas e autocolantes com padrão específico nos perfis do tejadilho e retrovisores, assinatura “Enigma” nos pilares C e consola, bem como estreando, a nível de oferta, a compatibilidade com a função Amazon Alexa.
Escolher o motor é fácil
Voltando à condução, importa voltar a referir que o Juke dispõe agora de uma única motorização, a gasolina, mas igualmente que essa curiosidade está longe de ser um problema ou limitação. O 1.0 Turbo de três cilindros pode ser pequeno em tamanho, mas não o é em pulmão, mostrando-se enérgico e com desempenho mais do que suficiente para “brincar” com a agilidade do chassis do Juke, crossover que, não sendo um desportivo, é um excelente exemplo de como um moderno SUV pensado para o dia-a-dia na cidade também pode ser divertido. Quanto a números debaixo do capot, são 114 cavalos de potência e 200 Nm de binário.
Para este segundo ensaio com o Juke, testei-o equipado com uma caixa manual de 6 velocidades, bastante mais agradável do que a automática com que me estreei com esta nova geração. Ainda assim, curiosamente, consegui uma média de consumo ligeiramente mais baixa dessa vez (6,8 l/100 km), tendo devolvido este Enigma com 7,2 l/100 km registados no seu computador de bordo. Ainda ao volante, tenho de destacar a posição de condução. Não gosto de me sentir demasiado alto e o Juke permite essa configuração, mais baixa, mesmo sendo um crossover com a sua postura ligeiramente elevada. A visibilidade à boa graças aos finos pilares A e só não é melhor devido aos grandes retrovisores logo ali ao lado.
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Um Enigma por 22.850 €
Para os passageiros de trás, e considerando a minha altura de 1,8 metros, gostei do acesso facilitado pela ampla abertura das portas, bem como dos quatro dedos de folga para joelhos e três para a cabeça que encontrei assim que me sentei no banco traseiro. Lá atrás, não gostei das janelas demasiado pequenas (embora os vidros desçam praticamente na sua totalidade), nem do assento do banco, que me pareceu demasiado curto para suportar, em conforto, as pernas nas viagens mais longas. O túnel central é baixo e permite usar o lugar central, mas como é hábito em modelos de segmento B – bem como acima deste – o Juke não tem largura suficiente para os ombros de três passageiros, sendo aconselhável apenas para trajectos curtos. A bagageira tem 422 litros de capacidade e dispõe de um prático fundo amovível.
Para além desta versão Enigma, a Nissan propõe o seu Juke em seis níveis de equipamento, com os preços a iniciarem-se nos 19.380 € da versão de acesso, Visio, a única que não pode estar associada à caixa de dupla embraiagem de 7 velocidades, opção que custa sempre 1.600 €. Já este Enigma de caixa manual é proposto por 22.850 €, o que me parece um valor bastante justo por uma versão que, ainda que ligeiramente, se destaca dos demais Juke graças a alguns elementos específicos. Apesar do bom espaço disponível no banco traseiro, esta não é a proposta mais confortável do segmento para quem lá viaja. O consumo de combustível também não é referencial, sendo difícil descer dos 7 litros em circuito misto. Por outro lado, não faltam argumentos ao Juke e não posso não destacar o design – ainda que seja um argumento subjectivo – bem como o seu comportamento dinâmico que combina uma direcção rápida e um eixo dianteiro muito competente com uma óptima sensação de agilidade em curva. E volto sempre ao mesmo, bem sei, mas até um crossover de segmento B, sem quaisquer aspirações desportivas, pode e deve ser divertido de conduzir. O Juke é e muito.
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