Seat Ateca 1.5 TSI: sente-se falta de algo eléctrico
Apesar de bom, este Seat Ateca fica a pedir um motor eléctrico. Seja 100% ou em versão plug-in. Ainda assim, para quem procura um SUV a gasolina, a proposta é interessante.
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Ao Ateca!
Naturalmente, a Seat está um pouco dependente da estratégia do grupo-mãe, Volkswagen. Não é por isso, no entanto, que fica a perder. Fica, apenas, um pouco atrás na hora de lançar modelos. Primeiro saem os VW e, só depois, os modelos das restantes marcas do grupo. Entende-se. Ainda assim, tendo em conta o momento em que a indústria está, fazia sentido a Seat já ter uma proposta 100% eléctrica, especialmente na gama SUV.
Este Seat Ateca, ainda assim, mostra que tem capacidade para muito. Para começar, é um SUV muito competente e, não fossem as jantes de 19 polegadas desta versão Xperience, dava para andar fora de estrada na boa. Mas, mesmo assim, dá-lhe bem! Os sensores em todo o lado apitam muito, mas isso é porque não percebem que um pequeno arbusto não é ameaça nenhuma. Mas mais vale prevenir que remediar. A suspensão absorve bem os impactos e irregularidades, e o motor com esta caixa DSG supera os trilhos mais irregulares, especialmente com a ajuda do selector de modos de condução e tracção que ajuda a superar os pisos mais difíceis.
Estética e motor
Quanto ao design, como disse num teste ao Seat Tarraco há umas semanas atrás, não está tão proporcional quanto o seu irmão maior. Mas não está mau, especialmente com este redesenho. E prova disso é a quantidade de Ateca que se vê por essas estradas fora. O preço ajuda nessa decisão, claro, com a versão mais barata a custar 30.600€. Esta versão Xperience tem um aspecto mais elegante, em vez do estilo mais “desportivo” da versão FR e, com este motor 1.5 TSI de caixa automática DSG, o preço é sensivelmente o mesmo. As diferenças são praticamente estéticas, apenas, mas prefiro a versão FR, com os detalhes em preto em vez dos cromados desta versão.
Já que falei do motor, aproveito para te dar os números. Motor 1.5 litros, turbo, com 150 cavalos e caixa DSG de 7 velocidades. 250 Nm de binário e 200 km/h de velocidade máxima. Este motor é capaz de desligar dois cilindros sempre que as condições necessárias estão reunidas, o que o torna um pouco mais comedido nos consumos e emissões. Sinto que podia desligar mais, mas vai depender sempre do teu estilo de condução. Se tiveres o pé mais leve, vais conseguir resultados mais eficientes. No tempo em que estive com ele, consegui um consumo na ordem dos 7,5 litros. Não é o mais eficiente, mas não é nada de outro mundo, estando em linha com o que a marca anuncia.
Condução e conforto
A resposta do motor é linear, apesar do turbo, mas quando ele dispara sente-se um pouco. Mesmo com a caixa a ajudar à suavidade. Não é uma questão. É, simplesmente, uma observação. Não influencia em nada o conforto e a condução mas não é o tipo de motor para o “pára-arranca”. Prefere estrada aberta, sem dúvida. Daí a minha afirmação do título. Como quem compra um carro deste vai, muito provavelmente, utilizá-lo em cidade, fazia sentido que, mesmo que não fosse um 100% (que nesta plataforma não ficava nada mal), houvesse um híbrido plug-in como o do Tarraco.
Quanto ao equipamento e conforto, o caso é igual aos restantes Seat, com a diferença de que este Ateca tem os tradicionais botões para a climatização e controlo de rádio. Também tem o ecrã táctil, mas não abdicou dos botões de atalho. Que maravilha! Os olhos nem “saem” da estrada. Algo que, certamente, a Seat e o grupo VW irão rever para os próximos modelos, provavelmente já 100% eléctricos.
O carro tem conforto e, se tivesse de escolher um Ateca, optaria por umas jantes mais pequenas. Não digo de 17 polegadas, para não ser careta, vá, mas pelo menos umas de 18. Um perfil de pneu maior sempre absorve um pouco mais as irregularidades, ao contrário destes largos e baixos 235/40 R19. A condução é suave e fácil, sendo que a posição de condução não é a minha favorita. Um “problema” de quase todos os SUV, mas para quem gosta, é bom. Um pouco mais alto e “sentado” sempre ajuda a ver melhor a estrada.
Os sistemas de segurança estão todos lá e o restante equipamento, para além do infoentretenimento já com o software actual da marca, conta com sistema de som Beats, carregador de smartphone wireless e integração com o mesmo, entre outros. Uma proposta de 37.000€ que está à medida da concorrência mas que peca, apenas, por falta de uma alternativa electrificada. Mas certamente que estará para breve.