SEAT Leon ST 2.0 TDI 150 FR DSG: Despacha-te ou não chegas a tempo
No segmento dos familiares compactos, o nome Leon é imediatamente associado a um dos modelos de cariz mais desportivo do mercado. É assim desde o lançamento da primeira geração, já lá vão mais de 20 anos. Do design à condução, passando pelas apelativas versões FR e pelos económicos, possantes e fiáveis motores TDI, o modelo da SEAT conquistou muitos condutores portugueses que procuravam um automóvel para todos os dias, mas que lhes proporcionasse um pouco mais de emoção no seu dia-a-dia.
Com a chegada da terceira geração do Leon, chegou, igualmente, a carroçaria ST, uma versátil station wagon que rapidamente ganhou o seu espaço, precisamente por oferecer mais. A SEAT, e bem, prolongou-a à quarta e atual geração do Leon, sendo precisamente a combinação acima referida, FR TDI, a que conduzi para este ensaio, equipada com o motor 2.0 litros de 150 cavalos e com a sempre agradável caixa automática de dupla embraiagem DSG. Um Leon que visa combinar o comportamento eficaz de sempre com uma inquestionável e superior versatilidade.
Condução e motor
Não são precisos muitos quilómetros para nos apercebermos de que o Leon continua efetivamente a dar muita importância à dinâmica. E ainda bem. A direção é rápida e precisa e a suspensão está mais orientada para um superior controlo de movimentos do que para absorver todas as imperfeições do piso. Nunca chega a ser desconfortável, mas o pisar é firme, beneficiando a eficácia do comportamento, muito ágil e divertido ao percorrer uma estrada mais exigente e retorcida e igualmente muito estável e seguro a ritmos mais elevados. Uma carrinha para a família, mas capaz de deixar o condutor com um sorriso na cara.
“Ainda vamos ter saudades de um TDI”. Não são poucas as vezes que este pensamento me ocorre. Nesta versão de 150 cavalos, o motor oferece toda a potência de que precisamos de uma forma imediata, puxando o Leon para a frente de forma decidida e com um vigor que se mantém constante graças à combinação feliz das siglas TDI e DSG. E mesmo fazendo uso recorrente de muita da performance deste cada vez menos eterno TDI, terminei o ensaio com uma média final de 5,9 l/100 km.
À frente
Por muito que tente adaptar-me, não consigo aceitar os controlos quase exclusivamente táteis da climatização deste Leon e de muito outros modelos do grupo. Felizmente, de acordo com alguma informação divulgada na recente revelação do novo VW ID. 2 all, parece que em breve estarão de regresso alguns comandos físicos que, na verdade, nunca deveriam de ter sido postos de parte. Felizmente, o Leon compensa este ponto menos conseguido com muitos outros elementos bastante bons.
A posição de condução merece elogios e nesse aspeto destaco não só os bons bancos e as amplas regulações, bem como um pilar A de desenho estreito, o que beneficia a visibilidade naquela sempre crítica zona. Os materiais são, como é hábito, macios ao toque no topo do tablier e nas portas da frente, tornando-se menos nobres na metade inferior e consola, bem como nas portas traseiras. Gostei, também, da original iluminação ambiente a toda a largura do tablier e que se transforma num aviso visual para a presença de outros veículos no ângulo morto.
Atrás
Lá atrás não falta espaço – até mesmo para os mais altos – e o banco dispõe de um assento bem desenhado. Os passageiros de trás contam inclusivamente com controlo independente da temperatura e duas tomadas USB-C adicionais. Espaço para três é mais complicado, não só em largura, mas também devido ao grande túnel central. Quanto à bagageira, para além dos impressionantes 620 litros de volume, há igualmente um fundo amovível que permite criar um plano de carga ininterrupto e um compartimento adicional, bem como um prático espaço para arrumar a chapeleira, se necessário. Roda suplente, infelizmente, não havia.
Preço elevado
O Leon continua a destacar-se no capítulo dinâmico, prescindindo de algum conforto de rolamento que em nada prejudica os muitos argumentos desta mais familiar e versátil carroçaria Sportstourer. O motor TDI, por muito diabolizado que seja, volta a convencer, seja pelo seu muito “pulmão”, seja pela sua pouca “sede”. Não questiono o seu impacto ambiental a longo prazo, mas rendo-me a outros argumentos, absolutamente inegáveis. Confirmo: Vamos mesmo ter saudades.
Ainda que o preço base deste Leon ST TDI supere os 41 mil euros e existam pontos melhoráveis, principalmente ao nível da ergonomia e materiais, são muitos os pontos positivos e há que aproveitar enquanto é possível comprá-lo. Isto porque, por um lado, o motor a gasóleo tem os dias contados e, por outro, o futuro da SEAT, pelo menos como a conhecemos, é, de acordo com as mais recentes notícias, cada vez mais incerto. Para os fãs do SEAT Leon e dos míticos motores TDI – grupo onde me insiro – esta pode muito bem ser uma das últimas oportunidades de pôr as mãos num.