Seat Ibiza: um até sempre e um até já
O Seat Ibiza – e os restantes compactos – têm os dias contados… pelo menos da forma como os conhecemos. É uma pena, especialmente no caso do Ibiza, um nome com tanta história. O próximo compacto da marca espanhola será eléctrico, mas não trará o nome Ibiza, o que é de lamentar.
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Foi aqui, precisamente aqui… aliás, em Barcelona, que nasceu o primeiro Seat totalmente desenvolvido pela marca. Corria o ano de 1984 e muitos de nós ainda não eramos nascidos. Eu ainda não, o Isaac estava quase. Mas isto serve para quê, perguntas, e perguntas muito bem. Primeiro, para dizer que o Isaac está a ficar velho, segundo, para mostrar que o Seat Ibiza, a que tanto estás habituado a ver na estrada, é um carro com muita história.
E é uma pena que a marca se vá “ver livre” dele. Não vai deixar de ter um compacto, é certo, mas vai terminar com o nome e legado Ibiza, o que é uma pena. Sim, eu sei que a vida continua e as coisas não podem durar para sempre, mas há certas coisas que deviam. O nome Ibiza é uma delas. Há necessidade de lhe trocar o nome só porque vai passar a ser eléctrico. Ibiza já é eléctrica há muitos anos, o carro é que agora iria passar a ser. Quanto muito, agora que o carro será 100% eléctrico é que o nome faz mais sentido.
Valerá a pena?
Ainda pouco se sabe acerca dos compactos 100% eléctricos do grupo VW, mas tenho a certeza que serão bons. Pelo menos, a julgar pelas restantes propostas de outros segmentos. E como o grupo não sabe fazer maus carros – tirando um ou outro, vá – a coisa promete.
Se avaliarmos a concorrência, então, sabemos que a Seat – e não só – tem mesmo de subir a bitola com os seus novos compactos. Primeiro – e na minha opinião – são os carros certos para uma mobilidade eléctrica e urbana. Aquela que iremos passar a fazer mais de metade das vezes. Segundo, porque os compactos 100% eléctricos que por aí já andam são muito bons.
O Mii eléctrico é um utilitário bastante bom A Seat terá um familiar compacto eléctrico como a Cupra
A receita é relativamente simples: autonomia em cidade para cerca de 300 a 400 km e entre 100 a 150 cavalos de potência. Como estes carros serão mais leves, não precisam de grandes baterias. Facilmente se atingem consumos na ordem dos 13 kWh/100 km ou até mais baixos, o que significa que bastam cerca de 40 kW de bateria. A potência, enfim, será a que quiserem, uma vez que os motores eléctricos são sempre pequenos e potentes. O preço, esse, espero que ande em torno dos 22 a 25 mil euros, senão não fará sentido. E mesmo assim não sei!
No entanto…
Se ainda não estiveres pronto para te despedires deste incrível Seat Ibiza, ainda vais a tempo de o comprar. E é uma boa compra. Confortável, boa dinâmica, prático e com vários motores à escolha. Estive uns dias com a versão FR – a que todos querem, obviamente – com o motor a gasolina de 1 litro, turbo, com 110 cavalos e caixa manual de 6 velocidades. E não precisava de mais. A sensação ao volante é sempre boa, como mandam as regras na casa Seat, o carro tem um design sóbrio mas actual e os consumos estiveram dentro do normal, que é como quem diz, em torno dos 6 litros/100 km. Um pouco mais em cidade, um pouco menos fora dela.
Ao nível do equipamento, tinha tudo o que se pede de um carro moderno, com entradas USB-C para carregar o telemóvel e ligá-lo ao infotainment, os sistemas de segurança actuais, controlos no volante, ar condicionado automático, etc. O conforto é o normal, como se espera de um compacto. Nem muito, nem pouco, e só sentes desconforto ao fim de umas duas ou três horas de condução. A posição de condução é boa e a condução, em si, também. O carro tem um bom comportamento, directo, dinâmico q.b. e comunica bem com o condutor.
Resumindo, uma boa despedida para o icónico Seat Ibiza por cerca de 21.000€. Resta saber o que o futuro compacto 100% eléctrico da fábrica de Martorell nos irá reservar. Estou curioso com o nome. Será Seat Enchufe?