Fiat 500e RED: para a cidade e muito bem
Um citadino eléctrico como deve ser. É esta a impressão com que o Fiat 500e RED nos deixou depois do ensaio. O preço, ainda que não seja muito simpático, torna-o uma alternativa muito interessante para a cidade.
Começo pelo preço para tirarmos isso já de cima. 27.450€. É muito para um citadino? É. É muito para um eléctrico nos dias de hoje? Nem por isso. As alternativas – sejam elas melhores ou piores – são mais caras. Este é o trunfo da Fiat relativamente à mobilidade eléctrica. Soube fazer um carro que cumpre aquilo a que se propõe: ser um eléctrico prático e descomplicado para utilizar na cidade.
É mesmo?
Não tenhas dúvidas. O motor de 95 cavalos é mais do que suficiente para o tornar expedito pelas ruas da cidade, nos semáforos e no trânsito. Há a versão mais potente e com uma bateria maior, mas eu diria que essa é para quem quer este carro para outras andanças. Se é para a cidade, então não há muito que enganar.
Esta edição RED, muito orientada para os tempos de pandemia em que vivemos dado o seu equipamento desinfectante e anti-bacteriano, por exemplo no porta-luvas e na bagageira, pode até nem ser muito útil actualmente (nunca terá sido?) mas foi um exercício muito interessante de resposta a uma crise de saúde pública. Se não te interessa particularmente, esta combinação motor-autonomia tem uma versão mais barata, a Action, por 24.800€. Não tem um ecrã central, mas consegues ligar o teu smartphone para toda a música e navegação que precisas, bancos aquecidos e carregador de telemóvel sem fios. Nada mau!
Voltando ao RED
O Isaac já tinha exprimentado o 500e na versão La Prima, a que traz tudo e mais um par de botas, e gostou. Não seria a versão que eu escolheria, mas que é interessante, é. Tem, tal como a versão ICON, o motor de 118 cavalos, autonomia superior a 300 quilómetros e carregamento rápido, mas o preço é bastante mais alto. Mesmo a versão ICON, com os seus 30.300€ parece-me um tanto exagerada.
Ao nível do comportamento dinâmico são todas iguais, pois têm todas o mesmo chassis. Embora o Fiat 500e seja ligeiramente maior que o 500 normal, o que lhe dá mais espaço interior, continua a ser muito giro de conduzir. Dá-nos aquela sensação de carro pequeno – que é – e que cabe em qualquer lado, juntamente com uma boa visibilidade. A própria sensação ao volante é animada. Eu diria mesmo alegre. Deixa-nos com um sorriso na cara. E não é só por eu gostar de carros pequenos. Também gosto dos grandes, mas em cidade, nada bate um carro de dimensões bastante pequenas.
Condução eléctrica e espaço
Fácil! É descomplicada, simples e intuitiva. Quase como andar de carrinho de choque, mas recomendo evitar a parte do choque. A autonomia cumpre, embora nunca seja a anunciada, e o modo Sherpa ajuda a poupar ainda mais. Limita a velocidade máxima a 80 quilómetros por hora e a aceleração. Tudo para melhorar a autonomia.
Quanto a espaço, a omissão de uma coluna central permite carregar malas e sacos assim entre os dois lugares e a bagageira, não sendo nada de mais, é suficiente para uns quantos sacos de compras. Só não aconselho ir com este 500e à vossa loja favorita de móveis, até porque qualquer estante Billy é maior do que este carro. De referir que a compra de um Fiat 500e RED ativa uma doação ao Fundo Global da organização (RED) para apoiar a prevenção, tratamento, aconselhamento, testes, educação e serviços de atendimento às comunidades mais necessitadas em emergências de saúde tais como o HIV ou a COVID.