E-Hybrid: fomos conhecer a próxima etapa na electrificação da Jeep
Estive, recentemente, na apresentação nacional dos novos Jeep Renegade e Compass e-Hybrid para ter um primeiro contacto com a nova tecnologia híbrida da marca. O evento levou-me até Estremoz, num percurso que permitiu tirar algumas conclusões iniciais sobre o novo propulsor e-Hybrid, solução que combina um novo motor 1.5 Turbo a gasolina, o habitual motor de arranque/gerador acionado por correia e um segundo motor eléctrico – com cerca de 20 cavalos – instalado na nova caixa de dupla embraiagem de sete velocidades. A potência total do sistema é 130 cavalos e o binário máximo atinge os 240 Nm.
Segundo semestre de 2022 da Jeep em Portugal já será totalmente electrificado
A introdução desta tecnologia representa mais um passo na estratégia de electrificação da marca, surgindo no seguimento dos propulsores híbridos plug-in das versões 4xe previamente apresentados. A Jeep prepara-se, assim, para cumprir o compromisso anunciado de se tornar numa marca 100% electrificada em Portugal a partir do próximo mês de Julho.
A tecnologia permite aos novos Renegade e Compass e-Hybrid circularem em modo 100% eléctrico em algumas situações de condução, desde que, como é hábito, não sejam feitas grandes solicitações de potência através do pedal de acelerador. O sistema recupera energia nas fases de travagem e desaceleração, potência que pode depois ser enviada a partir da bateria para as rodas durante, por exemplo, acelerações mais fortes, em que a potência eléctrica complementa a térmica.
Ao volante
Neste primeiro contacto, a integração de vertente eléctrica com o motor de combustão pareceu-me bem conseguida, mas a verdade é que o trajecto, pouco urbano, não me permitiu usufruir dos maiores argumentos defendidos pela Jeep, como um funcionamento puramente eléctrico nos arranques, engarrafamentos e nas manobras de estacionamento. Com muitos quilómetros por estrada nacional e autoestrada, foi bastante mais fácil aferir a suavidade de funcionamento do sistema, para a qual também contribuiu a nova transmissão automática.
Os números de potência e binário chegam e sobram para as encomendas, mas apesar da assistência eléctrica e da inerente boa disponibilidade, não se esperem acelerações fulminantes. O objectivo dos Jeep e-Hybrid não é esse, claramente. A potência chega, porém, de forma muito linear e é, em ambos os modelos, transmitida ao asfalto pelas rodas da frente. Assim, não dispondo, nestas versões e-Hybrid, de tracção integral, estes não são os Jeep mais puristas da gama, mas não é por isso que não gostam de se aventurar por caminhos e trilhos de exigência moderada, como pudemos igualmente comprovar nesta ocasião.
Menos para lá do que para cá
Liguei Lisboa a Estremoz a bordo de um Renegade, por um percurso maioritariamente feito em estrada nacional, e o computador de bordo mostrou, no final da viagem, um consumo de 6,2 lt/100 km. Considerando a aerodinâmica visualmente pouco “simpática” do giríssimo Renegade, não me parece um valor nada mau para este primeiro teste. Para o regresso, troquei-o pelo Compass.
O trajecto de regresso a Lisboa foi feito a ritmo mais elevado, quase sempre em autoestrada, o que forçou uma média final menos agradável de 8,5 lt/100 km. De qualquer forma, parece-me justo aguardar por ensaios mais prolongados para tirar conclusões mais sustentadas sobre a eficiência da tecnologia, principalmente porque esta está assumidamente orientada para uma utilização mais urbana.
e-Hybrid desde 33.600 €, no Renegade
Quanto a gama e preços, o novo Renegade e-Hybrid é proposto em três níveis de equipamento e tem um preço base de 33.600 €. Já o mais familiar Compass, propõe um nível de equipamento adicional e custa a partir de 39.150 €. Já disponíveis nos concessionários Jeep, regressarão, em breve, para os prometidos ensaios completos.