Ensaio Sprint: Volkswagen Tiguan 2.0 TDI 150 DSG R-Line
Abordei este ensaio ao Volkswagen Tiguan com muita curiosidade. Isto porque apesar de ser um nome mais do que estabelecido no mercado, nunca tinha tido a oportunidade de conduzir um. As expectativas eram altas e posso adiantar-vos que, não sendo uma total surpresa, estas foram superadas. O Tiguan transmitiu-me, de imediato, aquela boa sensação de ser um produto globalmente competente, uma compra, digamos, segura.
Tratando-se da versão R-Line, este é um Tiguan que salta à vista. A cor ajuda, bem sei, assim como as grandes e bonitas jantes. Mas mesmo que se tratasse de um exemplar de inspiração menos desportiva, tenho de reconhecer que, visualmente, o Tiguan continua muito apelativo. Gosto que não pareça exageradamente grande e que não se perca em soluções estéticas demasiado “fora da caixa”, mantendo uma sensação de proporcionalidade e compacidade que tanto aprecio.
No Tiguan, espaço é coisa que não falta
E no seguimento das suas dimensões aparentemente compactas, não posso deixar de destacar o muito espaço que o habitáculo oferece. Esperava encontrar conforto e espaço mais do que suficiente, mas não esperava tanto, reconheço. Atrás, o túnel central é um pouco invasivo, mas o passageiro do meio tem espaço adequado para colocar os pés nas laterais. Ainda no banco traseiro, os passageiros podem desfrutar da regulação da inclinação do encosto. Nota igualmente muito positiva para a acessibilidade, graças às grandes portas.
Mantendo-me no habitáculo, destaque para a qualidade dos materiais empregues, bem como para a de montagem. Gostei, também, de encontrar alcatifa a forrar os espaços de arrumação nas portas. No que diz respeito a ergonomia e facilidade de utilização, nota-se que o Tiguan é um produto de outra geração, mantendo, felizmente, uma consola específica para controlo da climatização. Os comandos são táteis e deslizantes, mas bastante mais fáceis de aceder e usar do que quando colocados no infotainment. Também os botões táteis no volante requerem habituação. Preferia comandos “à antiga”, com botões físicos.
O eterno motor TDI
Equipado com o já consagrado motor 2.0 TDI de 150 cavalos e caixa DSG de 7 velocidades, não é difícil ficar agradado com o muito pulmão revelado, mais do que à altura da dimensão e peso do Tiguan, bem como pela sua eficiência. Em ciclo combinado, mas com muita “cidade” pelo meio, a média raramente excedeu os 7 lt/100 km. A caixa DSG continua a destacar-se pelo funcionamento agradável e que em muito contribuiu para a facilidade de condução do SUV compacto da Volkswagen. Para enfrentar o trânsito em hora de ponta, ambiente onde os SUV familiares mais tempo passam, é a melhor opção.
Ao volante, sou obrigado a destacar a abrangência de capacidades que o amortecimento variável dá ao Tiguan. Verdadeiramente confortável se assim quisermos – apesar das jantes de 20 polegadas e pneus de baixo perfil – e com uma dinâmica exemplar se selecionado o modo Sport. Um SUV capaz de envergonhar modelos com centro de gravidade mais baixo e teoricamente mais ágeis. A boa resposta da direção é igualmente um bom complemento para os momentos de condução mais empenhada. Não há, na verdade, muito mais a acrescentar à conclusão que adiantei no início deste artigo. O Tiguan é um automóvel cheio de qualidades, globalmente muito competente e que, apesar dos anos de serviço, continua a ser uma proposta muito apelativa num segmento onde a oferta é abundante. Uma boa escolha, garanto-vos.