Skoda Kodiaq: talvez o melhor 7 lugares do mercado
E digo talvez, porque só existe uma opção de motor. Um Diesel 2.0 TDI com 150 cavalos e caixa automática DSG. Uma excelente versão, atenção, mas que, para os dias de hoje, já pede um híbrido plug-in. Especialmente, tendo em conta o público-alvo destes carros.
É certo e sabido que a Skoda faz bons carros. E a bons preços. E que já não são os carros dos professores e contabilistas. Agora, diria eu, são mais os carros dos digital advertisers e entrepreneurs e todas essas profissões com nomes em inglês acabados em “preneurs” e que os mais novos vão ter. E eu incluo-me nesses mais novos. Primeiro, porque sou relativamente novo – ou, pelo menos, assim o quero achar dado que já não sou assim tão novo, mas também não sou velho para dizer que não sou novo… vocês entendem – segundo, porque um Skoda é um carro para o qual já não olho de lado. Especialmente este Kodiaq. É que a família cresceu. Filhos tenho um, os sobrinhos já são dois e os pais começam a estar na fase em que já não se importam de ser transportados, por isso, um carro de 7 lugares já faz algum sentido.
Menos o Diesel. E aqui é que a bota não bate com a perdigota (cá está um dos motivos pelos quais não me posso considerar assim tão novo). Ora, se estes carros são para famílias grandes ou em crescimento, cujo dia-a-dia é feito maioritariamente em cidade, não faria sentido haver uma opção a gasolina? Um híbrido plug-in, por exemplo. É certo que nas voltas e voltinhas os trajectos rapidamente acumulam, mas um Diesel para andar a fazer 30 à hora e a parar a cada 300 metros num semáforo não é a melhor estratégia. E não vale a pena justificar com as três ou quatro viagens mais longas que se vai fazer num ano. Ou, até, nos trajectos casa-trabalho diários com cerca de 20 ou 30 quilómetros. Esses só me dão argumentos. Um híbrido faria mais sentido.
Mas desgostei deste Skoda Kodiaq Diesel?
Nada disso! É um motor incrível. Aliás, como já disse algumas vezes, este 2 litros de 150 cavalos do grupo VW é provavelmente o melhor motor Diesel que ainda se fabrica. Muita força quando é preciso, desenvolve bem e rápido e os consumos são muito bons, especialmente tendo em conta que é um carro ainda grandote com um peso de cerca de 1800 quilos. A caixa DSG é praticamente imperceptível e, apesar das caixas automáticas não ajudarem no consumo – embora o façam no conforto e rapidez – consegui terminar o ensaio com uma média pouco acima dos 6 litros, com um trajecto muito focado em cidade.
O que não gosto neste Diesel – e em qualquer Diesel, na verdade – é, para além da manutenção cara, a brutalidade de impostos que estes motores pagam. Especialmente nestas cilindradas mais altas e com emissões superiores a 115 gramas de CO2 por quilómetro. Neste caso, algo como 7.800 €. Pois… Daí a minha insistência com o motor híbrido plug-in. Poupa-se nos impostos e nos consumos.
Mas este é a gasóleo e, certamente, haverá quem o queira. Eu, digo-vos, se fizesse muitos quilómetros fora de cidade não pensava duas vezes. É que, para além do motor incrível e do espaço, ainda tem conforto, qualidade, segurança, equipamento e pinta (que também faz falta). E falta o melhor! Mesmo com impostos altos, o carro tem um preço a partir de 44.460 €. Com o equipamento extra que esta unidade trazia o preço chegava quase aos 50 mil euros. Tecto panorâmico, bancos em pele, painel de instrumentos digital, bancos elétricos com memória, câmara traseira (sim, na Skoda isto é um extra, apesar de ter um preço singelo), cortinas nos vidros traseiros e vidros traseiras escurecidos, entre outros. Carregado, portanto.
Veredito
Epá, sim, é comprar. Mesmo com o Diesel. Até porque, o preço, se formos a ver, não é muito alto, tendo em conta o carro que recebem em troca. Bom equipamento, 7 lugares, excelente motor, muita qualidade e conforto, uma condução relaxada e segura e um carro que em nada fica atrás dos concorrentes. Só no preço. Porque se analisarmos a concorrência, são poucos os carros com 7 lugares que conseguem competir com este Skoda Kodiaq. Mesmo a nível estético, este Kodiaq tem muita presença, boas proporções e um aspecto robusto, mas elegante. E isso também se nota no interior. Não é uma montra de tecnologia e ecrãs gigantes, mas isso joga a seu favor. Despretensioso, com botões físicos para a climatização e um ecrã para o infoentretenimento, esse, sim, que dá para tocar. A qualidade geral é muito boa, com materiais simpáticos ao toque e com boa montagem e, naturalmente, alguns plásticos mais rijos.
Terminei o ensaio com a mesma sensação com que termino qualquer ensaio a um Skoda. A achar que gostava bastante de ter um. Melhor elogio não há.