Opel Crossland: Mistura versátil de conceitos
Como os anos passam. Estive na apresentação estática do Opel Crossland e só agora tive oportunidade de o conduzir, após a actualização de meia-idade de que foi recentemente alvo. O Crossland perdeu o X, mas mantém a sua dupla personalidade, um misto de formato monovolume e postura crossover que, na verdade, funciona. Visualmente, pode até não funcionar para todos nós, pois gostos não se discutem, mas acho que em combinação com a nova cara proporcionada pelo Opel Vizor, o Crossland ficou a ganhar. Ainda assim, admito, gosto mais de o ver aplicado no Mokka, modelo que traremos, em breve, à Garagem.
Mas o capítulo onde funciona mesmo é ao nível da versatilidade e sentido prático. Sendo um modelo de segmento B, o Crossland nunca será o rei da habitabilidade, oferecendo espaço adequado para os joelhos de dois passageiros no banco de trás, mas muito dificilmente para os ombros de três, como na verdade é habitual no segmento dos utilitários e, por vezes, no dos compactos familiares. Só que o Crossland tem um truque na manga, algo pouco visto e bastante útil para quem a versatilidade é prioridade: um banco traseiro deslizante. Esta solução não faz o Crossland crescer, obviamente, mas permite escolher entre ter mais espaço livre para as pernas ou volume disponível para as bagagens, compartimento que fica completamente plano com o rebatimento do encosto do banco que conta, igualmente, com regulação, permitindo que os passageiros viajem numa posição mais relaxada.
1.2, Turbo, três cilindros, gasolina, 110 cavalos, caixa manual de 6 velocidades
Para quem viaja à frente, e mantendo-me na análise dos bancos, este é, sem dúvida, um dos pontos mais fortes do Crossland. Quer o condutor, quer o passageiro, vão muito bem instalados, em bancos ergonómicos com amplas regulações e que complementam, bastante bem, a sensação de conforto e, no caso do condutor, a facilidade de condução do Crossland. A visibilidade e sensação de espaço à frente é muito boa e apenas a base algo larga do pilar A pode dificultar em intersecções e situações de trânsito mais delicadas. O tablier, nesta versão GS Line que conduzi, conta com elementos vermelhos – tal como os bancos – que ajudam a criar um ambiente mais fresco e jovem, ainda que se veja que este é um projecto já com alguns anos. Os comandos para a climatização são físicos, rotativos, o que se agradece. Já a colocação de alguns botões atrás do punho da caixa de velocidades não foi uma boa solução. E já que falei do punho, importa também referir que o seu desenho pouco inspirado e ergonómico também não me agradou.
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Ao volante, não são precisos muitos quilómetros para percebermos qual a prioridade que a Opel deu à condução do Crossland. A resposta algo lenta da direcção e um amortecimento brando que não se preocupa em esconder demasiado os movimentos da carroçaria nas curvas denotam que antes de uma resposta ágil e dinâmica está uma maior preocupação em oferecer conforto aos passageiros. E, na verdade, ainda bem que assim é. É, sem dúvida, o perfil que melhor se adequa a uma utilização familiar, em que o conforto, versatilidade e sentido prático são fulcrais para quem procura um crossover urbano. O motor 1.2 de 110 cavalos é enérgico e não esconde a sua configuração de três cilindros quando puxamos por ele. No resto nos cenários, a insonorização faz um bom trabalho, bem como as relações longas da caixa manual de 6 velocidades que permitem circular em autoestrada a rotação baixa, ajudando nos consumos, valor final de ensaio que se ficou pelos 6,4 l/100 km. No entanto, a velocidades elevadas neste tipo de via, nota-se a sensibilidade do Crossland a ventos laterais.
A gama do Crossland não inclui versões electrificadas, mas não é por isso que não vais encontrar um que melhor se adapte às tuas necessidades. Se não precisas de “tanto” motor, ficas a saber que o 1.2 é proposto numa versão sem turbo, com 83 cavalos. Se quiseres mais motor, acima deste de 110 cavalos que conduzi, a Opel também propõe uma configuração de 130 cavalos que pode, inclusivamente, estar associada a uma caixa automática de 6 velocidades. Mas se o que vais fazer é muitos quilómetros, tal como sugerido pelo próprio nome deste crossover da Opel, talvez seja melhor optares por um dos dois motores Diesel, de 110 ou 120 cavalos, com caixa manual ou automática, respectivamente. O Crossland está disponível a partir de 20.200 €, mas se te agradou a unidade que conduzimos, tens de “largar” 24.825 dos teus euros.
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