Apresentação nacional Skoda Fabia – Provavelmente, o “mais segmento C” dos segmento B
Depois da minha recente experiência com o excelente 100% eléctrico Enyaq, bem como com o fantástico Octavia Break, abordei o novo Fabia com muita expectativa. A Skoda está num excelente momento de forma e este é o seu modelo do meu segmento de eleição. Estava, por isso, muito curioso para perceber como o grupo Volkswagen o posicionou relativamente aos seus rivais internos, o Polo e o Ibiza. Este primeiro contacto foi curto, mas suficientemente esclarecedor para confirmar que a Skoda tem no seu novo Fabia mais um argumento que sustenta as suas ambições de crescimento.
Esteticamente, à boa maneira da marca checa, o Fabia destaca-se pela sobriedade das suas linhas. Mas uma sobriedade moderna, um design robusto complementado pelo crescimento do Fabia, quer em comprimento, quer em largura, possibilitado pela adopção da plataforma MQB-A0 já utilizada pelos seus primos alemão e espanhol. É, também, graças à plataforma, que a habitabilidade desta quarta geração representa uma enorme evolução relativamente ao Fabia anterior, com os passageiros de trás a disporem de mais espaço para pernas, em grande parte explicado pelos 94 milímetros adicionais de distância entre eixos. A bagageira cresceu 50 litros para uns impressionantes 380 litros.
Fiel ao ADN de sempre
O novo Fabia assenta, como seria de esperar, naqueles que são os já conhecidos pilares da marca, valores-chave como o espaço a bordo, a funcionalidade, a facilidade de utilização, os habituais detalhes Simply Clever e o habitual Value for Money que definem o ADN Skoda. Neste primeiro ensaio, cerca de 20 quilómetros realizados em Lisboa, não posso, após tão curta experiência, explorar cada um deles, mas não posso, igualmente, deixar de destacar umas primeiras impressões muito positivas que vão precisamente ao encontro destes princípios.
O Fabia cresceu, mas não perdeu nada das suas capacidades urbanas. Pelas ruas e ruelas da cidade, comprovei a sua facilidade de condução, muito manobrável a fintar o trânsito e, acima de tudo, com comandos leves e suaves, seja a direcção ou a caixa de velocidades e pedais. A posição de condução é tipicamente “Volkswagen”, com boa amplitude de regulações do banco e do volante. Gostei, também, da visibilidade para a frente, com o pilar A e o retrovisor a intrometerem-se pouco no “caminho”. Destaque positivo, igualmente, para a eficácia da suspensão, capaz de manter um bom nível de conforto e uma robustez assinalável mesmo ao rolar sobre a nem sempre muito simpática calçada lisboeta.
Um ponto menos bom, pelo menos para alguns condutores, é a extensa utilização de plásticos rijos, um pouco por todo o habitáculo. É verdade que é uma visão cada vez mais rara no segmento, por outro lado, acho uma solução perfeitamente aceitável. Quantas vezes vamos andar a fazer “o teste da unha” à qualidade dos plásticos do nosso carro? Se ao fim de uns anos a qualidade de construção falar mais alto do que os ruídos parasitas, os plásticos menos nobres não serão, com certeza, um problema. Quando questionados, os responsáveis da marca disseram-nos que a versão topo de gama se destaca por acabamentos superiores, mas não me pareceu que tal incremento se aplique à qualidade dos materiais, mas sim a elementos estéticos mais refinados.
Gasolina. Só e chega
Estão disponíveis quatro motorizações para o novo Fabia, nenhuma delas a gasóleo e todas, igualmente, sem electrificação. Uma forma exageradamente longa para dizer que a Skoda coloca as fichas todas na gasolina para levar o seu Fabia à conquista do segmento. A oferta inicia-se com o 1.0 MPI de 80 cavalos e termina no topo de gama 1.5 TSI de 150 cavalos, ainda não disponível em Portugal. Pelo meio, as propostas claramente mais interessantes da gama, as versões de 95 e 110 cavalos do eficiente e enérgico 1.0 TSI. Foi precisamente este último o motor colocado à prova neste breve teste e embora o seu desempenho, tal como noutros modelos do grupo, tenha convencido pela positiva, acredito que a versão de 95 cavalos chegue e sobre para a carroçaria do Fabia. É verdade que a caixa manual passa a ter 5 em vez de 6 relações e deixa de ser possível optar pela transmissão DSG de 7 velocidades, mas para quem isso não for essencial, diria que a versão base da gama de motores TSI é a escolha certa. Quanto a consumos de combustível, só os poderei avançar após o ensaio propriamente dito, a realizar daqui a umas semanas.
Níveis de equipamento são quatro: Ambition, First Edition, Style e Monte Carlo. Destaque para a versão conduzida, a First Edition, que dá ao Fabia um conjunto de elementos especiais como as jantes de 17 polegadas, o tejadilho panorâmico, os faróis Bi-LED, o cockpit digital e o apoio de braços Jumbo Box. Os preços iniciam-se nos 19.272 euros do Fabia Ambition com motor de 80 cavalos e terminam nos 25.483 euros do Fabia Style com motor de 110 cavalos e caixa DSG. O First Edition que conduzi, com motor de 110 cavalos e caixa manual está disponível por 23.128 euros. Mais um Skoda, mais um bom automóvel.