Mazda 3 Homura: um tesouro “escondido”
Não é novidade nenhuma que a Mazda faz carros bons. Também não é novidade que o nosso país não tem impostos simpáticos para motores grandes. Mas, ainda assim, este Mazda 3 Homura consegue o melhor de dois mundos: muita qualidade a um preço aceitável.
É sempre bom conduzir um Mazda, especialmente quando é um Mazda 3, um hatchback que me deixa sempre com vontade de ter um . Primeiro, é muito bom de conduzir. Segundo, tem um design muito atrativo. Terceiro, tem muita qualidade. Mas vamos por partes.
Motor
Este Mazda 3 na versão Homura traz um motor e-Skyactiv G de 2 litros, com 150 cavalos, e sistema híbrido-ligeiro. Colocando de parte este sistema que – e isto é transversal a todas as marcas – não faz praticamente nada, é um motor muito bom. Potência suficiente para nunca sentirmos falta de pujança, bastante elástico, com uma caixa de 6 velocidades e embraiagem suaves e fáceis de utilizar, tornando a condução uma delícia. Não é o motor que passa a sensação mais “pesada”, como algumas pessoas gostam, mas passa uma boa sensação de qualidade. Afinal de contas, é um motor de 2 litros, uma raridade neste segmento.
Mas não é por ser um motor “grandote” que os consumos se ressentem. Nada disso. Numa condução normal, muito em cidade e sem preocupações, terminei o ensaio com uns simpáticos 6,7 litros/100 km num percurso de pouco mais de 200 quilómetros. Já vi motores com metade da cilindrada a fazer bem mais. E em comparação, por exemplo, com o ex-libris da marca, o motor e-Skyactiv X de 186 cavalos com o sistema de combustão de alta compressão – supostamente mais eficiente – faz consumos melhores. Não tem tanta potência, é certo, mas isso até torna a condução mais pacífica, eu diria. Um excelente motor, com potência suficiente e bons consumos.
Qualidade e equipamento
A versão Homura adiciona ao equipamento base, já bastante completo, as jantes de 18 polegadas em preto brilhante, a mesma cor nos espelhos exteriores laterais e o interior em tecido preto com as costuras em vermelho. Detalhes que, não sendo extraordinários, acrescentam personalidade a um carro, já por si, impactante. Quanto ao restante equipamento, não faltam os muitos sistemas de segurança, conectividade e multimédia, ar condicionado automático, bancos aquecidos, cruise control adaptativo, etc.
A qualidade, essa, é a que a marca já nos habituou e não me canso de o dizer. Excelente qualidade de montagem e materiais, boa utilização de pele e plásticos macios, um habitáculo minimalista que agrada a quem não gosta de ruído e um sistema de infoentretenimento controlado de forma simples através de uma roda na coluna central. Não é o cockpit mais futurista, mas agrada a quem quer, “apenas”, um bom carro para aproveitar.
Condução e preço
E isto leva-me ao preço. Da condução, falo já a seguir. São 34.123€ para esta versão Homura com caixa manual. Se quiseres caixa automática (não vejo necessidade porque esta manual é muito boa) pagas mais cerca de 2.400€. Pessoalmente, poupava-os, até porque, por muito bons que sejam os consumos, a gasolina está cara. Há versões mais baratas e outras mais caras, mas esta Homura é muito equilibrada e uma excelente alternativa aos carros premium mais óbvios.
Da condução não há muito a dizer. Os japoneses, regra geral, fazem carros que são bons de conduzir. Eles próprios são entusiastas das sensações ao volante e adoram conduzir, por isso é de esperar que os carros que fabriquem sejam bons. Especialmente quando falamos de hatchbacks e carros que não sejam SUV. Os europeus também gostam, naturalmente, mas cada vez mais estão a fugir da receita de um bom carro e a fazer salas de multimédia com rodas.