Citroën ë-C4: um SUV eléctrico compacto “catita”
Se procuras um pequeno SUV eléctrico com autonomia para cerca de 350 km e versátil q.b., o Citroën ë-C4 é uma boa solução. Irreverente no aspecto e fácil de conduzir.
A Citroën decidiu electrificar o C4 e colocá-lo um passo à frente dos outros. Mas não por muito tempo. As outras marcas já estão a preparar a “ofensiva eléctrica” (entre aspas porque há quem ache mesmo ofensivo) e já não falta muito para começarmos a ver vários SUV pequenos e crossovers eléctricos. Por enquanto, o ë-C4 ainda tem poucos concorrentes, e há que aproveitar.
Por fora
O design é, quase sempre, o factor preponderante na compra de um carro. Depois o interior e conforto e, de seguida, as características técnicas e equipamento. Ninguém quer um carro feio por muito bom que seja, ainda que a beleza seja subjectiva. No caso do Citroën ë-C4 (tanto trema para quê!) tirando uma ou outra parte, eu gosto do desenho. Tem um aspecto futurista, mantendo um ar actual. Mudava, apenas e ligeiramente, a traseira, que é, pessoalmente, a parte que não resulta tão bem.
Por dentro, o aspecto futurista mantém-se e a simplicidade é a tónica. Nada de exageros… excepto o detalhe (se calhar é grande demais para lhe chamar detalhe) de cor azul nas portas. Quebra um pouco com a simplicidade geral. Mas não é suficiente para dizer “epá, com isto não quero”. Compenso, depois, com o desenho dos bancos e o tablier com o grande ecrãn. A visibilidade também é boa, embora faça mais sentido falar desta característica na parte da condução. Mas disse-a aqui, tá feito!
E por dentro
O infoentretenimento é intuitivo – de resto como já praticamente todos são – com um grafismo similar ao ambiente do carro e é bom ver que ainda há quem mantenha os botões do ar condicionado. Para além da questão prática, é, também, uma questão de segurança. Fácil de utilizar, sem ser necessário andar muito à procura das coisas.
O que mais se destaca é, sem nenhuma surpresa, o conforto. A suspensão com sistema de batentes hidráulicos progressivos, juntamente com os bancos com espuma mais densa criam um lugar onde dá vontade de estar e filtram tudo na estrada. Não significa que não se sintam as lombas, calma! Significa que o rolar do carro é muito mais suave e nós não sentimos as irregularidades do piso. Juntamos isso ao facto de ser um 100% eléctrico e temos um carro tão fácil de conduzir que até o Isaac consegue. Ahahaha.
Desculpem, às vezes sou um pouco infantil. Mas é assim de fácil. Só estive ali a lutar com o cabo do carregador que não estava a querer desconectar-se, mas isso devo ter sido eu que me baralhei com o comando e andava a fechar o carro quando era suposto abrir para ele libertar o carregador. Bom, mas isso agora não importa. Ninguém viu, é como se não tivesse acontecido.
Motor e condução
Aqui é simples. É o já conhecido de outros carros do grupo. Motor com 136 cavalos e baterias capazes de cerca de 320 km de autonomia média. Nada de extraordinário, mas mais do que suficiente para 90% das vezes. Se tiverem uma Wall Box em casa, demora entre 5h a 7h30 dependendo da potência da Wall Box. Numa tomada normal, em 4 horas carregas 100 km. Lá está, para uma utilização urbana e quotidiana “casa-trabalho-casa” e um passeio ou outro “tá feito”.
Para distâncias maiores e que envolvam autoestrada, tens de planear um pouco melhor para conseguires carregar e tens de andar à volta dos 100km/h para as baterias aguentarem bem. Os carros eléctricos funcionam melhor a ritmos mais calmos, o que não significa que não consigam andar rápido. Conseguem. Mas se queres autonomia, andas um pouco mais devagar. E isto é válido tanto para os carros eléctricos como para os a combustão. Andei a consumir cerca de 16 kWh/100 km. Mas é capaz de fazer menos, atenção.
Carros deste segmento são para percursos mais locais e citadinos. Se esse for o teu caso, tem este Citroën ë-C4 em consideração. Quanto à condução, é como disse. Super fácil de conduzir, sem dramas, acelera suficientemente rápido se for necessário, direcção leve para safar melhor em cidade e é muito confortável.
A posição de condução é curiosa. Acho que tem a ver com os bancos, mas eu sentei-me e sinto que fiquei assim meio “dobrado”; diferente do que estou habituado, vá. Passado um minuto parecia que aquela é a posição que sempre tive. E quando acabava de conduzir sentia-me super bem. Sem dores, sem “maus-jeitos”, pronto para mais. Curioso… mas confortável.
Já agora, segue-nos no Instagram.
Equipamento e preço
Esta versão que testei era a Shine, com os bancos totalmente em couro, aquecidos, com apoio lombar, câmara 360º, carregador de smartphone, volante aquecido, faróis LED, jantes de 18 polegadas, só para dizer os principais. Ajudas à condução, naturalmente, e um preço inferior a 40 mil euros. Para os que não querem/precisam de muito equipamento, os preços começam nos 36.000€ para a versão Feel. É ligeiramente mais caro do que um citadino eléctrico, mas também recebemos mais espaço e conforto. Não sendo um familiar puro, anda lá bem perto.