Jeep Compass 1.3 DCT 80th: faz anos e está melhor
O novo Jeep Compass está melhor e esta edição especial dos 80 anos da marca traz muita exclusividade. Um motor a gasolina, turbo, e um preço ao nível da concorrência.
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Uma marca como a Jeep – que praticamente cunhou o termo “jeep” antes de usarmos o mais comum SUV – merece respeito. Mais, ainda, por se ter aguentado durante mais de 80 anos quando muitas outras vão ficando pelo caminho. Se tivermos em conta, então, que o seu modelo mais conhecido, o Wrangler, custa a partir de 74.000€, mais respeito, ainda, merece.
Mas os tempos são outros
E não podemos depender de um carro muito bom para o serviço, mas muito caro. Temos de ter alternativas. E a Jeep tem-no feito. O Renegade, de entrada de gama (que já testámos aqui), disponibiliza um bom compromisso entre deslocação urbana e fora de estrada e o Compass, mais focado na vertente familiar e utilitária sem a parte do fora de estrada. É o Jeep mais focado em concorrer no mercado. Para isso, tem alguns argumentos a favor. Também tem as suas falhas, claro. Analisemos.
Uns positivos
Se procuras um carro com estilo e exclusividade este Compass é uma boa opção. Custa 37.800€ (com versões a começar nos 29.000€) e ao nível do equipamento tens um visual exclusivo, com pintura mate, jantes exclusivas de 18 polegadas em preto, sistema de infoentretenimento de 10 polegadas bastante rápido, Apple CarPlay e Android Auto, carregador telemóvel wireless, câmara traseira e sensores de estacionamento à frente e atrás, vários sistemas de segurança, entre outros.
Por mais 650€ podes ter os bancos e volante aquecidos, bem como o líquido do limpa pára-brisas. Por mais 1.800€ podes ter, também, bancos eléctricos, com memória e por mais 1.800€ uma câmara 360 graus e portão da bagageira automático e assistentes de ângulos mortos. Isto tudo é positivo, mas tem um custo. O carro que testei tinha todos os extras e, pessoalmente, não achei que ganhava mais por isso. Os bancos e volante aquecidos, sim, mas como já vem de origem com câmara traseira e sensores e um bom infoentretenimento, não sinto que seja necessário os restantes packs.
Não creio, também, que a edição de aniversário dê muito mais do que uma estética quasi militar e uma certa exclusividade. Se analisarmos, apenas, o motor 1.3 litros a gasolina, turbo, com 150 cavalos e caixa automática DCT, uma versão mais barata seria a opção mais inteligente. Uma Longitude, com quase o mesmo equipamento base, custa quase menos 4.000€, ficando-se pelos 35.000€. Esta é a opção certa. É a menos exclusiva, mas mais barata.
E uns negativos
Gostei deste novo Compass. Mesmo. Está mais moderno, especialmente no interior, onde já acusava a idade. Boa posição de condução, mas um volante excessivamente grosso e grande. Bom design interior, embora com uma montagem um pouco fraca para o segmento. Poderá ter sido da unidade de teste, mas ouvia-se alguns barulhos dos plásticos, indicativos de uma montagem aquém do que devia.
Talvez a rigidez torcional não seja a melhor, daí os materiais rangerem um pouco quando o carro passava num buraco ou lomba. Afinal de contas, o Compass não é para andar fora de estrada. Mas devia estar um pouco mais bem montado. Este é o seu ponto negativo. A consola e as portas deviam estar melhores. Mas, mesmo assim, gostei. Andar de Jeep, no nosso imaginário (pelo menos no meu) significa, efectivamente, andar de jeep.
O conforto é bom, com bancos bem acolchoados, uma posição de condução à la SUV e boa visibilidade. A utilização do infoentretenimento é muito boa. O sistema responde rápido e, apesar de ter menus ligeiramente complicados, utiliza-se muito bem.
O motor
Neste campo, a coisa é relativa. Cada vez mais se reduz o Diesel e se privilegia a gasolina e o híbrido. A Jeep tem – e bem – uma versão híbrida plug-in nos seus modelos todos. Mais caros, naturalmente, mas tem essa opção para quem a procura. Para quem quer este motor a gasolina, pode esperar consumos na ordem dos 8 litros/100 km em ciclo urbano. A caixa automática DCT é boa de utilizar mas é algo hesitante em algumas situações. A condução parece leve demais para mim, mas para alguns clientes isso é um ponto positivo. Nota-se que tem uma orientação mais urbana do que os outros modelos da marca.
Concluindo, acho que ficas mais bem servido com a tal versão Longitude, bem equipada, com o mesmo motor e bastante mais barata. Se, no entanto, procuras exclusividade e um visual mais arrojado, então esta versão aniversário é uma opção.