Apresentação Volkswagen T-Roc: Orgulhosamente português
A convite da Volkswagen Portugal, fui conhecer de perto as actualizações aplicadas ao T-Roc e pude, igualmente, ficar a conhecer um pouco do seu processo de produção nas instalações da fábrica Autoeuropa, em Palmela. Este foi, sem dúvida, um dos pontos altos do dia, uma vez que isto sempre foi algo que quis fazer e que pude agora concretizar no âmbito da apresentação nacional dinâmica do SUV alemão mais português de todos.
No entanto, ainda antes de me fazer à estrada, confirmei na unidade em exposição no evento que os materiais no habitáculo, um dos pontos sempre criticados no T-Roc, foram revistos. O topo do tablier é agora construído num material de melhor qualidade, agradável ao toque, a que a marca chama de “slush”. Também no exterior, com subtis modificações, o T-Roc mostra-se agora bastante mais moderno e impactante. As primeiras impressões, ainda que estáticas, foram, por isso, muito positivas.
A gama foi também simplificada, começando com a versão de acesso designada simplesmente por T-Roc – e que ficará disponível numa fase posterior – à qual se seguem as linhas de equipamento Life, Style e R-Line. A versão R, topo de gama, bem como a inédita versão Cabrio, continuam a estar disponíveis no catálogo do T-Roc. Novidade absoluta é a versão T-Roc@PT, destinada em exclusivo ao nosso mercado, desenvolvida com base no nível de equipamento Life, mas ao qual adiciona as jantes de 17 polegadas, os vidros escurecidos e o emblema específico no terceiro pilar.
Nesta modernização a meio do seu ciclo de vida, não foram, porém, aplicadas quaisquer alterações a nível mecânico, mantendo-se as mesmas afinações de chassis e não está igualmente prevista a introdução de motorizações electrificadas na gama, oferta composta pelos motores 1.0 e 1.5 TSI, de 110 e 150 cavalos, respectivamente, e pelo 2.0 TDI em versões de 115 e 150 cavalos. A caixa DSG pode ser associada ao TSI mais potente e está sempre acoplada ao mais possante dos Diesel disponíveis. O 2.0 TSI de 300 cavalos, bem como a tracção integral 4Motion, estão reservados ao desportivo T-Roc R.
O T-Roc foi, na verdade, o modelo da Volkswagen mais vendido em Portugal no ano passado, representando 21,7% das vendas totais da marca e a ambição do importador nacional é crescer sobre esse bom desempenho, esperando, inclusivamente, “roubar” alguns clientes ao segmento acima, onde nomes como o Peugeot 3008 e o Nissan Qashqai “jogam”. Os preços começam nos 28.863 € do T-Roc 1.0 TSI Life e as versões Diesel estão disponíveis a partir de 34.817 €. O poderoso T-Roc R tem um preço base de 56.527 €.
Ao volante
Assumo que não cheguei ao novo T-Roc com uma grande dose de informação prévia, recolhida de ensaios feitos noutras ocasiões. O meu contacto com o modelo tinha sido, até ao momento, bastante discreto, tendo conduzido um T-Roc por pouco mais de umas dezenas de quilómetros durante uma tarde e já há alguns anos. Com total liberdade de escolha perante os vários T-Roc disponíveis – todos eles na edição especial T-Roc@PT – optei por uma unidade equipada com o motor 1.0 TSI, com uma das cores que, na minha opinião, melhor lhe assenta.
Apontei-o à Serra da Arrábida e não foram precisos muitos quilómetros para confirmar algo de que suspeitava: o motor mais pequeno e menos potente, o 1.0 TSI de 110 cavalos e a “sua” caixa manual de 6 velocidades, constituem uma dupla que “chega e sobra para as encomendas”. É certo que o 1.5 TSI tem outra disponibilidade, mas aquela revelada pelo pequeno motor de três cilindros provou estar à altura do T-Roc, um SUV que se posiciona na fronteira dos segmentos B e C.
Também o nível de conforto me surpreendeu pela positiva, mostrando-se um bom rolador em estrada aberta, quase sempre capaz de absorver as irregularidades do piso quando este se torna menos simpático para as rodas. Suspensão e pneus combinam-se, assim, para oferecer uma viagem confortável a bordo do T-Roc, sem lhe retirar o controlo e segurança tipicamente Volkswagen que se esperam encontrar ao percorrer um percurso com mais curvas do que rectas.
Considerando a topografia do percurso, bem como algumas acelerações feitas para colocar à prova o enérgico motor TSI, não posso considerar um consumo final de 7,2 l/100 km como elevado. Acredito que em ambiente citadino a média suba ligeiramente, mas também que, com o acumular de quilómetros, o valor médio tenda a descer. Um ensaio curto, é certo, mas esclarecedor da boa evolução aplicada ao “nosso” T-Roc. Tudo faremos, porém, para que ele possa voltar à Garagem para um teste mais completo.
Por dentro da Autoeuropa
Ali, tão perto da A2, onde milhares de automóveis passam todos os dias, trabalham mais de 5000 pessoas para produzir cerca de 900 automóveis por dia, 700 dos quais são T-Roc, para que também eles, a seu tempo, possam deslizar no tapete negro de que tanto gostamos.
A linha de produção é do tipo multiproduto, pois na fábrica portuguesa são também produzidos os monovolumes Sharan e Alhambra, nomes que se preparam para abandonar o mercado até ao final do ano. No total, foram ali fabricados qualquer coisa como 220 mil veículos em 2021 e todos os dias, seja por estrada ou comboio, dali saem centenas de automóveis novos para o porto de Setúbal, a caminho de outros mercados e dos seus novos donos.
Visitei apenas uma pequena parte de todo o processo de produção exigido para que ali “nasça” um novo automóvel, mas a curta e rápida passagem por aquele ambiente tão tecnologicamente avançado, foi mais do que suficiente para me satisfazer a curiosidade e confirmar a espectacularidade e eficácia de toda aquela tremenda operação logística em que homem e máquina se juntam para produzir automóveis.
Tive, inclusivamente, a oportunidade de acompanhar um pouco o fabrico de um fantástico T-Roc R azulão, com destino a Taiwan, e assistir ao momento em que o conjunto mecânico do chassis e motor é “casado” com a plataforma/carroçaria. Os indicadores verdes no monitor confirmaram o aperto correcto de todos os parafusos de fixação e o T-Roc de 300 cavalos lá seguiu para a estação seguinte, apontando ao fim da linha, onde o contador se aproxima a bom ritmo do número 3.500.000.