Ensaio Sprint: Volkswagen Polo 1.0 TSI 110 R-Line DSG
Até ao início deste ensaio, apenas tinha conduzido a versão de topo do Volkswagen Polo, o GTI. Ganhou, inclusivamente, o comparativo em que estava inserido e lembro-me perfeitamente de ter ficado rendido à facilidade com que combinava performance e prazer de condução com uma utilização fácil, confortável e relativamente poupada para o dia-a-dia.
Mas o quotidiano não precisa de ser propulsionado por um motor 2.0 TSI de 200 cavalos. Um motor com metade da cilindrada e quase metade da potência chega perfeitamente, algo como este Polo, cujos 110 cavalos e uma caixa DSG são garantia de um andamento acima do que se espera encontrar num utilitário, bem como de um consumo combinado que raramente excederá os 7 litros/100 km.
Vou ainda mais longe ao afirmar que quem optar por um Polo, fica igualmente bem servido com a versão de 95 cavalos do motor 1.0 TSI – disponível com caixa manual de 5 velocidades ou com a “mesma” DSG de 7 relações – cuja menor potência não lhe retira o brilhantismo com que encara as deslocações diárias de, para e na cidade.
Muito competente, menos divertido
Com uma suspensão mais branda e com um maior perfil de pneu, o Polo não diverte como o primo SEAT Ibiza. No entanto, o maior conforto e refinamento com que rola não lhe retiram uma boa agilidade e controlo que, se assim quisermos, também permitem explorar as suas capacidades dinâmicas. Assim, de desportivo este Polo só tem a estética R-Line, um “fato” que lhe assenta bem, principalmente se combinado com uma cor forte como este Azul Reef.
Exteriormente, como em tantos outros modelos, não aprovo as enganadoras saídas de escape cromadas, mas à frente, gosto bastante do efeito visual criado pela tira de luz LED que percorre toda a largura da grelha, unindo os faróis e dando mais presença àquela que é, na minha opinião, a zona menos conseguida do design do Polo.
No interior, apesar da presença de alguns plásticos mais rijos, a sensação de qualidade é elevada. Gosto que disponha de uma consola separada para controlo da climatização, mas não sou fã dos seus controlos tácteis e deslizantes. Sobre a posição de condução não tenho nada a apontar, com boas regulações, boa visibilidade e bons bancos. Tudo bem feito, à boa maneira da Volkswagen.
Habitabilidade é argumento
Atrás, no que diz respeito a habitabilidade, o Polo continua a ser um dos melhores modelos do segmento. Como os seus rivais, não chega para três, mas os dois passageiros que ali viajarem não sentirão falta de espaço, contando, também, com um banco bem desenhado. Quanto a pontos menos bons, destaco o túnel central bastante intrusivo e uns forros de porta algo crus, uma vez que nem uma zona almofada oferecem para os cotovelos. A bagageira convence, quer em volume, quer pelo fundo amovível. O pneu suplente está lá.
O Polo pode até já contar com alguns anos de serviço – patentes na ausência de qualquer electrificação do motor, na presença de elementos como um travão de estacionamento “old school” e numa estética que, embora me agrade, não é o último grito em modernidade – mas continua a ser uma das melhores propostas do segmento. A qualidade de construção é inquestionável, a habitabilidade destaca-o de muitos dos seus rivais e o refinamento da condução é referencial no seu segmento.