Clássicos: 10 modelos que celebram 50 anos em 2022
A chegada do final do ano traz consigo várias tradições. A nível pessoal e familiar, vamos juntar-nos todos para celebrar, em conjunto, o final de um 2021 que muitos querem deixar para trás, bem como a chegada de um 2022 que, esperamos, seja melhor, para todos e a todos os níveis. Mas no que ao mundo automóvel diz respeito, e de forma a celebrar, antecipadamente, dez aniversários que só acontecerão durante o próximo ano, renovamos a tradição de recordar 10 modelos que chegam aos 50 anos de vida no ano novo que se aproxima. E se alguns deles não são de estranhar, ainda que não nos lembrássemos deles, outros nomes deixam-nos incrédulos ao pensar que celebram, já nos próximos meses, meio século de história.
Alfa Romeo Alfetta
Ser um assumido Alfista não foi a razão pela qual comecei pelo Alfetta, mas sim porque a ordem alfabética assim o ditou. O Tipo 116 é, injustamente, um dos modelos da Alfa Romeo mais subvalorizados e esquecidos da história. Eu acho que é e acho-o incrivelmente elegante. As suas linhas rectas escondem uma configuração mecânica transaxle, com a transmissão colocada no eixo traseiro, bem como os travões de disco nas quatro rodas, in board no eixo traseiro. Outro nome acusado de falta de fiabilidade, apesar de ter ligado, numa épica viagem, o norte da Noruega à África do Sul. Não me lembro da última vez que vi um na estrada, mas tive a sorte de com ele me ter cruzado no fabuloso Museo Storico Alfa Romeo.
Audi 80
Ao fazer a pesquisa para este pequeno artigo, o Audi 80 foi uma das surpresas com que me deparei. Segundo a Audi, o 80, conhecido internamente como “B1”, foi “desenhado para ser moderno sem querer seguir tendências”. Apostou na leveza da sua construção para garantir um bom comportamento dinâmico, bem como uma maior eficiência, em resposta à crise do petróleo do início da década de 1970.
BMW Série 5
A geração E12 foi produzida entre 1972 e 1981 e posicionou-se, na gama BMW, acima da família Neue Klasse. No total, a BMW fabricou mais de 700 mil unidades da primeira geração do Série 5. Apenas 3% da produção do E12 ocorreu fora da Alemanha, com cerca de 23 mil unidades a saírem das linhas de produção da marca bávara na África do Sul. É, para muitos, o mais belo dos Série 5. Esperamos, em breve, ter um na Garagem.
FIAT X1/9
Desenhado pela Bertone e recorrendo à mecânica e outros componentes do FIAT 128, o X1/9 destacou-se, não só, pelo seu design angular e desportivo, bem como pela colocação central do motor, cuja potência era assim transmitida às rodas traseiras. Na fase final da sua carreira, começou a ser produzido pela própria Bertone e não pela FIAT que, no entanto, continuou a comercializar o rebaptizado Bertone X1/9 na sua rede de concessionários.
Honda Civic
Que já fossem mais de 40 anos, disso não tinha dúvidas, agora que o 50º aniversário do Civic fosse já celebrado em 2022, esse, admito, também me apanhou de surpresa. O desenvolvimento da primeira geração do Honda Civic arrancou no Verão de 1970 com a leveza e rigidez estrutural como prioridades. Destaque foi, igualmente, a adopção de suspensão independente nas quatro rodas. Ao ser lançado no mercado em Julho de 1972, apenas dois anos depois do projecto ter arrancado, a Honda bateu o recorde de tempo de desenvolvimento de um novo modelo em toda a indústria.
Lancia Stratos
Outro modelo italiano e outro design assinado pela Bertone, revelado originalmente no Salão de Turim de 1970, nessa altura sob a designação Zero. Um dos mais icónicos automóveis de sempre, brilhou e fez vibrar milhares de fãs à sua passagem em inúmeras classificativas do mundo dos ralis. O motor V6 do Ferrari Dino dá o seu contributo para uma banda sonora inconfundível. Não consigo exprimir por palavras o quanto gosto do Stratos.
Mercedes-Benz Classe S
Para muitos, o melhor automóvel do mundo, nas suas várias gerações. O Classe S – com designação W116 – da Mercedes-Benz foi lançado em 1972 e esteve no mercado até ao final dessa década, após terem sido produzidas quase meio milhão de unidades. Destacou-se por incluir elementos que elevaram a fasquia em termos de conforto e segurança, como os faróis de grandes dimensões e o depósito de combustível à prova de colisões. Mais tarde, viria a ser o primeiro veículo de produção a estar equipado com ABS.
Peugeot 104
Apresentado no Salão de Paris de 1972, o pequeno 104 recorria, entre outros propulsores, aos préstimos do motor Douvrin desenvolvido em parceria com a Renault. Um ano depois da sua apresentação, é revelada a versão de três portas, com uma menor distância entre eixos. A versão desportiva ZS 2, desenvolvida por questões de homologação para competição, tinha um motor 1.4 litros alimentado por dois carburadores para produzir 93 cavalos, potência aplicada em pouco mais de 750 kg de automóvel. Foi o primeiro modelo produzido na unidade de Mulhouse e seria substituído na gama Peugeot pelo icónico 205.
Renault 5
Em 1967, Pierre Dreyfus, o homem que liderou os destinos da Renault entre 1955 e 1975, exigiu aos seus engenheiros que se começasse a trabalhar num novo pequeno automóvel para as massas. O projecto 122 seria um veículo para todos os dias e ocasiões, elegante, versátil e económico. O novo Renault 2 resultou num produto tão à frente do seu tempo que a marca deciciu trocar o “2” pelo “5”. Um tremendo sucesso comercial para a marca francesa, com cerca de 5,5 milhões de unidades vendidas até 1984 quando foi substituído pelo Super 5. São muitos “5”, eu sei.
Triumph Dolomite
A Triumph decidiu ressuscitar o nome Dolomite para a berlina de tracção traseira que lançaria no mercado em 1972. O Dolomite 1850 utilizava o motor que a marca britânica produzia para a Saab e o ainda hoje muito apelativo Sprint recorria a uma versão aumentada para dois litros com cabeça de 16 válvulas e 129 cavalos, ganhando o estatuto de primeiro modelo de produção com cabeça multiválvulas. Tecnologia britânica e design italiano, autoria de Giovanni Michelotti.