Ensaio Sprint: Peugeot 308 SW Plug-In Hybrid 180
O formato de carroçaria mais familiar e versátil do novo Peugeot 308 regressou à Garagem para um breve contacto com aquela que é, muito provavelmente, a motorização mais apelativa da gama, o híbrido plug-in menos potente. Comparativamente à versão topo de gama com 225 cavalos – cujo ensaio podes reencontrar aqui – arrisco-me a dizer que só quem liga a números para impressionar os amigos no café irá dizer que estes 180 enérgicos cavalos não chegam.
O motor elétrico entra em cena bem cedo, puxando-nos para a frente e complementando de forma imediata a entrega do motor 1.6 Turbo a gasolina. Quanto à autonomia eléctrica, repeti os 52 quilómetros do ensaio feito com o 308 SW PHEV mais potente, com uma média final de consumo de combustível de 7,3 l/100 km, duas décimas abaixo do registo conseguido pela unidade de 225 cavalos.
Comportamento exemplar
Ao volante as sensações são óptimas, proporcionadas principalmente pelo excelente desempenho da suspensão que, prescindindo de amortecimento pilotado, é mais do que capaz de oferecer um muito bom conforto de rolamento, bem como um controlo dinâmico que coloca o 308 entre o que de melhor se faz no seu segmento neste capítulo. Apto para divertir, mas sem esquecer as vocações familiares a que se destina.
Sobre a posição de condução do i-Cockpit da Peugeot já tudo foi dito. A envolvência e originalidade do conceito são inquestionáveis, assim como o é o conforto oferecido pelos bancos, mas o painel de instrumentos pode ficar, para alguns condutores, obstruído pelo topo do volante. Ainda no que diz respeito à condução, a transição entre a travagem regenerativa e hidráulica exigiu, neste ensaio, alguma habituação, com uma excessiva sensibilidade que não me lembro de ter encontrado anteriormente.
Nesta segunda oportunidade de conduzir a carroçaria SW do familiar francês, voltei a achar a vivência no banco traseiro algo limitada. Apesar da maior distância entre eixos comparativamente à carroçaria hatchback, senti novamente que o espaço disponível atrás é algo limitado, assim como o é o conforto oferecido pelo banco, cujo assento me pareceu curto. Já a maior versatilidade deste 308 SW é indiscutível, com um maior volume na bagageira, complementada por um rebatimento fácil do encosto do banco.
A “velhinha” station
Nada mais é do que uma opinião, mas continuo a achar um formato station wagon como o deste 308 SW mais apetecível do que o do equivalente SUV. Sim, a tendência diz o contrário e o condutor português adora o crossover da moda, mas a mais recente geração do 308 é uma grande prova de que a clássica “carrinha” – que foi outrora o veículo ideal para o cliente português – continua a ter fortes argumentos. Neste caso é até, na minha opinião, das mais bonitas do mercado.
Para além da indiscutível praticidade, o Peugeot 308 SW destaca-se pela sua elevada qualidade global, patente não só nos materiais e qualidade de construção, mas também no seu recheio tecnológico e na forma refinada como pisa a estrada, filtrada e controlada. O i-Cockpit não é para todos os condutores, nem para todos os momentos – não gosto de fazer manobras com um volante tão pequeno, mas gosto de “atacar” umas curvas – mas a verdade é que a Peugeot lidera as vendas no nosso país, algo que, depois de voltar a conduzir o 308, não é, de todo, estranho.