DS 7 E-Tense 4×4 300 – Mais do que um bom DS, o melhor DS
Gosto do DS 7. Sempre gostei, mesmo quando ao “7” se seguia a designação “Crossback”, nome que nesta atualização foi abandonado. Prefiro uma carroçaria berlina, a do DS 9, mas tenho de admitir que o DS 7 é um automóvel bastante mais significativo para as ambições da DS Automobiles ao jogar no segmento dos SUV premium. Vou ainda mais longe ao assumir, desde já, que considero o DS 7 o melhor de todos os DS atualmente no mercado.
Recentemente modernizado, o DS 7 não está, felizmente, assim tão diferente. E o que mudou, mudou, a meu ver, para melhor. Está mais dinâmico e mais arrojado, mas não perdeu nem um bocadinho da muita elegância e classe que sempre o definiu. Acho-o, até, ainda mais elegante e com mais classe. A tarefa da DS Automobiles não era fácil, mas visualmente o seu “7” está ainda melhor.
Muita personalidade
Se há marca com uma identidade bem definida no mercado atual, essa marca é a DS. E isso é bem notório no novo DS 7, quer no visual exterior, quer, igualmente, no interior, ambiente onde os também inúmeros detalhes lhe dão imensa personalidade. O habitáculo está cheio de pormenores requintados – como a costura com ponto pérola – e a sensação de qualidade a bordo é inquestionável. É um automóvel bonito de se ver e, garantidamente, de se desfrutar.
A posição de condução é extremamente confortável e os bancos oferecem funções de aquecimento, arrefecimento e massagem. Num automóvel como este, não sou o maior fã do volante “cortado” na zona inferior, mas isso em praticamente nada prejudica a sua utilização. E já que mencionei o volante, aproveito para destacar a excelente brecagem do DS 7, capaz de o fazer “encolher” em ambiente citadino.
O sistema de infotainment destaca-se pelo excelente grafismo e boa resposta, oferecendo, também, atalhos táteis para os principais menus, mas para dele se tirar melhor proveito, há que conhecer bem “os cantos à casa”. Mais abaixo, a elaborada consola central recebe os comandos dos vidros elétricos, bem como o botão para seleção dos modos de condução, nada menos do que cinco: Electric, Hybrid, Conforto, Desporto e, neste híbrido com dois motores elétricos, 4WD.
Um autêntico tapete voador
Passando, assim, à condução, é impossível não começar por destacar o muito andamento que os 300 cavalos e 520 Nm lhe conseguem dar, com os cerca de 1900 kg a serem acelerados de 0 a 100 km/h em qualquer coisa como 6 segundos. Mas não é de ritmos apressados que o DS 7 mais gosta, nem tão pouco foi pensado para esse tipo de utilização. A suspensão, no seu modo mais rijo, controla bem os movimentos da carroçaria e permite-lhe curvar com segurança e até alguma agilidade, mas o DS 7 dá, e bem, prioridade a uma condução mais tranquila e relaxante.
É precisamente a esses ritmos que se usufrui em pleno dos muitos argumentos do DS 7. A suspensão, na configuração mais branda, transmite uma agradável sensação viajar num tapete voador, conforto que, aliado à boa insonorização e ao muito espaço a bordo, fazem do “7” o companheiro ideal para longas viagens estrada fora. Para o dia-a-dia na cidade, entra em cena a boa manobrabilidade acima referida, bem como uma capacidade de resposta muito imediata, cortesia dos motores elétricos do propulsor híbrido plug-in.
60 km de autonomia elétrica
Relativamente a autonomia elétrica, consegui percorrer 60 quilómetros antes de ouvir pela primeira vez o motor 1.6 Turbo, a gasolina. Nos restantes percursos, em modo híbrido, o computador de bordo mostrou quase sempre um valor de consumo a rondar os 8 l/100 km. A caixa de velocidades automática está bem integrada no conjunto, sempre suave nas passagens quando o DS 7 é conduzido de forma serena, como este mais aprecia. Subindo-se o ritmo, a caixa mostra também estar à altura, dispondo até de patilhas no volante, mas repito, o DS 7 é para ser calmamente apreciado.
Termino este ensaio mais ou menos da mesma forma que o iniciei, dizendo que o DS 7 é o melhor produto proposto pela marca francesa. Para quem achar que 300 cavalos não chegam, a gama dispõe de uma outra ainda mais potente, com 360 cavalos, mas arrisco-me a dizer que, podendo prescindir da tração integral, o DS 7 ideal é o também híbrido plug-in, de tração dianteira, com 225 cavalos. Uma alternativa mais do que aprovada, verdadeiramente premium, comparativamente às mais comuns propostas do segmento, tão comuns que são, assim, cada vez menos premium.